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Gestão
socialista e comunista (1990-1995)
Jorge Sampaio
Jorge
Sampaio (Presidente:1990-1995.PS). A chegada da Esquerda ao poder na CML foi rodeada de enorme
expectativa. Sampaio começou por encomendar um mega-estudo para modificar o funcionamento dos serviços
camarários. Os resultados nunca apareceram. O que estava mal, mal
continuou. Apostou no Planeamento Estratégico. De planeamento urbano pouco
se viu. Definiu como prioridade a renovação da Av. da Liberdade, da Praça
de Espanha, o fim dos bairros de barracas, a reconversão do Casal Ventoso,
a requalificação do Martim Moniz, etc. Em seis
anos pouco desta ambicioso programa concretizou. Melhores resultados obteve na criação de novos
equipamentos culturais, onde João Soares fez um bom trabalho. Neste
período foi enorme a animação da cidade, não fosse Lisboa Capital
Europeia da Cultura em 1994. Os
lisboetas acabaram por lhe dar uma nova maioria, em 1993, por ter remendando muitas
das decisões disparatadas do seu antecessor. Abandonou o cargo em 1995
para se candidatar à Presidência da República.
Vereadores
Eleitos com Pelouro
João Soares
(Vereador do PS). Pelouros: Cultura; Gabinetes de Estudos Olissiponenses;
Espaços Verdes
Rui Manuel de
Carvalho Godinho (Vereador
do PCP). Pelouros; Limpeza e Saneamento; Reabilitação Urbana.
António
Manuel Anselmo Aníbal
(Vereador independente). Pelouros: Modernização e Reorganização dos
Serviços.
Vasco Seixas
Duarte Franco
(Vereador do PS). Pelouros: habitação; segurança de pessoas e
bens;Gestão de Recursos Humanos.
Victor Jorge
Palma da Costa
(Vereador do PCP). Pelouros: Ambiente; Turismo.
José Luís
Rego Mendes (vereador
do PCP). Pelouros:Educação e Juventude; Desporto.
L uis
Filipe Ottolini Coimbra (vereador
independente. Monárquico). Pelouros: Iluminação Pública;Gestão do
Parque Municipal de Campismo.
António
Machado Rodrigues
(vereador do PS). Pelouros: Trânsito e Infra-estruturas viárias
Luis Filipe
Ferreira Simões
(vereador do PS). Pelouros: Finanças; Património
Vereadores Eleitos sem Pelouro: Carlos José
Vaz Pardal (CDS-PP) |
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Gestão
do CDS-PP/PSD/PPM
(1980-1990)
Nuno Krus Abecasis

No edificio Central do Município, no Campo Grande, até 28 de Março, pode ver mais uma exposição que Carlos Moedas&Compª. anda a promover sobre Nuno Krus Abecasis, por três vezes eleito presidente do CML (1980-1990). A exposição é, como se compreende, laudatória. Os registos fotográficos são interessantes, mas os textos que os acompanham miseráveis. Omitem, por exemplo, a forma errática como Abecasis geriu a Câmara, orientada por critérios simplemente mediáticos, centralizados na sua pessoa.
A sua grande promessa eleitoral em 1979, era construir um Luna Park, que acabou num enorme buraco financeiro para a autarquia. Não tinham qualquer visão urbanistica para a cidade, pretendeu semear "arranhas céus" pela cidade para lhe dar um "ar de modernidade". Descurava as medidas mais básicas de segurança urbana, cujas consequências foram catastróficas, como se viu no incêndio do Chiado.
Embora tenha gerido a CML numa época de "vacas gordas" (entrada verbas em abundância da CEE), não conseguiu lançar um projecto consistente para a irradicação das barracas na cidade. Bairros de barracas foram inclusive legalizados. Tudo era decidio de forma casuistica, sem perpectivas de futuro.
Nasceu em Faro a 24 de Outubro de 1929, mudou-se para Lisboa
aos nove meses e era engenheiro na Sorefame aquando do 25 de Abril
de 1974. Inicia então a sua actividade política no Partido da Democracia Cristã
(PDC), transitando para o CDS no final de 1975.
Em 1978, passou uns meses como secretário de Estado das Indústrias
Extractivas, no Governo PS-CDS. Encabeçou a lista CDS-PSD para a
Câmara de Lisboa, em 1979 e ganha com eleições por maioria absoluta. Voltou a
ganhá-las por maioria relativa em 1985. Desenvolveu uma gestão
populista e centralista à custa de um enorme esforço pessoal. Uma paixão,
segundo o próprio. "Saía
dos Paços do Concelho muito depois da meia-noite e estava de
volta às seis da manhã, atravessando maratonas de reuniões
camarárias a dormitar. Concentrava todas as decisões, arrastava
os outros atrás dele e, nos intervalos, encontrava sempre tempo
para atender quem o procurava. Depois, saía para a cidade. «Sendo presidente, era mais fácil
encontrar-me numa taberna ou num bairro da lata do que no Palácio
da Ajuda», recordou mais tarde. Era verdade, populismo genuíno."(Frederico
Carvalho, in Expresso).
Entre
1980 e 1989 a cidade de Lisboa altera-se profundamente, acentuando-se
o brutal contraste entre as novas construções e os bairros
degradados e a proliferação de barracas por toda a
cidade, incluindo no centro. O lisboeta abandona a rua e as
praças e refugia-se nos centros comerciais, os únicos locais
tratados e seguros que a cidade tem para lhe oferecer.
Foi
o fundador da UCCLA, a união das capitais lusófonas e presidiu à Fundação Cidade de Lisboa.Morreu
a 14 de Abril de 1999, no Hospital de Santa Cruz, em Lisboa. |