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A
Destruição do Jardim da Rua José Lins do Rêgo
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Editorais
do Jornal da Praceta
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Fado de Lisboa
A eleição de António Costa, a
15 de Julho 2007, por menos de 10% dos eleitores inscritos, foi apesar de tudo
vista como um sinal de esperança após um longo vendaval na gestão da Câmara
Municipal de Lisboa. Não foi necessário um ano de governação, para estarmos
a chegar à
conclusão que o Fado de Lisboa está de volta.
O melhor exemplo, desta triste
fatalidade é de novo a questão do famigerado Auto-Parque Lins do Rêgo.
1. O processo do Auto-Parque Parque da Rua José Lins do Rego (Praceta), remonta a 1997 e surgiu desde logo envolto em ilegalidades e alegada corrupção, amplamente denunciados pelos moradores. A quase totalidade do moradores desta Praceta, recusaram
a localização do Auto-Parque num jardim público através de sucessivos abaixo-assinados.
A razão principal é que existem várias alternativas no local que são consensuais e com muito melhores
resultados para o fim em vista.
2. Diversos estudos da CML, incluindo elaborados pelo arquitecto Ribeiro Teles dão razão aos moradores e recomendam a preservação deste espaço verde, numa zona
extremamente poluída.
3. O antigo presidente da CML - João Soares - , quando foi alertado
para o caso em 2001 suspendeu de imediato a polémica destruição do jardim, e reconheceu que existiam alternativas melhores e consensuais. O envolvimento do então Presidente da Junta do Campo Grande no processo (PS), acabou por lhe custar uma enorme derrota eleitoral na
freguesia (Dezembro de 2001) .
4. Factos posteriores revelados na altura, mostraram que membros do PSD estavam envolvidos
nas negociatas do Auto-Parque. Os deputados do PSD e CDS-PP que se deslocaram ao
local foram igualmente unânimes que a localização do parque era um absurdo,
atendendo às alternativas existentes.
5. Pela razões anteriores desde 2001, o Partido Socialista, o Bloco de Esquerda, o Partido Comunista, Os Verdes e mais recentemente o próprio grupo Cidadãos por Lisboa assumiram PUBLICAMENTE este caso como um exemplo da desastrada gestão urbanística praticada por Santana Lopes e Carmona Rodrigues, que
procuravam prosseguir com o negócio.
7. Estes partidos de esquerda denunciaram o caso na Assembleia Municipal, nos diversos orgãos da CML, na Comunicação Social, eleições
autárquicas, etc. A própria Junta de Freguesia do Campo Grande (PSD), acabou por também publicamente por denunciar a irracionalidade da decisão, desvinculando-se das posições do PSD.
8. Em Março de 2004, por exemplo, o Partido Socialista chegou a trazer ao local um autocarro cheio de jornalistas para que os mesmos pudessem testemunhar in loco a forma irracional como o PSD/CDS-PP geriam a
CML. Artur Miguel Coelho, Dias Baptista e outros deputados do Partido Socialista no local
demonstram de forma inequivoca que existiam alternativas para a localização do referido parque, criticaram a falta de diálogo da CML com os moradores, a forma arbitrária como as decisões eram tomadas nos gabinetes.
Miguel Coelho continua a ser o responsável pelo grupo de deputados do Partido
Socialista na Assembleia Municipal.
9. Por proposta do Partido Socialista, a Assembleia Municipal, chumbou sucessivamente as proposta do PSD, denunciando
também as negociatas que envolviam este caso.
10. No dia 9 de Maio de 2008, os moradores foram alertados para a instalação na Praceta de uma
máquina para sondagens e pela informação que o processo de famigerado auto-parque estava de novo em marcha, agora com o apoio (?) do Partido Socialista. No dia 12, às 13h15 quando a profuradora iniciou os trabalhos, chamaram a Polícia Municipal,
a qual na altura teve dúvidas sobre a legalidade do que se estava a processar,
mas nada fez. Uma prática corrente durante o período de Santana Lopes e
Carmona Rodrigues.
11. A incoerência da actual CML gerida pelo Partido Socialista é total. O descrédito é absoluto. As piores práticas do passado estão de novo de volta, trazidas por um Partido que as denunciou de forma veemente no passado.
Está de novo de volta o Fado de
Lisboa, e como diz o dito bem português, mudaram-se as moscas, mas a porcaria
continua a mesma. Até quando ?
Carlos Fontes. 12 de Maio de
2008
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