Resultados
Eleitorais 2013 - Eleições para a Câmara Municipal de Lisboa
Votação na Freguesia de Alvalade
(antigas freguesias de
Alvalade, S. João de Brito e Campo Grande)
2013 |
2009 |
Partido |
% Votos |
Votos |
% |
Votos |
PS |
46,35 |
6.592 |
37,88 |
6.929 |
PSD/CDS/MPT |
29,46 |
4.190 |
48,70 |
8.909 |
PCP |
7,44 |
1.053 |
5,30 |
970 |
BE |
4,5 |
640 |
3,71 |
679 |
Brancos |
4,36 |
620 |
1,60 |
293 |
Nulos |
2,88 |
409 |
0,90 |
165 |
PAN |
2,3 |
327 |
- |
- |
PPM |
1,34 |
191 |
- |
- |
Eleitores inscritos: 30.414
Votantes: 14.221 (46,76%)
|
Eleitores inscritos: 31.769
Votantes: 18.293 (57,58%) |
No concelho de Lisboa o Partido
Socialista obteve a maior vitória
eleitoral que jamais algum partido ou coligação obteve em Lisboa - 50,91% dos
votos expressos. A verdade é que em relação a 2009 teve menos votantes (cerca
de 7 mil).
O PSD/CDS, em relação a 2009,
perdeu mais de 50% dos votantes, passando de 108.457 votos para 51.156. O PCP
manteve o seu eleitorado. O BE perdeu mais de 2 mil votantes.
O facto mais significativo foi o
aumento dos não votantes (54,94%), dos votos em branco (4,04%) e votos nulos
(2,86%), números que revelam a podridão em que caiu o regime político em
Portugal.
A Grande
Oportunidade de Mudança ?
(desejo
manifestado antes das eleições)
A administração da cidade de Lisboa
é o exemplo paradigmático do que se passa na administração pública em Portugal:
Um verdadeiro descalabro !
Ao longo dos anos hordas de
políticos incompetentes, demagogos e corruptos, esbanjaram recursos que a câmara
não possuía. Criaram estruturas perdulárias, que só podem ser mantidas através
de um contínuo endividamento. Os tempos eram de festa e desvario ! O resultado é
uma câmara falida, que continua a endividar-se para manter o que já não devia
existir.
A única saída possível passa agora
por extinguir juntas de freguesia, empresas, departamentos e serviços
municipais, mandar para casa bandos de presidentes disto e daquilo, deputados e
assessores. É tempo de acabar com os rendimentos que se têm nutrido as hordas
de parasitas que controlam a CML. É tempo de libertar Lisboa da parasitagem,
melhorando Portugal.
António Costa: Da Esperança à Desilusão
Desde
o dia 1 de Agosto de 2007 que o novo presidente da CML tem vindo a dar sinais
contraditórios de uma política que exigia ser firme no combate a longos anos
de desvario.
Em
vez de cortar no despesismo e desperdício camarário, nomeadamente realizando
reformas de fundo e impondo uma política de exigência e rigor, preferiu
contemporizar com tudo e todos. O resultado está à vista: a gestão da cidade
está completamente paralisada. As dívidas acumuladas não param de aumentar. A CML ao não cumprir minimamente com as suas
funções, deixou de existir, mas os seus cangalheiros continuam a pensar o
contrário. Mais "Da
Corrupção à Crise - Que Fazer ?" (2013)
Desde a restauração
do regime democrático em Abril de
1974, Portugal já esteve por três
vezes à beira da bancarrota. No
centro deste problema está uma
sistema político-partidário assente
na corrupção, que suga
importantes recursos económicos do
país e destrói a própria democracia.
Bandos de políticos mafiosos desde a
Presidência da República, passando
pela Assembleia da República e
terminando na Juntas de Freguesia,
apropriaram-se em proveito próprio
dos recursos do país, lançando-o em
cíclicas crises.
Na mesma altura em
que Paulo Morais lançava um
importante livro - "Da Corrupção
à Crise - Que Fazer?" (Junho de
2013) - começava a ser julgado nos
tribunais mais um caso de corrupção,
peculato e abuso de confiança na
Câmara Municipal de Lisboa,
envolvendo antigos dirigentes da
empresa municipal Gebalis.
Entre 2006-2007 cometeram na mais
completa impunidade todo o tipo de
actos ilícitos, contribuindo desta
forma para levar à ruina a empresa,
aumentar a dívida (insustentável) da
CML e do próprio país.
