Obras na Praceta

Foi no dia 1 de Outubro de 2020 que começaram os preparativos para a requalificação da Praceta da Rua José Lins do Rego, cuja conclusão foi concluida no final de Fevereiro de 2021. "Termina" deste modo uma das obras mais polémicas da cidade de Lisboa. O caso remonta a 1997 quando um bando de mafiosos instalados na Câmara Municipal de Lisboa, em conluio com outros fora dela, montou um vasto plano para se apropriar de terrenos públicos (dezenas de jardins) sob o pretexto de "solucionarem" o problema do estacionamento na cidade de Lisboa. No Campo Grande o bando de mafiosos contava com o apoio da antiga Junta de Freguesia. Um dos negócios locais era o pequeno jardim existe na praceta que esteve à beira de ser destruído. O Jornal da Praceta a partir de 2001 empreendeu uma rigososa investigação que contribuiu para o afastamento na CML de dezenas dirigentes e funcionários envolvidos neste roubo. Centenas de pessoas foram aliciadas para o negócio fradulento e acabaram vigarizadas por outros que destas coisas sabem mais. Apesar de alertadas a ganância falou-lhes mais alto.
Registamos com desagrado: Agora que a obra está quase concluida ficou patente que não havia necessidade de derrubar árvores e amputar uma parte do jardim para arranjar espaço para mais dois automovéis. Uma decisão da junta que contraria as recomendações feitas pelos moradores.
A Tragédia do Comércio Local
A pandemia Covid-19 agravou de forma dramática a crise que afectava o comércio local em Alvalade. Foi mais uma estocada a juntar a tantas outras, como a abertura de grandes superficies, o envelhecimento da população residente, a deslocalização e encerramento de empresas na freguesia, mas também a marginalidade em algumas zonas. O longo período de confinamento agravou de tal modo a situação que temos assistido ao encerramento de muitos estalecimentos com as consequências que são conhecidas. A Junta de Freguesia nesta área tem revelado um maior dinamismo propagandistico, embora com resultados irrisórios.
Problemas Crónicos
A Pandemia provocou uma estranha sensação de mudança. A suspensão de inúmeras atividades gerou a ideia que muitos problemas crónicos na freguesia haviam desaparecido. Pura ilusão ! Um a um estão de volta e muitos outros surgiram.
Situação Inconcebível numa Escola Pública em Alvalade

A Escola Básica Teixeira de Pascoais tem vivido desde 2016 num autêntico tormento. As obras eram para começar em Abril de 2016 mas só foram iniciadas no ano seguinte. Não tardaram a parar, e desde então as aulas continuam a ser dadas em contentores. Em finais de julho o problema voltou a ser noticia numa altura que já estavam inscritas 300 crianças para o novo ano lectivo. Piores condições é i possivel.

Estado em que ficaram as obras... Ao fundo pode ver-se a placa de betão que abateu durante a madrugada e que foi o pretexto para suspensão da empreitada. Foto: 19/02/2020
Um imbróglio de Alvalade à Penha de França
A guerra está declarada na freguesia de Alvalade. Os Estrelas acusam a CML e a Junta de Alvalade de os pretenderem expulsar da piscina do Regimento de Sapadores Bombeiros. A Junta defende-se afirmando que o clube se recusa a prestar contas dos apoios que recebeu. Neste sentido exige a devolução dos apoios que lhe concedeu, tendo suspendido o contrato programa que mantinha com o clube. Afirmações feitas na última reunião pública do executivo da Junta de Freguesia (16/03/2020) transmitida através da internet. A CML, como é sabido, determinou que os Estrelas até Junho de 2020 tinham que abandonar a piscina municipal. O executivo da Junta não perdeu tempo e confirmou que fez saber à Câmara Municipal que estava interessado na gestão da piscina. Garantiu que a Junta tinha competência técnica para o fazer, assim como iria praticar preços mais baixos pela sua utilização. Tudo continua na mesma. Mais
Criminalidade em Alvalade
Em plena pandemia, Alvalade no dia 18 de Junho de 2020 voltou a ser notícia pelas piores razões. Dois jovens resolvem combinar um ajuste de contas no jardim da rua General da Pimenta de Castro, junto ao Bairro das Estacas, próximo da Estação de Comboios Roma-Areeiro e de estações do metro. Uma localização que permitia uma chegada e fuga rápida, como acontece nestes confrontos no Campo Grande. Um chamava-se James Boyce, 15 anos, era morador na zona do Castelo, ou outro mora na Alta de Lisboa, tem 14 anos. Vinham acompanhados de 7 "amigos", 4 moram em Lisboa e os restantes em Rio de Mouro, Odivelas e Oeiras, todos com idades entre os 14 e os 19 anos. As agressões iniciaram-se mal chegaram ao local, era para isso que estavam àquela hora naquele local. O "James Boyce" não contava com a faca que o seu adversário trazia e acabou esfaqueado. Pouco passava das 19h00 quando os dois bandos fugiram deixando num chão um jovem em agonia que veio a falecer no Hospital de Santa Maria. Nenhum socorro lhe prestaram, a amizade terminara ali.
Como temos referido, estes confrontos violentos de jovens em Alvalade não são novidade. A facilidade de acesso à freguesia torna certas zonas na vizinhaças de interfaces de transportes, ideais para incursões de bandos oriundos de outros pontos da cidade ou dos seus arredores. Estes bandos, em geral limitam-se a marcar territórios com grafittis, mas não raro passam à prática de assaltos a outros jovens ou atos de vandalismo. Uma onda de criminalidade perante a qual a PSP se tem mostrado impotente. Mais
Alvalade Recordista de Acidentes
O mês de Julho de 2020 ficou tristemente assinalado pela morte no dia 10 da jovem Ana Oliveira no Campo Grande. Foi atropelada quando atravessava de bicicleta uma passagem para velocipes que existe frente à Biblioteca Nacional. O condutor não parou ao sinal vermelho. Era aluna Escola Rainha Dona Leonor e basquetebolista da equipa sub-19 do SCP. Na manifestação que se seguiu pediu-se medidas para acalmar o tráfego na cidade , como lombas, velocidade limitada a 30km/hora, fiscalização, fim das "auto-estradas" na cidade.

