Santa Lopes (2002-2005)
Futebol
& Futebol
É
sabido que a CML há muito contribui activamente para alimentar as negociatas dow
clubes de futebol do burgo.
Santana, antigo presente do SCP, não quer ser acusado
favorecer mais uns que outros, e vai daí transformou-se num mãos largas com o património
que é de todos. Não consta que tenha iguais preocupações com as escolas da
capital. Estas recebem pouco mais do que migalhas do orçamento camarário.
A Negociata do SLB e a
CML
(Negociata dos Estádios de Futebol
)
É sabido que as câmaras
municipais de Portugal investem uma boa parte do seus recursos nos clubes de
futebol. Há muito que as suas
prioridades não são a qualidade de vida dos seus munícipes, mas as negociatas
do futebol. A CML não é neste capítulo
nenhuma excepção, bem pelo contrário. Basta recordar que Santana Lopes acaba
de investir só no SLB, mil vezes mais do que a nos últimos 30 anos a CML
investiu em todas as escolas de Lisboa.
Se não fosse assim,
provavelmente Portugal não seria recordista na taxas de analfabetismo em toda a
Europa.
Abril de 2002
A solução
encontrada por Santana Lopes para financiar a construção do Estádio do
Benfica, reuniu de imediato um consenso. A empresa SOMAGUE foi afastada da
exploração imobiliária dos terrenos do Estádio da Luz, sendo substituída
por um empresa municipal (EPUL). O dinheiro obtido com este e outro
empreendimento será depois distribuído pelo Benfica, Sporting e outros clubes
desportivos da cidade. Jornal da Praceta depois de ouvir técnicos da CML ficou
com imensas dúvidas sobre a transparência deste processo. Foi-nos afirmado que
este esquema torna mais fácil todas as trafulhices, dado que a empresas
municipais estão acima de qualquer fiscalização. Desta forma, os munícipes
nunca chegarão a saber quanto lhes foi retirado para alimentar a mafia do
futebol. Observação final:
Acontecimentos posteriores vieram a confirmar os nossos receios.
Fins de Janeiro
de 2002 Nesta altura, o caso Benfica-CML
atingia dimensões surreais, tentando este Clube extorquir o máximo de verbas
possível, e Santana Lopes, encontrar um modelo de engenharia financeira para
tornar "aceitável" perante a opinião pública o
"negócio".
Os últimos episódios
sobre a construção da Estádio da Luz são próprios de uma qualquer república
das bananas, não de um país europeu. Nunca o termo choldra, aplicado por D.
Carlos para se referir a Portugal, foi mais apropriado para definir este país e
em particular, o que se passa nesta cidade de Lisboa.
1º. Um
ex-presidente da CML (João Soares) que se recusa a esclarecer sobre o que em
privado andava a prometer a um clube de futebol, sem nunca ter dado, como devia,
disso conhecimento aos orgãos representativos dos munícipes, revelando desta
forma a mais completa ausência do sentido de equidade, imparcialidade e
transparência que devem nortear as actuações dos dirigentes públicos.
2º.Um presidente de
um Clube de Futebol (Sport Lisboa e Benfica) que se comporta como um reles
chantagista junto de um orgão do Estado (a CML), e que vem só agora a público
evocar um role de combinações secretas que teria feito com um ex-autarca.
Neste processo não consegue sequer explicar a que título deve a CML
"honrar" um compromisso realizado em privado entre três comparsas.
3º.Uma empresa de
construção civil (SOMAGUE), envolvida nas obras do novo estádio e que
irá explorar os terrenos a ele adjacentes, pela voz do seu presidente (Diogo
Vaz Guedes), faz ameaças públicas de chantagem junto da CML para que esta ceda
a combinações secretas que envolvem a utilização abusiva de dinheiros e do
património público.
