Cultura:
Uma Incógnita Embora
Santana Lopes tenha sido Secretário de Estado da Cultura (1991-1995), os
resultados da sua acção variam segundo os principais analistas, entre o
desastroso e o calamitoso
(VER).
Em Dezembro de 2001, previmos o pior.
Cerca de quatro anos, infelizmente não nos enganamos.
Em 2002, quando
escrevemos o texto que a seguir tornamos a publicar, as expectativas sobre esta área na CML não eram as
melhores. Apesar disso defendemos que se devia dar o benefício da dúvida
à equipa escolhida por Santana Lopes. O balanço de 4 anos de
mandato, em Outubro de 2005, confirmou o pior dos cenários. A gestão
do património e dos equipamentos culturais que estão confiados à CML foi
caracterizada pela deriva de todo o mandato. Alguma coisa se fez, mas sem
nexo. Mais
Arquivo: Cultura:
A Grande Incógnita
(escrito em 2002)
As
intervenções culturais promovidas pela CML, durante o ano de 2002,
confirmaram as piores perspectivas que aqui apontamos. Veremos o que
acontecerá em 2003. A maioria das
câmaras municipais são hoje as principais promotoras de iniciativas
culturais, superando em muito a acção do Ministério da Cultura, cada
vez mais confinado a grandes projectos ou equipamentos culturais de âmbito
nacional. Trata-se de uma tendência comum a todos os países da União
Europeia. Na última década, os grandes investimentos feitos em Lisboa não
foram, neste aspecto, uma excepção mas a regra. É curioso constatar que
agora, com Santana Lopes, se tema o pior, isto é, uma verdadeira regressão
em termos culturais.
Basta
consultar o que se escreveu nos últimos tempos para facilmente se chegar
à conclusão que são cinco as razões pelas quais se justifica tão
baixas expectativas neste domínio.
1. A
passagem de Santana Lopes pela Secretaria de Estado da Cultura (1991-1995).Foram
cinco anos marcados por intervenções quase sempre polémicas com
resultados de efeito duvidoso, segundo os seus críticos. Um exemplo das
mesmas, foi dado involuntariamente por Santana Lopes numa recente visita
ao Parque Mayer. Em 1993, enquanto secretário de Estado da Cultura,
concedeu dezenas de milhares de contos do erário público a uma entidade
privada para que esta recuperasse uma sala de espectáculos ( Teatro ABC) . Passados anos, constata que esta esbanjou o dinheiro que lhe
foi dado, abandonou a sala, mas antes tratou de saquear o seu recheio. Não
consta que Santana Lopes tomasse na altura qualquer medida para evitar
esta e outras situações similares. Teme-se no fundo que a sua gestão,
na área da cultura, seja pautada por intervenções mediáticas de efeito
meramente ocasional.
2.
A
nova vereadora com o pelouro da cultura, Maria Manuela Pinto Barbosa.
Diz quem a conhece que não é de modo a sossegar ninguém pelas piores
razões. Como Directora-Geral de Acção Cultural na SEC, foi alvo de
constantes criticas que acabaram por conduzir à extinção deste
organismo, pelo próprio Santana Lopes. A sua participação na organização
de Lisboa Capital da Cultura - 1994, não foi isenta de críticas,
nomeadamente por ter fechado os olhos à pratica corrente de encher
as salas com convites gratuitos distribuídos
a amigos. Fez parte mais recentemente da equipa desastrada que apoiou José
Sasportes, que de escândalo em escândalo foi conduzindo este ministro da
cultura à demissão. A questão no fundo é esta: Terá Maria M.Pinto
Barbosa capacidade para tomar as medidas que esta área carece na CML?
3. A
desorganização que reina na CML. Os equipamentos culturais e as
iniciativas estão dispersas por tudo quanto é gente. No tempo de Jorge
Sampaio tentou-se introduzir um mínimo de racionalidade na gestão desta
área, criando-se para o efeito uma Direcção Municipal de Cultura,
Desporto e Turismo, mas esta nunca chegou a coordenar nada, nem sequer
teve director nomeado. A dispersão ao dificultar qualquer possibilidade
de controlo, permitia mais facilmente alimentar as clientelas instaladas.
A tudo isto há que acrescentar a existência de recursos humanos
especializados nesta área, por tudo quanto é serviço, menos onde
poderiam ter uma actuação mais condicente com as suas qualificações e
capacidades. 4.
O património
da esquerda. A esquerda, como escreveu A.M.Seabra, sempre reclamou
como seu o património cultural do país. Em termos internacionais
afirmou-se como herdeira da razão e da modernidade que alimentou todas as
vanguardas na arte ou na cultura. Em Portugal, durante a longa noite
salazarenta, a intelectualidade confundiu-se com a esquerda e a
direita identificou-se com o obscurantismo. A grande incógnita está hoje
em saber qual o tipo de manifestações culturais que passarão a ser
promovidas pela CML A julgar pela primeira que acaba de ser anunciada -
construção de uma estatua de homenagem às vitimas de FP-25-, não se
augura nada de bom. Estamos ainda ao nível de um confronto primário
entre símbolos de direita e da esquerda. Procura-se ainda ajustar contas
com um passado mal resolvido.
5. A riqueza
e diversidade de equipamentos culturais.
Na construção de
equipamentos culturais, em Lisboa, destacam-se claramente dois períodos:
Os anos 30/40, quando a influência de Pastor Macedo foi determinante, e a
que se inicia com Jorge Sampaio em 1990. A CML possui hoje uma vasta rede
de equipamentos culturais de inquestionável valor, a que haverá que
acrescentar os que algumas juntas de freguesia foram entretanto criando. A
tudo isto há que acrescentar um apreciável número e qualidade de s
iniciativas culturais. O problema de fundo é neste aspecto o seguinte:
Será a nova gestão autárquica capaz de o dinamizar e promover com um nível
ajustado a capital europeia? É neste ponto que as dúvidas são enormes.", 2002
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