Arquivo

 

Anterior

.

 

Arquivo Histórico da antiga Junta de Freguesia do Campo Grande ( -2013)

A população do Campo Grande, em 2013, recebeu com total indiferença a notícia que a "sua" Junta de Freguesia iria ser extinta. Muitos foram os que sentiram inclusive um verdadeiro alívio, pois abria perspectivas de alguma mudança. Quase ninguém era capaz de identificar um único trabalho realizado pela Junta. Face ao que podemos observar e documentar a junta tornou-se n numa escola de malandragem.

O Campo Grande,  no contexto das três freguesias que reunidas em 2013, possuia algumas particularidades que importa referir. 

Grande parte do território desta freguesia era ocupado por três universidades (UL, ISCTE, Lusófona) e instituições públicas e privadas (Torre do Tombo, BN Portugal, Hospital Júlio de Matos,  Hipódromo do Campo Grande, etc) . Do "Bairro de Alvalade" abrangia o chamado "Bairro das Caixas" (células 1 e 2) e outras áreas socialmente mais complexas com a Quinta da Calçada - Quinta dos Barros e as Murtas. Exemplos que revelam a diversidade do território com polos habitacionais dispersos.  

 

Arruamentos Relação

Símbolos: Orago, brasão e bandeira

População: Dados Estatísticos

No princípio do século XXI a freguesia do Campo Grande atravessava um dos piores periodos da sua história, tendo à frente da Junta dos mais desqualificados presidentes que era suposto possuir. O perfil escolhido pelos partidos politicos para a presidência de  juntas como a do Campo Grande era o dos reformados e com tempo disponivel. Recebiam em troca um "incentivo financeiro " que era um verdadeiro complemento da reforma. Tinham também  a possibilidade contratarem velhos amigos para a prestação de serviços irrelevantes à Junta ou alegadamente aos fregueses. No Campo Grande não se limitarem a esta prática corrente e envolveram-se no apoio a grandes negociatas. 

Valdemar António Fernandes de Abreu Salgado (PSD). Depois de se reformar, dedicou-se à politica e calhou-lhe logo assumir a presidência da junta em 2002, devido à desastrada presidência de Joaquim Leitão da Rocha Cabral. Ficou na junta até 2013. Ninguém o conhecia no inicio e também muitos poucos conseguem dizer algo que tenha feito no fim do último mandato, apesar dos rios de dinheiro gastos na promoção da sua figura. Nunca se podia confiar na sua palavra: aos moradores dizia uma coisa e na assembleia municipal, por exemplo, afirmava o contrário. Uma prática similar era assumida na mesma altura pelo presidente da Junta de Freguesia de São João de Brito.      

Jornal da Praceta fez-lhe formalmente um convite para deixar o seu testemunho de três mandatos (2002-2013). Prometeu-nos que o faria em Novembro de 2015 e ainda continuamos à espera, somos pacientes.

Joaquim Leitão da Rocha Cabral (PS). Este engenheiro ligado à industria nuclear, fez parte do I, II e IX governo constitucional. Passou pelo Governo de Macau (1987-1989), chefiado por Carlos Melancia, que veio a ser acusado de corrupção passiva (Caso do Fax de Macau). Em 1992 assumiu a presidência da junta de freguesia do Campo Grande, cargo que só abandonou em 2001, tendo falecido a 17/1/2003. Como presidente da junta foi um verdadeiro desastre.

A partir de 1997 deu cobertura a um bando de mafiosos, que a pretexto da construção de parques privados de estacionamento em jardins públicos procuravam apropriarem-se de terrenos públicos. Os moradores do Campo Grande alertados para a atividade criminosa que estava em marcha, organizaram-se e lutaram durante mais de 15 anos contra o bando que contava na CML com grande número de cúmplices. Mais

O Campo Grande durante os seus desastrados mandatos (1992-1995; 1996-2001) foi voltado ao mais completo abandono, tornando-se numa das zonas mais perigosas de Lisboa. Ficou na altura associada à criminalidade violenta, pedófilia, prostituição masculina e tráfico de droga. 

Sofreu um pesada derrota eleitoral em 2002, por um candidato totalmente desconhecido proposto pelo PSD.

