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Cães, Donos, Espaços Públicos e Civismo

Replantação no Bairro das Estacas

"A plantar ?" foi desta forma que inquirimos a arquitecta paisagista Diana Pires nos jardins do Bairro das Estacas recentemente requalificados. A resposta não se fez esperar: "Não ! Estamos a replantar. Cerca de 30% das plantas morrem pouco tempo depois de serem plantadas, é natural. Nos jardins deste bairro mais de 40% das plantas, mesmo as mais resistentes são destruidas pelos cães. Uma moradora disse-me à pouco que chegam a juntar-se nos canteiros mais de vinte com os respectivos donos a pisotear (espezinhar) as plantas. Temos que estar sempre a replantar. Nestas condições é quase um milagre conseguir ter aqui plantas vivas". Uma leitora acrecentou outros elementos para explicar a replantação: o sistema de rega não funciona correctamente; a altura do solo fértil é diminuta; os pombos, alimentados pelos moradores comem as sementes da relva;  "As plantas também  são roubadas aos molhos, eu vi". E mais não disse Mi Velez Lourenço (V.A.,3/09(2021). Foto: 5/08/2021

Um alegre cão, sob o olhar atento da sua dona, escava um canteiro que dias antes havia sido replantado. Face a este comportamento de moradores muitos são os que questionam o uso de dinheiros públicos para conservarem os jardins neste bairro. Foto: 17/08/2021

Espaços Verdes Cuidados : Uma impossibilidade em Lisboa?

O jornalista  Fernando Pessa, em Setembro de 1978, numa das suas habituais reportagens para  a RTP dava conta da intenção da CML em investir na criação de novas zonas verdes na cidade, reabilitação de jardins, parques infantis e parques existentes.  

A maioria das imagens foram captadas em Alvalade -  Avenida de Roma, Praça de Alvalade e Avenida Dom Rodrigo da Cunha e possivelmente também na Mata de Alvalade - revelando que os espaços verdes estavam degradados. Face à destruição que eram alvo por parte dos "utentes" , a solução encontrada pela Câmara foi acabar com os mesmos, nomeadamente  com as plantas ornamentais,  evitando deste modo os elevados custos da sua manutenção. 

Fernando Pessa mostra-se pessimista sobre os projectos camarários. Afirma que se não houvesse uma mudança na mentalidade dos "automobolistas" e dos "peões" os investimentos nos espaços verdes seriam inúteis. As Imagens de Alvalade serviram de exemplo para ilustrar a falta de civismo que imperava na cidade: automóveis estacionados em espaços verdes; canteiros transformados em depósitos de materiais de construção; "madames" com cães a destruirem jardins; desrespeito pelos sítios próprios para atravessar jardins, etc. Sabemos que a mudança de mentalidade dos municipes não ocorreu, a CML desinvestiu nos espaços verdes e a degradação foi-se acentuando. Em Alvalade, recorde-se, só na última se voltou a investir em espaços verdes, pondo fim da décadas de abandono.A maioria dos partidos propoem-se agora expandir os espaços verdes, sem nunca referir todavia as medidas a tomar contra os que os destroem. Endereço do video da RTP: https://arquivos.rtp.pt/conteudos/zonas-verdes-de-lisboa/?fbclid=IwAR04jOXg3r3vCwMi4kOodDeSniYU83VR_D5fhZNB1wehUoGYbl9d6Q_Tt9A

Donos de Cães expulsam Crianças dos Jardins

O dono deste animal não encontrou melhor sítio para o pôr a cagar do que um canteiro de flores mesmo à porta da Escola Básica de Santo António em Alvalade. Foto: Jan.2017

 

Nos últimos anos centenas de milhares de euros dos contribuintes portugueses tem sido gastos pela CML e a Junta de Freguesia de Alvalade a requalificar os jardins e outros espaços verdes da freguesia.

 

Mal as obras de requalificação são concluídas já os donos dos animais os estão a usar para os cães fazerem as suas necessidades e se divertirem a destruírem tudo o que neles está plantado.

 

Perigo para a saúde pública.

Este comportamento dos donos dos cães constitui um verdadeiro atentado à saúde publica. É sabido que as fezes dos animais alojam vírus, bactérias e parasitas perigosos para a saúde humana, e em especial para a das crianças. Nada todavia os demove, muito menos a saúde das crianças.

 

Um risco permanente.

A maioria dos cães andam pelo jardins sem trela ou açaimo, muitos do quais são  considerados perigosos. Apesar de ser proibido nada parece incomodar os seus donos.

 

As principais vítimas são as crianças.

As crianças da freguesia são as principais vítimas da falta de zelo dos donos dos cães. Estão impedidas de brincarem nos jardins, foram deles expulsas.

 

Desperdício de Recursos Públicos

Os enormes investimentos na requalificação dos espaços verdes na Freguesia de Alvalade constituem hoje um desperdício de recursos públicos devido à ação dos donos dos cães, mas também à ausência de medidas repressivas por parte autoridades competentes.

 

Apelo Fracassado ao Civismo

Todos os apelos ao civismo dos donos dos cães para que tenham em consideração que as crianças também tem direito a brincarem nos jardins estão condenados ao fracasso. Um comportamento cívico pressupõe que um individuo nas suas decisões avalie previamente as consequências da sua ação para outros ou a comunidade onde vive. Trata-se de uma questão de consciência cívica e acontece que ela não existe nos donos dos cães que emporcalham ou destroem os espaços verdes.

