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Novas Gentes

Presença

Conhecemos muito pouco dos novos habitantes e trabalhadores na freguesia de Alvalade. No entanto, é quase impossivel não nos cruzarmos quotidianamente com um imigrante. As estatísticas sobre a imigração permitem-nos avaliar com maior precisão a sua dimensão nacional. Em 2023 já terão ultrapassado um milhão de imigrantes, isto é, cerca de 10% da população residente. As miseráveis condições em que milhares de imigrantes vivem em Portugal deixaram de ser novidade, nomeadamente na freguesia de Alvalade.

Rua Dr. Gama Barros

As intermináveis obras na Rua Dr. Gama Barros para além dos problemas que provocam na mobilidade, transtornos no comércio, a trepidação das máquinas  estão a danificar os próprios edíficios. As queixas são muitas, numa rua em que as lojas de comércio tradicional estão a desaparecer para darem lugar a ocupações mais lucrativas:  dormitórios de imigrantes. Foto:17/04/2024

Necessidade

Em muitas actividades na freguesia, os imigrantes são quem assegura a vida local. Para o constatar basta entrar em cafés, restaurantes, consultórios, ouvir trabalhadores em obras. Sem eles, assistia-se ao fecho do comércio e serviços ditos tradicionais, e à condenação dos moradores a terem que se deslocar às grandes superficies e centros comerciais para adquirirem alimentos e outros produtos básicos. Portugal voltou a ser um país muito heterogeneo na sua composição social, com fluxos migratórios absolutamente essenciais para manter a economia e a sociedade a funcionar.

Flutuação

Nos 23 anos de existência do Jornal da Praceta registamos flutuações na predominância das nacionalidades dos que chegaram a Alvalade. No princípio do século XXI, a presença mais marcante era dos ucranianos, moldavos, romenos e até russos. A Escola Secundária Rainha Dona Leonor, recordemos, com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkianos promoveu diversos cursos de português para estes imigrantes. Na sua maior parte acabaram integrados na sociedade e adquiriram a nacionalidade portuguesa. A comunidade ucraniana continua a ser muito significativa. Nos últimos anos, aumentou o número dos imigrantes provenientes de países lusófonos, mas também de asiáticos (indianos, nepaleses, chineses, bengladeches, vietnamitas, entre outras nacionalidades). Os seus pedidos de residência, como é expectável, revelam que o seu principal propósito é o de poderem aqui execer uma actividade profissional, seguido-se a grande distância o reagrupamento familiar. Outras situações são residuais, como o asilo.

Fora deste panorama, muito marcado por uma imigração económica, temos os imigrantes britânicos (a segunda maior comunidade no país), seguidos dos italianos, franceses, holandeses, cujas motivações são distintas.

A maioria dos imigrantes residem sobretudo no litoral, onde se concentra também a maioria da população do país. Mais