;
 
 

Mobilidade

Anterior

 

Marcações de Lugares de Estacionamento

Rua Guilherme de Azevedo. Foto: 4/12/2019

Pavimentação de Ruas em Alvalade

Após anos e anos de completa incúria na conservação dos arruamentos na freguesia de Alvalade, a Câmara Municipal de Lisboa resolveu finalmente iniciar um vasto programa de pavimentação das artérias da freguesia mais esburacadas.

Requalificação da Av. da Rio de Janeiro, Av. do EUA e da Av. do Brasil (lado oriental)

As obra de requalificação da Avenida Rio de Janeiro estão quase concluídas (Março 2016). Aguarda-se a requalificação do lado oeste da Avenida do Brasil (uma lástima).

Obras pavimentação da Rua José Lins do Rêgo e Rua Afonso Lopes Vieira: 11 a 18 de Novembro de 2015

Outras intervenções durante o mês de Novembro de 2015: Rua Antónia Pusich, Rua Branca de Gonta Colaço, Rua Mário de Sá Carneiro, Rua Rosália de Castro, Ruas Bernarda Ferreira de Lacerda e Alberto de Oliveira, troço sul .Todas as intervenções são da responsabilidade da Câmara Municipal, com excepção da Rua Alberto de Oliveira cuja reabilitação foi feita pela Junta de Freguesia.

 

 

 

 
 

 

 

 

 

Arquivo

Bairros velhos, bairros novos - os mesmos problemas !

O trânsito e o estacionamento na cidade de Lisboa ultrapassaram todos os limites.

À falta de civismo junta-se a total incompetência dos serviços municipais encarregues do planeamento urbanístico. A prova da verdade desta afirmação está nos novos bairros que por toda a cidade estão a serem construídos: - os problemas de transito e de estacionamento são neles iguais ou piores aos que existem nos bairros antigos. Também aqui se estaciona em cima dos passeios por falta de lugares, obrigando as pessoas a andar nas ruas entre os automóveis; as ruas estão mal dimensionadas para o tráfego corrente; os espaços verdes são inexistentes, etc. 

É preciso apurar responsabilidades e correr com a chusma de dirigentes e funcionários incompetentes e corruptos que pululam pelos serviços camarários, prontos a venderem-se ao primeiro construtor que se lhes pague um almoço...

Agonia de uma cidade

(1991-2001)

As estatísticas confirmam: Lisboa está a ser afogada por automóveis devido a políticas suicidárias da CML. O mais grave é que não se apuram responsabilidades e o desvario continua.

O atual caos que se verifica no estacionamento em Lisboa era mais do que previsível, mas a CML resolveu ignorar a situação:

Estudo do INE e do Ministério das Obras Públicas, Transporte e Habitação, à população da Grande Lisboa, conclui que entre 1991 e 2001, a situação dos transportes nesta região do país não tem parado de piorar, apesar de todo o dinheiro já gasto. A incompetência é total ! 

O uso dos transportes públicos não pára de diminuir.
Em 1991, mais de 50 por cento das deslocações eram realizadas nos transportes públicos, mas dez anos depois essas deslocações baixaram para os 37 por cento, enquanto que o recurso ao veiculo automóvel subiu dos 26 para os 45 por cento.

45 % anda só de carro particular

Em 2001 cerca de 45 por cento dos residentes da Área Metropolitana de Lisboa usaram os seus carros nas deslocações entre casa, trabalho e escola. O autocarro foi usado em 22 por cento das viagens, as deslocações a pé contaram com 16 por cento, o comboio com dez por cento e o eléctrico e o metropolitano com três por cento. 

Onde se anda mais de carro ou a pé

Os residentes dos concelhos de Loures e Odivelas são os que mais usam os autocarros. 

Nos concelhos da Amadora, Moita, Barreiro predominam as deslocações a pé.

Lisboa: o principal destino

A cidade de Lisboa continua a ser o destino da maioria dos residentes da Grande Lisboa, com cerca de 340 mil pessoas a entrarem diariamente na capital, por motivos de trabalho ou de estudo. 

Este valor é 1,3 vezes superior à população empregada ou estudante que reside no interior da cidade. 

Tempo passado nos Transportes

A duração média das viagens não se alterou significativamente, apesar dos enormes investimentos que foram feitos na construção de novas auto-estradas, vias rápidas, duplicação de vias, viadutos, túneis, etc. Em 1991 era de  35 minutos, e em 2001 baixou apenas para os 32 minutos.

Os concelhos periféricos de Azambuja e Mafra revelam os tempos médios de deslocação mais baixos, com 23 minutos.

Conclusões:

As políticas e os investimentos feitos pelo governos e as autarquias em termos de acessibilidades e em transportes públicos são um escandaloso desvario  

Os transportes públicos estão a ser abandonados a favor dos transportes privados. Ora isto é, precisamente o contrário do que todos os governos e autarcas prometeram que iria acontecer.