4º.Um membro do
Governo (José Lello, Ministro da Juventude e Desporto) que em vez de colocar as
coisas na sua correcta posição - a exigência da mais completa transparência
e legalidade do processo -, embarca na mesma atitude chantagista de uma empresa
de construção civil e de um presidente de um clube de futebol. O mínimo
que se exigia que fizesse era a participação do caso à Procuradoria Geral da
República para averiguar possíveis indícios de corrupção ou tráfico de
influências, de modo a salvaguardar a imagem do Estado português já muito
desacreditado no plano internacional.
Independentemente do
desfecho deste processo - ceda ou não ceda a CML à chantagem que é alvo - uma
coisa é certa: A partir deste momento qualquer cidadão deste país, tem razões
suficientes para pensar que o Estado e as autarquias estão dominados por redes
de mafiosos que actuam na mais completa impunidade nas costas nos cidadãos,
extorquindo dinheiro e delapidando o património público.
As Promessas Secretas
de João Soares A
Chantagem do SLB & SOMAGUE A
Actuação de um Ministro Incompetente
A candidatura. Uma das medidas
mais emblemáticas do Governo Socialista, conduzido por António Guterres, entre Dezembro de 1995 e Março de 2002, foi a
apresentação de uma candidatura para realização, em Portugal, do
Campeonato Europeu de 2004. Esta candidatura implicava o compromisso
de construir ou remodelar profundamente 10 estádios de futebol, sendo
o seu financiamento em parte assegurada pelo Estado. A candidatura
acabou por sair vencedora.
Clubes Falidos. A questão nada tinha de
especial se não fosse o facto da maioria dos clubes de futebol estarem falidos, e
serem geridos por dirigentes para quem o futebol só lhes interessa
como plataforma para os seus negócios privados e o tráfico de
influências junto do Estado e das autarquias. A resolução dos seus frequentes
buracos financeiros tem sido resolvida pelo Estado e as autarquias através de
um sem número de
compromissos, que rapidamente se tornam letra morta quando os clubes obtém os
financiamentos pretendidos.
Ninguém tinha dúvidas que clubes, como o
Benfica ou o Sporting, quando decidiram construir os seus próprios estádios
estavam longe de ter assegurado o seu financiamento. Todos partiam do
pressuposto que, nesta república das bananas, o dinheiro acaba sempre por
aparecer sacado dos bolsos dos contribuintes portugueses. As dívidas dos clubes
tem sido até ao momento sempre saldadas por políticos corruptos e
dirigentes incompetentes e invertebrados.
A este respeito, o Benfica não tem sido diferente
do Sporting ou do Belenenses. Ainda em 1995, a CML permitiu que o Benfica
construísse uma urbanização junto ao Estádio, cujas verbas reverteram para os cofres
do clube. A autorização da CML foi concedida na condição de no local serem
também construídas uma piscina e campos
de ténis, mas estes equipamentos desportivos jamais foram construídos, nem se
prevê que o venham a ser. O que interessou ao Benfica, na altura, foi a pura
especulação imobiliária. É um caso entre inúmeros outros.
Face a este panorama
ninguém tinha dúvidas que a quase totalidade do financiamento para
os novos estádios viria de obscuros negócios com as autárquicas. De
acordo com a prática corrente iríamos assistir a mais uma série de
atropelos aos planos urbanísticos, a cedência de terrenos públicos
a entidades privadas para especulação imobiliária, a concessão de
licenças para bombas de gasolina, a transferência de dinheiros
públicos para os clubes e os bolsos dos seus dirigentes, etc. Tudo
isto perante a mais completa complacência de que tem por missão
zelar pelo cumprimento da Constituição da República e da
transparência, equidade e imparcialidade da administração pública.
