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José Amaral Lopes, presidente da Junta de Freguesia de Alvalade
Renúncia ao mandato e parte para África
Fotografia da Campanha Eleitoral das autárquicas de Setembro de 2021, no Mercado de Alvalade. José Amaral Lopes (na imagem atrás de Moedas) nunca escondeu que o seu lugar natural não era na presidência de uma Junta de freguesia de Lisboa, subordinado à política da CML liderada por Carlos Moedas. Sentiu-se naturalmente traido quando o presidente da CML chamou a si o pelouro da cultura.
A notícia foi confirmada ao Jornal da Praceta pelos trabalhadores da Junta, o próprio recusou-se a fazê-lo (22/07/2024). A decisão não apanhou todavia ninguém de surpresa, tendo em conta a evolução dos acontecimentos na freguesia. Eleito em Setembro de 2021, na coligação Novos Tempos, mostrou-se sempre indiferente aos problemas da freguesia, em particular nos espaços públicos e no quotidiano de quem nela vive. Não deixa nenhuma obra, mas uma enorme dívida. Esbanjou rios de dinheiro na contratação de assessores, propaganda, espectáculos, murais, festas e festinhas, entre outros eventos, com os quais afirmava iria elevar o nível cultural dos fregueses e o rendimento escolar dos alunos. Liderando um executivo minoritário do PSD/CDS, mas suportado por dois partidos de extrema-direita, acabou capturado por um deles. Numa baixaria inqualificável por parte de quem pagava generosamente o apoio político, acabou acusado de não ter brio. Era um irresponsável, desavergonhado. Foi a gota de água.
1. Figura Pública. A sua primeira promessa quando iniciou o mandato foi o anúncio que iria constituir um Conselho de Notáveis, pessoas de grande notoriedade pública, cuja magna tarefa era aconselhá-lo na gestão da freguesia. Um supremo sinal de distinção. Os seus contactos na União Europeia garantiriam também à freguesia dinheiro para financiar tudo e botas. Depressa abanonou a ideia do Conselho e dos Fundos Comunitários. Ninguém em Portugal e por essa Europa fora lhe dava crédito. Virou-se então para a sua promoção nos acanhados limites da Freguesia e na Assembleia Municipal de Lisboa, onde por inerência de funções tinha lugar. O único trabalho consistente que realizou foi justamente organizar homenagens a este e aquele, ao cão e ao gato, distribuir medalhas, diplomas de mérito dando-se a conhecer. Mandou pintar murais e até inaugurou um busto do pai da sua vogal dos "Direitos Sociais". Da Esquerda à Direita com magnanimidade todos foram contemplados.
2. Rendimento Escolar. Na Assembleia de Freguesia definiu a "Cultura" como a grande prioridades da Junta. Um prioridade que decorria do seu conhecimento adquirido por essa "Europa Fora". Foi aí aprendera que nas cidades onde mais se investe na "Cultura" é onde a higiene urbana, a segurança e até o rendimento escolar dos alunos eram melhores. Havia portanto que investir na organização de espectáculos, trazer orquestras, coros, Ena Pá 2000, José Cid, Quim Barreiros e muitos outros artistas, capazes de darem um banho de cultura aos fregueses de todas as idades. Todos os habituais problemas que um freguesia atravessa desapareceriam. A sua experiência europeia seria garantia deste remédio milagroso. As funções mais básicas da freguesia, como cuidar do espaço público, foram secundarizadas. Eram investimentos e tarefas inúteis. O orçamento da Junta deveria ser aplicado em algo mais elevado.
Nota curiosa: as duas escolas secundárias públicas na freguesia viram a sua posição nos rankings piorarem entre os anos lectivos de 2021/22 e 2023/24. O Colégio Moderno manteve a mesma posição. A "cultura" do Lopes revelou-se, portanto, nas suas palavras, uma influência nefasta para o rendimento escolar dos alunos na freguesia. No campo musical a "sua" influência não foi menor arrasadora, tendo encerrado durante o seu mandato a Popular de Alvalade.