Em consequência destas políticas desastradas, a cidade de Lisboa está hoje literalmente inundada de automóveis, não se perspectivando qualquer melhoria no horizonte.

Muito pelo contrário, Santana Lopes e Carmona Rodrigues parecem estar apostados em instalar o caos completo na cidade, facilitando a entrada de mais carros. Para quem quem quiser no futuro entrar na cidade de automóvel particular, a CML projecta construir novos viadutos, túneis, vias-rápidas, auto-estradas, etc. Mostra-se disposta também a destruir jardins públicos para construir parques subterrâneos de estacionamento, como se anuncia para a Rua José Lins do Rego. 

O estudo divulgado em finais de Fevereiro de 2003, foi realizado pelo Instituto Nacional de Estatística, o Gabinete de Estudos e Planeamento, do Ministério das Obras Públicas, Transporte e Habitação e a Auditoria Ambiental deste Ministério. Foram analisados um milhão e 381 mil activos empregados ou estudantes residiam na Área Metropolitana de Lisboa, com base nas respostas dadas nos censos de 1991 e de 2001.

"O Automóvel na Cidade

Eu também sou dos que deixam o automóvel à porta de casa, esperando a hora duma deslocação necessária, sem os apertos do transporte colectivos. Sou um homem do século das facilidades mecânicas, da vida em ritmo acelerado, das mil e uma ocupações quase simultâneas em locais distantes e da permanente falta de tempo nestes dias curtíssimos de agora, que só têm vinte e quatro horas. Sou mais um dos centauros da nova espécie com cabeça e tronco de homem, garupa e rodas de automóvel...

Mas a condição de automobilista, que me permite exercer uma actividade profissional ao ritmo da época e algumas deslocações agradáveis ainda não me impediu de observar, de raciocinar e de acumular por essas vias sérias apreensões quanto ao futuro da cidade em que vivo.

Receio muito que o modo como estão sendo encarados os problema do trânsito e do estacionamento de automóveis em Lisboa (ou como não estão sendo encarados, se preferirem) nos reserve dolorosas surpresas. Entre outras, a de nos encontrarmos, num futuro relativamente próximo, num cidade onde ainda se conseguirá circular, mas onde as funções urbanas tradicionais - habitar, repousar, produzir, conviver, recrear o corpo e espírito. etc. - tenham sido excessivamente sacrificadas à imprevidência, à descoordenação e a uma visão estreita e parcial dos problemas do trânsito.

Entendamo-nos ainda:

Não enfileiro entre os que trazem na manga, prontas para impressiona o ouvinte ou o leitor, soluções salvadoras. Nem mesmo acredito que problemas desta natureza tenham soluções salvadoras - cabais, - completas definitivas. Tão complexo é o encadeado de relações de causa-efeito, que os êxitos do momento podem abrir os caminhos a novos problemas e dificuldades.

Mas creio que se consegue, com inteligência, estudo, previsão e coordenação de esforços, um certo domínio sobre as circunstâncias que nos compelem, ou afligem; e se pode, até, tirar delas algum partido. Creio ainda que um importante passo para que os problemas se resolvam da melhor maneira consiste em equacioná-los devidamente. Objectivo que exige -e aqui toco em algo de essencial - não apenas conhecimentos técnicos especializados e actualizados, mas uma análise dinâmica dos problemas em causa, sem os desintegrar das circunstâncias em que se processam e evoluem bem como das suas interligações com variados outros problemas. No caso de que nos ocupamos, essa verdadezinha elementar reveste-se duma importância excepcional. Porque o automóvel não criou na Cidade apenas problemas de trânsito, mas um encadeado de situações e dificuldades que requerem solução conjunta com eles. ", F. Keil do Amaral, in Lisboa, uma Cidade em Transformação (1970)

F. Caetano Keil do Amaral, nasceu em Lisboa a 28 de Abril de 1910 e aqui faleceu em 19 de Fevereiro de 1975. Formou-se em arquitectura nas Escola Superior de Belas Artes de Lisboa. Trabalhou para a CML onde foi responsável por diversos projectos para parques e jardins, como o Monsanto, Parque Eduardo VII e a renovação do Jardim do Campo Grande (obras dos anos 40 do século XX); No jardim do Campo Grande foi ainda o autor das piscinas (1960). 

 

 

O REINO DOS AUTOMÓVEIS !

Portugal está completamente dominado pelos automóveis e em breve serão mais que os habitantes do país. Portugal antes da crise económica de 2008 era dos países europeus com maior número de automóveis por 1000 habitantes (548/1000 em 2008).  O aumento foi exponencial. As estatísticas são reveladoras - Automóveis ligeiros, veículos comerciais e pesados:  1982: 1.370.000 veículos; 1992:  2.707.000; 2002: 5.138.000; 2012: 5.807.100 veículos (fonte: ACAP). Os números disparam se tivermos também em conta os motociclos e quadriciclos que povoam as nossas estradas.