 

A única coisa que manifestam interesse é neles próprios e no seu instrumento de diversão - os cães. O Outro não existe no seu pensamento. É por esta razão que existem leis, cujos comprimento é obrigatório e não dependem da consciência de cada um.

 

A única linguagem que os donos dos cães entendem é a da repressão, algo que a Câmara Municipal de Lisboa ou a Junta de Freguesia de Alvalade ainda não entendeu. Em vez de combaterem a praga dos cães nos jardins públicos através da repressão, centraram a sua ação em apelos cívicos aos donos dos cães.

 

A questão como é evidente também não se reduz em apanharem as fezes dos animais. As fezes, assim como a ourina (mijo) dos cães degradam os relvados, destroem arbustos e outras plantas, contaminam os solos, propagam doenças que são um perigo para as crianças. A porcaria dos cães é apenas uma parte do problema, nomeadamente de saúde pública.

 

 

Um dos últimos apelos lançados pela Junta de Freguesia de Alvalade para que os donos dos cães limpem os dejetos dos animais. Os resultados foram nulos a avaliar pela quantidade de porcaria que continua a existir nestes espaços públicos.

 

Muitas campanhas tem sido lançadas apelando ao civismo dos donos dos animais, mas nada dos demove nesta ação destrutiva dos espaços públicos.

 

Os donos dos cães tornaram-se em Lisboa numa praga cujos danos que provocam à cidade são superiores aos dos pombos. 

 

Exemplos da Praga em Alvalade

O Jardim da Rua Eugénio de Castro, junto a um infantário e uma escola básica mal acabou de ser requalificado pela Junta de Freguesia de Alvalade começou logo a ser destruído pelos donos dos cães. Mais

Não é apenas a porcaria dos animais que abunda por toda a relva, impedindo as crianças de aí brincarem, mas os arbustos e outras plantas que são arrancadas e despedaçadas pelos animais perante o olhar divertido dos seus donos.

Os cães são deixados à solta no jardim, onde se divertem a esgravatar o que resta da relva que tem sido várias vezes plantada, assim como a arrancarem plantas ou a destruírem o sistema de rega. Por todo o lado pode ver-se porcaria de animais. O jardim tornou-se um perigo para a saúde pública, em especial para as muitas crianças que todos os dias aqui passam.

 

Os cães divertem-se a destruir as plantas que restam no jardim, perante o olhar indiferente dos seus donos. Foto: Jan.2017

 

O espaço ajardinado na Rua Infante Dom Pedro em poucas semanas ficou com plantas, tornou-se malcheiroso e um perigo para a saúde pública tal é a quantidade de porcaria canina que acumula. Os donos dos cães destruíram tudo o que aí fora arranjado.

 

O estado imundo que ficou o espaço ajardinado da Rua Infante Dom Pedro em Alvalade. Foto: Jan.2017

 

Os espaços ajardinados da Avenida da Igreja estão uma lástima. Há muito que necessitam de serem requalificados, mas isso não justifica a porcaria de cães espalhada por todos canteiros. Em dias de sol o cheiro do "cócó" dos animais é insuportável, algo que não incomoda os donos dos animais.

 

Palavras para quê?...

Os jardins em redor da Escola Básica dos Coruchéus e do Conselho Nacional de Educação foram recuperados, mas de imediato os donos dos cães invadiram o espaço com os seus animais, colocando em causa a saúde das crianças. A fezes do animais encontra-se agora espalhada  por tudo quanto é sítio. O mijo qu está a contaminar os solos, entretanto vai secando a relva. A maioria dos arbustos e plantas foram arrancados, os que restaram ficaram a definhar.

 

Os cães como é natural divertem-se a esgravatarem as raízes das plantas destruindo tudo o que encontram. É este cenário de porcaria e destruição que as crianças comtemplam todos os dias quando se dirigem para a escola.

Não raro as crianças que frequentam a escola entram nas salas de aula com os sapatos cheios de merda dos cães que abunda por todo o jardim.

Os jardins em volta da Biblioteca e dos Ateliers do Coruchéus também foram recuperados e neste caso os donos dos cães encontram como aliados na destruição funcionários e os artistas locais. Os primeiros com os seus cães emporcalham todo o espaço, os segundo com os seus "belos" automóveis destroem relvados, cercas, etc. 

Merda de cães é o que não faltam em redor da Biblioteca Municipal dos Coruchéus.

Quem andar pela Freguesia de Alvalade encontra por todo o espaços ajardinados que foram recentemente recuperados, mas que rapidamente entraram num processo de degradação devido à ação dos donos dos cães.

Neste espaço ajardinado da Rua António Patrício a merda é tanta nos relvados que os cães estão agora a fazer a fazer as fezes no empedrado dos passeios. No fim da rua fica uma super-esquadra da PSP.

Recorda-se?

Nos anos oitenta do século XX a CML perante a porcaria que os cães faziam nos passeios e os seus donos deixavam nos mesmos, colocou por toda a cidade pequenos azulejos, com a indicação onde era autorizado fazê-lo. Nas últimas décadas os donos dos cães reduziram a porcaria que deixam nos passeios e passaram a empestar os jardins onde antes as crianças podiam brincar. Uma mudança que tem sido considerada um enorme avanço no civismo dos lisboetas

Continuação