3. Elevação Intelectual. Nas escolas, a sorridente vogal com o pelouro da educação (CDS), desdobrou-se a estabelecer contratados com empresas criadas na hora para ensinarem robótica e programação a crianças saídas das creches. Era uma suprema inovação própria das cidades mais evoluidas do mundo. A vogal dos "Direitos Sociais", não se ficou atrás, e prometia um vasto programa de apoio social desenhado e orientado por uma sumidade nacional e internacional que nunca apareceu. O Espaço Briosos que à décadas desenvolve actividades para os "seniores" da freguesia, mudou de nome e ascendeu à categoria de Universidade. Um dos seus últimos projectos culturais foi trazer para Alvalade um estúdio de gravação (Cuca Monga) a instalar num edificio da Junta. A sua existência só por si na freguesia teria o condão de criar melômanos.
4. Desastre Anunciado. A realidade é o que é. O abandono das funções mais básicas de um freguesia, trouxe como consequência imediata a degradação da limpeza dos espaços públicos. Um facto reconhecido pela própria vogal com o pelouro. Apesar do reforço orçamental em 2024 de mais de 800 mil euros, a prioridade não foi mais um vez a higiene urbana, nem sequer reforçar o quadro de pessoal neste sector. As prioridades eram outras. Perante a acumular de queixas dos fregueses, os funcionários da Junta neste sector, passaram a dar prova da sua existência nas redes sociais. Estavam vivos, não andavam entretidos a organizar "eventos culturais". Sentiram-se ofendisos quando Nuno Lopes (Mudar Alvalade) os acusou de não terem brio.
O alheamento do espaço público, passou a ser sustentado com a justificação que a sua manutenção e reaqualificação era uma competência da Câmara Municipal de Lisboa (CML). A Junta embora tenha competências neste domínio, o assunto não lhe dizia respeito. O seu "métier" era a cultura. Os quatros rebaixamento de passadeiras que ocorream na freguesia foram obra da CML A Junta na manutenção dos espaços verdes limitou-se aos mínimos, em vários locais nem isso fez. Um desastre.
5. Capturado. O actual executivo da Junta (PSD/CDS) desde o inicio contou com o apoio três partidos. A IL, limitou-se a dar o seu apoio, mas nada exigiu em troca. O seu representante em três anos, nunca foi capaz de formular uma única proposta para a freguesia. Anda a apanhar bonés. O Chega, repete sempre o mesmo discurso securitário, e na hora de votar na assembleia apoia o executivo. Mudar Alvalade, um "movimento de cidadãos" formado em Março de 2021 para, no "jogo político" doméstico, resolver o problema com das dividas d`Os Estrelas com a Junta de Freguesia e a CML, ao eleger um vogal, percebeu a enorme oportunidade que tinha pela frente. Não há almoços gratuitos. Nuno Lopes, o lider e fundador do "movimento" e presidente do clube endividado, não se fez rogado, e tratou de capturar o executivo (minoritário). O seu voto passou ser decisivo para o manter. A história deste apoio político é um triste exemplo do oportunismo que reina nas autarquias. José Amaral Lopes perante este cenário, resolveu distribuir dinheiro, comprar apoios. Criou uma corte de assessores e contratados, cujas funções efectivas, ninguém conhece. O resultado financeiro desta gestão foram prejuizos acumulados de mais de 1,3 milhões de euros.
Imagem da campanha eleitoral de setembro de 2021. Carlos Moedas ignorou de forma ostensiva José Amaral Lopes, mantendo-o sempre na sua retaguarda na Campanha em Alvalade, o que foi sentido pessoalmente como insuportável. A "estrela" da não era ele, mas Manuela Ferreira Leite e uma candidata do CDS (ambas na imagem).