As promessas. Em Lisboa, os dois
principais clubes (o Sporting Club de Portugal e o Sport Lisboa e
Benfica) decidiram construir dois novos estádios de futebol. O Estado
entrou com o dinheiro que lhe correspondia e a CML, fechou os olhos a
uma série de barbaridades urbanísticas e própria especulação
imobiliária que preparava para se fazer nas áreas envolventes aos
respectivos estádios. O problema é que os clubes estão falidos e
acumulam enormes dívidas, e precisam de muito mais dinheiro do que o
inicialmente prometido, não apenas para os novos estádios, mas para
fazerem frente às despesas correntes. É aqui que começa o
verdadeiro problema. João Soares, então presidente da
CML,percebe a situação e tenta reduzir os investimentos camarários,
propondo a construção de um único estádio municipal. Os clubes
não estão de acordo. Para agradar a gregos e a troianos, João
Soares, começa a negociar em privado questões que deviam de ser
assumidas publicamente e com toda a frontalidade. Às bocas esfomeadas
dos clubes de futebol terá então prometido mundos e fundos que não
lhe pertenciam. Para calar o Futebol Clube Os
Belenenses, garante-lhe 1,5 milhões de contos (de 7,75 milhões
de euros) para a remodelação do seu estádio. Para calar o Sporting Clube de
Portugal, autoriza a urbanização dos terrenos adjacentes ao
estádio já anteriormente cedidos pela autarquia.
Para calar o Sport Lisboa e Benfica,
terá prometido idênticas contrapartidas às do Sporting. É de
admitir que João Soares tem consciência que a situação financeira
do Benfica é muito pior que a do Sporting. O seu anterior presidente,
Vale e Azevedo, está preso e responde nesta altura em tribunal por
falcatruas praticadas no Benfica. Nada aliás que já não tivesse
acontecido a um dirigente sportinguista. Negociar com os clubes de
futebol de Lisboa é uma tarefa de alto risco. O certo é que, após
as eleições de 16 de Dezembro de 2001, quer o Benfica, quer a empresa construtora do seu estádio e promotora imobiliário dos terrenos
adjacentes ao estádio (SOMAGUE), apresentam publicamente uma lista
compromissos verbais de João Soares. Ameaçam também a CML e o próprio
Estado que caso estes compromissos não fossem satisfeitos as obras de
construção do novo estádio seriam de imediato suspensas. Fica-se então a
saber que estes compromissos contemplariam entre outras as seguintes benesses:
1.A participação da CML com 12,5 milhões de
euros (cerca de 2,5 milhões de contos) na construção do novo
estádio. 2.A mudança do Plano Director
Municipal para permitir a urbanização da área envolvente, por uma empresa de
construção Civil (Somague), o que implicaria um
aumento da volumetria da área de construção nos terrenos do actual estádio
de 80 mil para 160 mil metros quadrados. 4.Autorização para a abertura de
mais uma bomba de gasolina, em Lisboa, em terrenos cedidos pela CML, junto
ao eixo Norte-Sul ou na Av. Lusíada.
A questão, agrava-se se tivermos em conta que se
a CML desse estas benesses ao Benfica, teria que dar outras idênticas ao
Sporting. Milhões de contos ou euros sairiam assim dos cofres do públicos,
desbaratados em negociatas privadas.
O Negócio das
Contrapartidas com a CML A história da CML está repleta de obscuros negócios
de contrapartidas. Até ao momento os chantagistas tem levado sempre vantagem.
Recordemos a título de exemplo, o célebre caso do Luna Park. Tudo começou em
1979, quando Félix Naharro Pires propõe ao então candidato Kruz
Abecasis a criação de uma sociedade destinada à construção deste parque de
diversões. A CML e o Jardim Zoológico, que também participa no negócio, começam
por entrar com dinheiro e património para uma risonha sociedade. Pouco depois,
quer a CML, quer o ZOO estão completamente envolvidos numa teia de compromissos
e chantagens. Ao longo de 10 anos, a CML entra com milhões de contos e delapida
parte do património público, numa fantasmagórica sociedade construtora de um
parque que nunca passou da fase de projecto. Félix Pires que nunca entrou
com um euro para a dita sociedade, no mesmo período e à conta da dita
sociedade amealhou uma fortuna e torna-se administrador do Jardim Zoológico.
Este caso da negociata de Santana Lopes com o SLB
promete novos e obscuros desenvolvimentos.
|