 
 

Casos

Espaços Públicos. A freguesia do Campo Grande estava  transformada numa imensa lixeira, como abundantemente documentamos. O estado de abandono tornou-se a sua imagem de marca. Em Março de 2004 escreviamos: "Uma freguesia ao abandono. Numa época de contenções orçamentais, a Junta de Freguesia do Campo Grande desdobra-se em acções promocionais do seu presidente & companhia no executivo. Nenhum outro propósito se vislumbra nas mesmas. Uma coisa é certa: quem paga esta montra de vaidades são sempre os mesmos - os contribuintes. Os problemas da freguesia esses estão a ser completamente ignorados. O actual executivo é da mesma cor política do partido que está à frente da CML (PSD, logo não convém fazer criticas sobre a forma como a cidade está a ser gerida. Pelos vistos não aprenderam nada, com a experiência do anterior executivo (PS)."

O resultado desta ação criminosa ficou bem patente no aumento da criminalidade que conduziu abandono de equipamentos públicos como as piscinas e esplanadas do Campo Grande, Caleidoscópio, etc.

Cidade Universitária. A Junta tinha uma relação dificil com a Universidade de Lisboa, e esta com a Junta e a CML. Ninguém se entendia sobre quem devia limpar a Alameda da Universidade e suas áreas afins. Em pouco tempo toda zona ficou degradada e passou a ser frequentada por marginais.

Logradouros. A apropriação privada dos espaços públicos disparou, estimulada pelo apoio que a Junta dava ao negócio da construção de parques de estacionamento privados no lugar de jardins públicos. Nos logradouros nas traseiras dos edificios, nomeadamente no Bairro das Caixas proliferava novas barracas e muros que cortavam os antigos caminhos pedonais. A Junta remeteu-se ao mais absoluto silêncio. Nos logradouros que eram visiveis a quem transitava nas ruas,a Junta ofereceu-se para limpar os que ainda se conservavam.  Um grande número deles começaram a ser cimentados.

"Aeroporto enche de medo população das Redondezas", JN,6/7/2002

Poluição. Enquanto se assistia à degradação e destruição dos espaços verdes, ocorria um brutal aumento de tráfego nas principais artérias da freguesia disparou a poluição atmosférica e sonora na freguesia. Como se isto não bastasse o tráfego aéreo aumentou exponencialmente.Nas raras vezes que o executivo da junta de Freguesia se referiu em concreto aos problemas da Freguesia, foi a 6 de Julho de 2002, numa entrevista ao Jornal de Notícias, revelou que os moradores andavam ( e andam) receosos que um dia qualquer um avião lhes caía em cima. Queixavam-se (e queixam-se) do ruído provocado pelos aviões. Mostrava-se igualmente preocupado com a situação particular: "Moro num oitavo andar a 500 metros do Júlio de Matos e costumo dizer, por brincadeira, que um dia destes acordo com um avião à cabeceira."

Cartões de Parabéns. Numa  Freguesia do Campo Grande abundavam os problemas na Junta recém eleita centrou a sua actividade a  felicitar os moradores no dia do seu aniversário. A iniciativa que indignou muitos moradores, acabou por ser suspensa pouco tempo depois.

Cartões de Boas Festas A aproveitando a época natalícia e enviou para casa de todos os fregueses um cartão de Boas Festas, com o retrato do executivo. Ninguém os conhecia e nada fizeram para que fossem notados. Janeiro de 2003