Quem conhece bem a sua alma (no sentido aristotélico) afirma que o que levou a renunciar o mandato não foram as minudências da gestão da freguesia. Questões que considerava irrelevantes face aos altos designios que havia traçado para os habitantes de Alvalade. A sua decisão foi determinada por uma decisão de Carlos Moedas que lhe afectou o ego. Como é sabido, Diogo Moura (CDS) vereador da cultura da CML, em Abril de 2024 foi acusado pelo Ministério Público de dois crimes de fraude eleitoral. Manipulou os votos de militantes do seu partido entre 2019 e 2020. Procurou manter-se na vereação na CML, mas a situação tornou-se politicamente insustentável. Em maio de 2024 pediu a demissão. Carlos Moedas, aproveitou a ocasião para chamar a si o pelouro da "cultura" que tão desprezada estava na autarquia. Lopes brilhava com a sua ausência, permitindo-lhe sobressair entre os seus correligionários. Se era impossivel ocupar o lugar de vereador, nem, por isso deixa de pensar que o lugar pela sua natureza pertencia-lhe. Era uma infâmia, uma facada nas costas que agora sangrava dada por um ignorante que o havia excluido, em 2021, da lista à CML. Agora tinha nele um concorrente nas prelecções sobre a cultura, ainda que as suas provocassem um silêncio profundo na Assembleia de Freguesia de Alvalade, e a habitual indiferença na Assembeia Municipal. As tiradas de Moedas seriam seguramente mais escutadas do que as suas maturadas reflexões. Ninguém o ouviria. Se querem mais espectáculos, organizem-nos, terá dito. Não contem com ele.
Vai agora para África, e será substituido a 1 de Setembro por um funcionário de um grupo hoteleiro: Tomás Gonçalves. 1/08/2024
A Personagem e a sua Acção Política
Biografia - Entrevista Singularidades da Higiene Urbana em Alvalade
É consensual que a higiene urbana piorou em Alvalade desde que foi eleito o actual executivo, em Setembro de 2021. A própria vogal com o pelouro reconheceu-o, atribuindo a razão aos maus hábitos adquiridos pelos fregueses durante a pandemia de 2020/2021 (Avalade, nº.28 ). Depois desta afirmação deixou também de comentar a situação, uma tarefa que passou a ser feita pelos próprios trabalhadores da Junta nas redes sociais (Vizinhos de Alvalade).Mais 500 mil euros foi quanto custou a actual maioria na Assembleia de Freguesia de Alvalade
Nuno Lopes nas redes sociais tem publicado multiplas imagens, como esta, reveladoras do seu enorme contentamento com o actual executivo PSD/CDS da Junta de Freguesia de Alvalade.
A noticia caiu como uma bomba em fins de Setembro de 2023: a Câmara Municipal de Lisboa apesar dos convicentes argumentos que apresentou no Tribunal Arbitral do Desporto (TAD) para anular o contrato-programa que estabelecera com o clube Estrelas de S. João de Brito, presidido por Nuno Lopes, resolveu dar-lhe um prémio de 500 mil euros ! . O caso foi descoberto quando este clube foi indicado para um novo apoio, mas como tinha um incumprimento, o apoio era ilegal. Uma sucessão de ABSURDOS facilmente explicáveis. Nuno Lopes, como é sabido, em 2013 estabeleceu com a CML um contrato para a requalificação das piscinas da Penha de França, obras que abandonou em 2016. Em 2019 o Clube colocou a CML em tribunal reclamando a anulação da decisão camarária de anular o contrato-programa, alegando que um procedimento legal ( a audição prévia) não fora realizado. O TAD deu-lhe razão. Numa hábil jogada política, Nuno Lopes decidiu em 2021 criar de um grupo - Mudar Alvalade - e candidatar-se às eleições na freguesia Alvalade em Setembro de 2021 e acabou eleito. Nestas eleições a coligação Novos Tempos (PSD/CDS) não tendo maioria na Assembleia de Freguesia "comprou" o apoio político de Nuno Lopes, cujo clube tinha dividas igualmente com a Junta de Freguesia de Alvalade e a CML reclamava um indemização por obras pagas e não realizadas. Face ao apoio que deu à coligação na eleição da mesa da assembleia de freguesia (21/12/2021) as dividas do Clube para com a Junta foram "perdoadas". A CML, por sua vez, em Novembro de 2021 suspendeu a continuação do processo judicial. Em Abril de 2023 deu-lhe o prémio de 500 mil euros e prepara-se para lhe dar novos subsídios pelo apoio político que presta à coligação Novos Tempos em Alvalade. Os próprios juristas da câmara só encontraram uma justificação para esta decisão: no campo das hipóteses absurdas era admissivel pensar que talvez um dia , um juiz tresloucado desse razão ao clube de Nuno Lopes. Este caso diz bem como são geridos os dinheiros públicos e do entendimento a CML faz da Justiça em Portugal. Mais 15.195.735, 78 euros (2021-2023)