Como não há duas sem três, e como
estamos em ano de eleições autárquicas, a Junta de
Freguesia do Campo Grande, em boa hora extinta, depois de andar
anos e anos a destruir um jardim
público na Rua José Lins Rêgo
(1997-2012), envolvida num escabroso
processo de corrupção e todo o tipo
de actos ilícitos, resolveu
(finalmente) repor o que destruiu,
"recuperando" parte do jardim
(25/6/2013). Primeiro pagou para
destruir, depois pagou para
recuperar o que havia mandado
destruir. Muitos foram os que
lucraram com esta "política", os
moradores é que não. Um caso que ilustra a
forma como os dinheiros públicos
foram geridos, e que explica bem a
atual crise económica e política que
se vive em Portugal. A roubalheira
tem sido a regra. Mais As
juntas de freguesia, com raras
excepções, têm sido geridas por este
tipo de gentalha escolhida pelos
diversos partidos políticos, com o
objectivo de perpetuarem o próprio
sistema político-partidário. A Campanha dos
Comentadores Televisivos
As eleições autárquicas em Lisboa
atingiram há muito o grau zero da política. O debate sobre as grandes questões
da cidade foi substituído pelo mexerico em torno dos comentadores televisivos
que os principais partidos políticos apresentam como candidatos à presidência da
CML. Tudo o mais é irrelevante. A qualidade dos candidatos mede-se pela sua
notoriedade televisiva, o falatório que conseguem provocar, e sobretudo, a sua
capacidade de entretenimento dos telespectadores.
Nestas eleições concorrem dois
destacados comentadores: António Costa (Quadratura do Círculo, Sic Notícias) e
Fernando Seara (antigo comentador desportivo da RTP, actualmente na TVI).
Sobre António Costa e a sua
famigerada equipa vereadores estamos conversados, espera-se mais do mesmo. A
grande novidade está nessa personagem chamada Fernando Seara, que reúne
todas as condições para superar aquilo que foi a governação de Santana Lopes da
CML. Este "atiradiço" advogado, possui no seu "vasto" currículo três
preciosos trunfos capazes de reunir à sua volta uma ampla base de apoio:
a) Construção Civil e Obras
Públicas. Trabalhou na Associação Nacional de Empreiteiros e Obras Públicas,
e na empresa de construção Mota-Engil. Numa câmara dominada pelas mafias da
construção e especuladores imobiliários era difícil encontrar um melhor
candidato.
b) Universidades Privadas.
Como convém aos políticos da nova geração exerceu funções docentes em
universidades privadas, as escolas preferidas das juventudes
partidárias e onde se formaram os actuais lideres partidários. Foi professor
na Universidade Internacional e na Universidade Lusíada de Lisboa - , por onde
passaram personagens como Miguel Relvas, Passos Coelho (lider do PSD), etc. Se
António José Seguro ( lider do PS), preferiu "estudar" na
Universidade Autónoma de Lisboa (privada), não deixou de ter como
assistente Miguel Relvas na cadeira Marketing Político, no Instituto Superior de
Comunicação Empresarial (privada). Esta maltosa andou toda na mesma escola.
c) Benfiquista-Comentador Desportivo.
É sabido a influência que as
mafias do futebol
possuem na sociedade portuguesa, que já levou à ruina várias câmaras municipais
de norte a sul. Num ano de eleições legislativas, em 1995, a RTP lançava um
programa desportivo "Jogo
Falado",
cuja principal atração era a guerra de palavras entre Fernando Seara
(benfiquista), Dias Ferreira (Sporting) e Guilherme Aguiar (FC Porto).
Foi neste programa que adquiriu a notoriedade pública que, foi logo aproveitada
pelo PSD para o "transformar" num novo
deputado da Assembleia da República
(1995). Face ao contínuo sucesso do programa televisivo, o PSD, em 2001, propõem-no presidência da
Câmara Municipal de Sintra.
A mafia do futebol saiu vencedora. Fernando Seara, à semelhança de outros
autarcas-comentadores-televisivos (Moita Flores, António Costa, Santana Lopes, etc), acumulou a câmara com a televisão, ciente que era a esta que devia a sua
carreira política.
Embora a gestão da
câmara de Sintra tenha sido um completo desastre, a verdade é que a mesma era
largamente compensada com a notoriedade pública que obtinha nos comentários
desportivos, agora na TVI. Conseguiu a proeza de reforçar a sua notoriedade, ao
casar-se com a conhecida "locutora"... Judite de Sousa.
Fernando Seara, após três mandatos em Sintra
(2002-2013), aceitou mais uma missão dos partidos de direita: rentabilizar na
capital (Lisboa) a notoriedade televisiva que ainda possui, conseguindo o mesmo
êxito que teve no dormitório (Sintra). ideias para Lisboa? Nenhumas, se
tivermos em conta a entrevista que deu ao jornal do Público (8/9/2013),mas isso
tem alguma importância?
Fernando Seara, a partir da sua própria
experiência política, convenceu-se que o importante é a notoriedade
pública, não as ideias políticas dos candidatos. Nesse sentido, convidou o
futebolista Paulo Futre para a presidente da junta de freguesia de
Campolide ( ! ). O futebolista, revelando alguma lucidez
democrática, ac acabou por recusar o convite (2/2013). Este caso ilustra a total falta de respeito que os partidos políticos em Portugal tratam a
população, num regime político pseudo-democrático.
A Democracia em Portugal está
transformada numa farsa. A participação dos cidadãos está limitada a
fazerem uma cruz numa lista partidária (fechada) cujos membros, com excepção
dos cabeças de lista, ninguém conhece.
Mais
Carlos Fontes |