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Chumbado Segundo Piso em Estacionamento na Lins do Rego

^{Jornal Público,  04 de Novembro de 2004}

Moradores da praceta de Alvalade temiam destruição do jardim

Os partidos de esquerda na Assembleia Municipal de Lisboa (AML) chumbaram anteontem a construção de um segundo piso subterrâneo no parque de estacionamento projectado para Alvalade, uma proposta abandonada pelo anterior presidente da câmara, Pedro Santana Lopes, mas retomada pelo seu sucessor.

O actual presidente, Carmona Rodrigues, voltou terça-feira a submeter a votação o texto subscrito por Santana Lopes, propondo a alteração do direito de superfície para construção de um estacionamento subterrâneo na Praceta José Lins do Rego, em Alvalade, cedido em 2000, pelo executivo camarário de João Soares, a uma associação de moradores constituída para o efeito - a Associação Auto-Parque Lins do Rego.

A iniciativa apanhou de surpresa a comissão de moradores que tem lutado contra a obra - que afirma ser uma "negociata" -, por entenderem que a câmara desistira do empreendimento, quando, em Maio, Santana Lopes retirou a proposta face aos protestos. Mas Carmona Rodrigues explicou que o parque "permite melhorar a qualidade de vida de todos e procura resolver o problema da falta de estacionamento".

Responsáveis da associação, que dizem representar cerca de 80 pessoas, ficaram também desiludidos com a votação. Presentes na assembleia, afirmaram ter pago cerca de "105 mil contos" ao construtor para um equipamento que "já tem lista de espera" e que irá investir cerca de "23 mil contos" só nos arranjos de superfície da praceta - cuja destruição é um dos receios expressos pelos vizinhos contestatários. Os promotores do parque dizem já ter sido emitida licença para o estaleiro instalado no local e que não abdicam do direito que lhes foi cedido pelo município há quatro anos.

Os deputados do PS, PCP e "Os Verdes" questionaram se a proposta poderia regressar à assembleia municipal depois de retirada por Santana Lopes, e defenderam que fossem procuradas alternativas para resolver esta situação.

João Gaspar, presidente da associação, disse ao PÚBLICO que o chumbo não inviabiliza o parque projectado: "Vamos continuar e fazer o nosso [único] piso. A sugestão de outras alternativas não faz sentido porque não há ali outros sítios para fazer o parque. A votação teve apenas razões políticas e os moradores vão ficar a perder". Este grupo propõe-se agora divulgar o seu projecto junto de todos os residentes da zona, dependendo o arranque efectivo das obras de autorização municipal.

 F.N., com Lusa

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A Destruição do Jardim da Rua José Lins do Rêgo

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