A actual Junta de Freguesia de Alvalade, como a seu tempo demonstramos, não ficou atrás de Carlos Moedas em mirificas promessas para melhorar Alvalade. Desde Setembro de 2021, a sua grande obra foi a nomeação de uma corte de assessores, a organização de um vasto leque de festas e festinhas, jogos e joguinhos, revistas, cartazes e muitas ações promocionais, e que se veja uns quantos bancos de jardim no espaço público. Um insano trabalho que foi consumiu em 2021, a partir de 20 de Outubro, 934.178, 79 euros. Em 2022 um total de 6.581.438, 089 euros e está derreter este ano 7.679.735,78 euros. No total só neste período sera 15.195.352, 66 euros evaporados do erário público. Carlos Moedas, acaba de aumentar este desvario, prometendo investir 3 milhões na freguesia, nos próximos dois anos: na requalificação da Praça de Alvalade e do separador central da Avenida de Roma, na requalificação do Centro Social e Paroquial de São de Brito, para a sua posterior integração no programa Um Teatro em Cada Bairro, e a requalificação dos espaços verdes no Bairro de S. Miguel. Um típico exemplo da gestão autárquica dos Novos Tempos em Lisboa.
Esquemas
Após dois anos o actual executivo da Junta de Freguesia (2021-2025) acumulava já um respeitável reportório de processos para a contratação de assessores. Era uma autêntica fábrica de empregos. Mais
Junta de Freguesia Acumula um Milhão e Trezentos Mil Euros de Prejuizos
A Assembleia de Freguesia de Alvalade (AFA), no passado dia 23 de Abril de 2024, constituiu mais um exemplo do estado da deplorável da gestão autárquica local, mas não só. Aguardava-se com grande curiosidade a explicação do actual executivo (PSD/CDS) para o abandono a que votou as funções básicas na freguesia, e o acumular prejuízos desde que foi eleito. O que ali se passou ilustra bem o estado da questão. Mais Uma Assembleia em Três Sessões e Muitas Revelações. Cuca Monga
A Assembleia de Freguesia de 16 de Dezembro, em que foi aprovado o Orçamento revelou, uma vez mais, a enorme incompetência do actual executivo. Entretido em "animar a malta", desconhecia verbas a que a Junta tinha ao seu dispor decorrentes do Orçamento de Estado para 2024. Apesar desta monumental falha, o orçamento acabou por ser aprovado, lá para a frente ver-se-á o que acontece. A sessão de 10 de Janeiro de 2024, continuou a Ordem de Trabalhos que ficou por cumprir, e revelou um negócio encoberto, remketido para o último ponto, e cuja informação que fundamenta a proposta não foi dada aos membros da Assembleia. Trata-se da cedência de um edificio público a uma empresa privada de gravação de fonogramas e organização de espectáculos durante dez anos. Este ponto foi discutido na sessão 23 de Janeiro, e como era esperado, não faltaram novidades .
No edificio camarário em questão, tem três pisos e funcionava como um posto de higiene urbana de Alvalade, e está situado na Rua Moniz Barreto. Foi desocupado, quando o posto foi transferido para as Murtas. Parte das instalações forma cedidas ao escuteiros. A Câmara pretendia criar aqui um polo cultural da freguesia. Entretanto, em 2021, no outro lado de Lisboa, a editora Cuca Monga, fundada em 2014, apresentando-se como uma associação sem fins lucrativos, obteve da Câmara Municipal a promessa de instalações em Campolide. Está feito o enquadramento da questão. Saiba tudo agora aqui |
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