Os especialistas apresentam inúmeras razões para este brutal aumento de viaturas: 

1. A melhoria do nível de vida da população;

 

2.O "status" que a sua posse ainda representa para a maioria da população;

 

3. As enormes facilidades que actualmente existem para a sua aquisição;

 

4. A proliferação de viaturas em 2ª. mão oriundas de outros países da União Europeia e que aqui são vendidas a preços irrisórios. Portugal tornou-se neste aspecto um verdadeiro armazém de sucata. Nas mais recônditas aldeias é hoje possível encontrar um "stand" ao ar livre, com dezenas destas viaturas de todas as marcas.

 

5. O baixo custo do combustível, sobretudo do diesel. Sob o pretexto das viaturas se destinarem à agricultura ou uma actividade profissional qualquer, milhares e milhares de indivíduos aproveitam-se desta facilidade fiscal, e adquirem para uma empresa fantasma ou real um automóvel para uso privado. A falta de fiscalização faz o resto. Quem paga duplamente a factura é o conjunto dos contribuintes. Paga os subsídios atribuídos pelo Estado indirectamente às empresas, e leva com a poluição (o diesel é mais poluente que a gasolina);

 

6.O custo zero que representa a circulação e estacionamento dos automóveis nos centros urbanos, dado que não existem praticamente nenhumas restrições à sua circulação ou estacionamento. Estaciona-se onde se quiser, inclusive em jardins públicos. É a bandalhice total.

Lisboa: automóveis-10 Habitantes - 0

A política de transportes em Lisboa tem um vencedor antecipadamente conhecido: os automóveis. Todas as regras do jogo foram viciadas para que assim acontecesse. Os automóveis irão ganhar aos habitantes de Lisboa porque: 

1. Todos os veículos motorizados, sejam eles automóveis, camiões, carrinhas, motas  têm  direito a ocupar todos os espaços públicos (ruas, praças, passeios, jardins, passadeiras para peões, etc); Apesar da legislação existente, em termos práticos, não há qualquer restrição real a esta ocupação. Diariamente os automóveis expulsam os habitantes de Lisboa dos passeios que aparentemente lhes estavam reservados.

 2. Os automóveis podem circular a qualquer velocidade pela cidade. Os estudos estatísticos são conclusivos a este respeito. Muitas artérias da cidade como a Av. de Roma, Av. Gago Coutinho, Campo Grande, 2ª. Circular, etc, estão transformados em verdadeiras pistas para corridas de automóveis;

3. A poluição atmosférica da cidade atinge já proporções tais que ameaçam a saúde dos habitantes, fazendo disparar o número de doentes por problemas respiratórios e cardiovasculares. 

4. Em muitas ruas a poluição sonora tornou simplesmente impossível aí residir. Não há vidros duplos que resistam. A única alternativa que resta aos moradores é mudar de casa.

5. A construção selvática de parques subterrâneos não poupa nada. Se não fosse a oposição dos moradores muitos mais jardins de Lisboa já teriam desaparecido. Por vezes o impensável acontece: a destruição de um bairro islâmico na Praça da Figueira para dar lugar a um parque de estacionamento.

6.Multiplicam-se desde há décadas os licenciamento camarários que não levam em conta os problemas do estacionamento e circulação do tráfego, contribuindo desta forma para aumentar a desordem do trânsito, e deteriorando a qualidade de vida dos habitantes. Após a detecção destes casos, não se observa qualquer  intenção de apurar responsabilidades e afastar funcionários incompetentes ou corruptos. Tudo é simplesmente silenciado. A impunidade é total.

7. Não existe uma fiscalização minimamente eficaz para evitar que garagens de prédios de habitação sejam transformadas em armazéns, escritórios, etc. Tudo se passa no "reino do faz de conta".

8.Não existe uma regulamentação digna desse nome para as cargas e descargas na cidade. Estas podem ser feitas na prática, a qualquer hora e lugar.

9.A PSP e a Polícia Municipal demitiram-se por completo de grande parte das suas funções em matéria de transito. O estacionamento e por vezes a circulação foi confiado a marginais. A PSP diz-se sem efectivos e "desmoralizada" (?). Os altos dirigentes camarários encolhem os ombros e afirmam que nada podem fazer, porque se trata de um "problema social". Este "trabalho" permite aos marginais obter dinheiro para comprarem droga sem andarem a roubar. Equacionado o problema desta forma não há solução possível. 

10. Não existem medidas restritivas para a entrada de automóveis na cidade, pelo contrário, tudo é feito para estimular a sua entrada e livre circula. No pensamento do projectistas camarários está o modelo de uma cidade feita à imagem e semelhança de um enorme parque de estacionamento, rasgado por amplas artérias interiores para a circulação de automóveis. A orientação neste espaço é feira por grandes centros comerciais, escritórios e torres-dormitórios. 

CF, 2004

 
   
 

Anterior