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Junta de Freguesia do Campo Grande | |||||
Moradores do Campo Grande Receiam que edificios sejam afectados Parque de estacionamento gera controvérsia
A construção de um parque de estacionamento subterrâneo para residentes no jardim da Rua José Lins do Rego, no Campo Grande, está a gerar alguma controvérsia entre os moradores, circulando já um abaixo-assinado. A infra-estrutura, com capacidade para 97 lugares, foi aprovada pela Câmara de Lisboa no ano passado, prevendo-se que as obras arranquem ainda este mês. Organizados numa Comissão de Moradores Auto-Mobilizados, vários residentes contestam a construção do parque, considerando que, sendo aquela uma praceta de reduzidas dimensões, pode trazer graves consequências à estabilidade dos edifícios. "Esta era uma zona de terrenos agrícolas, onde há muitos lençóis de água", explica Carlos Fontes, daquela Comissão. "Quando se fazem obras em algum dos prédios aparecem logo fissuras nos prédios e as caves começam a meter água". Na sua opinião, "uma obra como esta, na qual vai ser preciso escavar abaixo das fundações, o deslocamento de terras poder ter consequências graves. Será que a entidade promotora do parque está em condições de suportar os danos que possam vir a ser causados?" , questiona. Carlos Fontes faz ainda referência a um artigo dos arquitectos paisagistas Gonçalo Ribeiro Telles e Fátima Leitão, sobre o bairro de Alvalade, publicado num boletim municipal em Dezembro de 1999: "a incompreensão pelo importante papel que essas áreas (logradouros interiores dos quarteirões) têm - quando ocupadas por jardins, hortas e pomares (...) - tem permitido a sua destruição pelos estacionamentos subterrâneos, pela impermeabilização dos solos e até pela construção de cinemas e indústrias". Ou seja, refere o morador, "há uma contradição absoluta entre aquilo que o Departamento de Planeamento e Gestão Urbanística indica e o que a Câmara aprova". Lugares todos vendidos Nunes de Oliveira, da Associação Auto-Parque Lins do Rêgo, ( a entidade que vai construir o parque), afirma desconhecer este movimento dos residentes e garante que não há motivo para receios. "Tudo isso foi levado em conta no projecto aprovado pela Câmara. A Associação está aberta, desde a primeira hora, para disponibilizar todas as informações, e mostrar todos os projectos, de arquitectura, de estabilidade, solos, contenções ou arranjos exteriores. Basta contactar a Junta de Freguesia e, no prazo de 24 horas, podem obter todas as informações necessárias. Aliás, houve um debate público na Junta, há cerca de mês e meio, onde puderam tirar todas as dúvidas". Segundo Nunes de Oliveira, os lugares do parque já foram todos vendidos, existindo mesmo uma lista de espera: "posso dizer que 97 por cento dos associados residem na Rua José Lins do Rego e três por cento na Rua Afonso Lopes Vieira e Avenida do Brasil, vias adjacentes". Quanto à cobertura de eventuais danos, adianta: "essa questão é posta pela Câmara. Para levantar qualquer licença é necessária uma declaração da empresa seguradora, bem como uma declaração autenticada do responsável pela obra". "Apesar de não ser obrigatório, por lei, vamos ter um fiscal de obra e um técnico a fazer um levantamento fotográfico e um relatório de todas as zonas comuns dos edifícios, confinados com a construção, como sejam as zonas de elevadores e escadas. Esse relatório vai ficar na Junta de Freguesia para quem o quiser ver", acrescenta. Lixeiras como alternativa Conscientes das dificuldades de estacionamento na zona, o grupo da Comissão de Moradores Auto-Mobilizados afirma ser a favor da existência de um parque de estacionamento, mas não naquele local. "Existem outras alternativas de localização na zona, em espaços devolutos ocupados por barracas e lixeiras a céu aberto. Aí podia ser construído um parque com dimensões muito superiores, que resolveria o problema de forma integrada , refere Carlos Fontes. Nunes de Oliveira, contudo, acrescenta que esses terrenos "não pertencem à Câmara ." Artigo publicado no Jornal da Região-Lisboa Norte, de 9 de Julho de 2001 | |||||
. COMISSÃO DE MORADORES AUTO-MOBILIZADOS DA RUA JOSÉ LINS DO REGO Rua José Lins do Rego, 3 - 10 F 1700 LISBOA
ASSUNTO:
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Continua
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.... A Destruição do Jardim da Rua José Lins do Rêgo
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