Sabe em Lisboa onde se regista maior número de acidentes ? José Bernardo, chefe da 18ª. Esquadra - Campo Grande, não tem dúvidas é no cruzamento entre a Av. de Roma e a Av. do Brasil. Quem atravessa o local fica confuso sobre onde e quando pode atravessar. Esta foi uma das conclusões mais importantes feitas na apresentação de um relatório sobre Acessibilidade na Freguesia de Alvalade, no Centro Cívico Edmundo Pedro ( 27/11/2019). Apesar deste facto ser do conhecimento da CML, a verdade é que nada tem feito para corrigir a situação. José Bernardo recordou na altura outros dados preocupantes: entre 2010 e 2016, ocorreram na freguesia 593 acidentes, de que resultaram 6 vítimas mortais, 9 feridos graves e 645 feridos ligeiros. As zonas com maior número de atropelamentos foram o Campo Grande (50), Avenida do Brasil (38), Avenida das Forças Armadas (34), Avenida Rio de Janeiro(31) e Avenida dos Estados Unidos da América (28). Para a triste estatística deste lugar, assinale-se no dia 3/12/2019, a colisão entre um motociclo e uma carrinha. Mais
Limpeza Confinada

Foto: Rua Violante do Céu, 10 Junho de 2020
Ao longo de 2020 a limpeza dos espaços públicos sofreu várias oscilações em função das vagas da pandemia. No começo da primeira, em Março muitos serviços públicos foram encerrados. A limpeza das ruas foi visivelmente descurada assistiu-se ao amontoar do lixo um pouco por toda a freguesia. Passada a primeira vaga em Maio, em Junho iniciou-se um lento desconfinamento. Na freguesia de Alvalade assistiu-se a um movimento inverso: os serviços de limpeza assegurados pela câmara municipal e junta de freguesia diminuiram ainda mais a sua atividade. O resultado foi o proliferação lixo e ervas por toda a freguesia numa dimensão sem paralelo no passado recente. Durante a trégua do verão a limpeza q.b. foi resposta, numa altura que a Junta de Freguesia ansiava por organizar "espectáculos" para conseguir maior visibilidade. No Outono assistiu-se de novo ao agravar da pandemia e a limpeza piorou. Com o inverno houve algumas melhorias. As fortes chuvadas quando não provocam melhoram a limpeza das ruas.
Perplexidades de um Fiscal Camarário

"Todos os dias é a mesma coisa". Apontado para o lixo amontado junto à Escola Básica de Santo António concluiu : "Este (lixo) vem de uma oficina. Retiraram a morada das embalagens para não podermos identificar os prevaricadores. As multas são agora mais pesadas...", confessava-nos com um ar desalentado ás 10h32 do dia 18 de Fevereiro de 2020, Vitor Domingos, fiscal do Posto de Limpeza da Rua Filipe da Mata. Olhando em redor para o vasto logradouro acrescentou "Tudo isto é ilegal...". Ao que inquirimos: "Não faz nada?.." A resposta veio pronta: "Só fiscalizo o lixo atirado para a rua, quanto ao resto é da competência da Polícia Municipal, da Junta de Freguesia, Câmara Municipal...". Enquanto enumerava as várias entidades com competência para agirem perante as ilegalidades não parava de encolher-se entre os ombros. Era dificil aceitar tanta omissão até para um fiscal camarário. Esta situação manteve-se ao longo do ano de 2020 e tudo indica que se prolongará por 2021 até que haja uma efectiva mudança na CML e na Junta de Freguesia de Alvalade.
Take Away e Esplanadas
Muitos restaurantes, pastelarias e cafés encerraram as portas por "tem indeterminado". Noutros temos assistido a tentativas de reinvenção do serviço que prestam aos clientes. O serviço presencial foi substituído pelo "Take Away" ou "comida para fora". As encomendas online (através da internet) estão a crescer. Quem tem possibilidade abriu improvisadas esplanadas nos passeios públicos. Na esmagadora maioria dos casos os estabelecimentos que investiram neste tipo de serviço pouco lucro tem obtido, o que procuram é manter a ligação aos seus clientes habituais. Não querem ser esquecidos.
A Praga dos Grafites
Alvalade como toda a cidade de Lisboa está repleta de grafites. Nada escapa desde monumentos, a simples sinais de transito, estações de metro, paragens autocarro, edifíicios públicos ou privados, etc. A imagem que provocam é de territórios abandonados, dominados por marginais. Uma situação que não parece incomodar quem tem por missão velar pelo espaço público.
Imagens do Campo Grande
O Jardim do Campo nestes dias de confinamento tornou-se no principal centro social da freguesia. Milhares de pessoas individualmente ou em grupo, nomeadamente numerosas familias passaram a frequentá-lo para para afzerm os seus passeios higiénicos, andarem ou aprenderem a andar de bicicleta, fazerem algum desporto ou simplesmente apanharem sol. Num jardim onde não existe guardas para o vigiarem, o civismo dos seus frequentadores tem sido a nota dominante, embora aqui e ali a ação destrutiva dos vandalos do costume se faça sentir.

COVID - 19
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