Boletim da Junta de Freguesia. Apesar de afirmar que os recursos eram muito limitados, não tardou a surgir luxuosos boletins sem informação que justificasse a sua edição. Aguns destes boletins eram verdadeiras preciosidades de propaganda delirante que mudava de acordo com as circunstâncias . O boletim de Outubro de 2003 faria corar de inveja Voltaire, o célebre autor de "Cândido". É quase impossível imaginar uma freguesia mais feliz do que aquela que os redactores do Boletim se esforçaram em descrever. Lendo-o, nem uma palavra se encontra sobre os problemas da Freguesia. Tudo é omitido: o lixo e os buracos nos passeios e ruas da freguesia. O aumento da criminalidade e da poluição na zona. A degradação dos espaços verdes. A transformação do Jardim do Campo Grande num local de prostituição e criminalidade. O aumento de construções clandestinas nos logradouros do bairro. O fim dos apoios à pratica desportiva promovido pelas colectividades, como o xadrez. Etc. Etc..A verdade é que toda a informação relevante do citado Boletim se reduz em afirmar que a Junta vai prosseguir no arranjo de uma série de logradouros, contribuindo desta forma para diminuir as lixeiras na Freguesia. Facto que louvamos a iniciativa. O Boletim da Junta datado de Fevereiro, mas distribuído em Março de 2004, parecia revelar uma mudança na política na Junta. O seu presidente, lembra que na sessão do dia 3 de Fevereiro na Assembleia Municipal de Lisboa, apelou a uma urgente intervenção da CML para proceder à requalificação do Jardim do Campo Grande e ao "aproveitamento do espaço entre os logradouros traseiros dos Bairro das Caixas, actualmente ao abandono e servindo de lixeira a céu aberto". Outra das coisas de que se fala, é da transformação de uma antiga "retrete pública" num "cibercafé". Resultado: a partir de agora, ao visitante do jardim do Campo Grande só resta fazer as suas necessidades atrás das árvores..

.

A "retrete pública" que a Junta de Freguesia queria ver transformada num Cibercafé, pondo fim aos sanitários públicos no local.

 
 

Ausência de Informação. A Junta de Freguesia do Campo Grande à semelhança da maioria na cidade de Lisboa limita-se a "prestar contas" apenas de 4 em 4 anos. É na altura das eleições que habitualmente fazem um "balanço" genérico referindo apenas as coisas que foram prometidas e realizadas, as outras são ignoradas. Fora deste período extraordinário a ausência de informação era quase completa, e quando prestada confundia-se com a propaganda. Mais

 
 

Uma campanha que deu frutos! 

Fizemos uma activa campanha contra a barracaria que envolvia o próprio edifício da Junta de Freguesia. Era nossa intenção mostrar ao respetivo executivo o caminho que era urgente seguirem: uma limpeza geral na freguesia tanto era o lixo acumulado. Não foi fácil convencê-lo, mas acabou por acontecer. A Junta em Março de 2003 resolveu finalmente  limpar o lixo e a barracaria junto à sede da Freguesia. 

Mesmo em frente da Faculdade de Ciências de Lisboa, o edificio da Junta de Freguesia, o Museu da Cidade de Lisboa estavam rodeados de barracas. Lixo pela frente e lixo a trás:  barracas, entulho, latas e pneus velhos, etc.". Eis o exemplo edificante que a CML e uma Junta de Freguesia davam aos moradores. Fotos: 2002/2003 .

Colado ao edifício da Junta de Freguesia estava a maior das lixeiras que não raro desabava para a via pública. Uma situação que levava muitos fregueses a julgarem terem entrado o local mais apropriado para depositarem todo o tipo de tralha e porcaria. A Junta afixou no local uma placa - "É proibido deitar lixo" - com a qual pretendia dizer aos mais desprevenidos que nem sempre aquilo parece é.

Creche e Escolas rodeadas de Lixo

 A indiferença da Junta de Freguesia perante as lixeiras era geral. As crianças que frequentavam a creche que funcionava nas suas instalações estavam rodeadas de lixo. Alunos, professores e funcionários da Escola Básica de Santo António, no "Bairro das Caixas" de lixo estavam cercados. As traseiras do Colégio de São Vicente de Paula era uma enorme lixeira º que se estendia pelas Murtas. Nada disto incomodava a Junta de Freguesia, cujo presidente (Valdemar  Salgado) morava na Avenida do Brasil ao lado de uma lixeira .

 
 

Lisboa: Eleições Autárquicas

Eleições Autárquicas de 2013

 Eleições Autárquicas de 2009  

Manifesto Eleitoral (2009)

 Eleições Intercalares Autárquicas de 2007  

Eleições Autárquicas de 2005 

 Eleições Autárquicas de 2001

Estatísticas Eleitorais 1976-2007