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EDITORIAL
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Arquivo Sempre
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Lisboa Está a
Ficar Deserta Fruto das políticas criminosas da Câmara Municipal de Lisboa,
em 27 anos, a cidade perdeu mais de 30% dos seus habitantes. Uma sangria que não tem
parado de aumentar. Os que
foram forçados a partir, as camadas mais novas da população, acantonaram-se em bairros caóticos
na periferia, verdadeiras chagas
sociais que se espalham pelos concelhos de Odivelas, Loures, Amadora, Almada ou
Vila Franca de Xira. Os que ficaram nos bairros antigos de
Lisboa, viram a sua situação piorar dia após dia. O acentuado envelhecimento
da população destes bairros, foi acompanhado pelo declínio do comércio local
e a degradação urbana. Perante a demissão dos serviços municipais, as fachadas dos edifícios foram selvaticamente
alteradas, pulularam os acrescentos e as construções clandestinas. Os espaços públicos,
como praças, passeios, jardins ou parques ficaram num estado caótico. Os
equipamentos urbanos, como escolas, creches, bibliotecas, piscinas apresentam um
elevado estado de degradação. A maior parte das ruas
ficam desertas, quando ao fim do dia
regressam a casa os habitantes das periferias que aqui vêm trabalhar. Mais
de 400 mil automóveis entram todos os dias na cidade, transformando-a num
verdadeiro inferno para quem nela insiste em viver. Cerca de 60 mil habitações
estão devolutas, um grande número quais ameaça ruir. Os
únicos bairros onde se registou um efectivo aumento da população foi nos
bairros sociais. A CML gere cerca de 70. Aqui vivem entre 25 a 30% dos
habitantes da cidade, a maioria dos quais são sustentados pela segurança
social. A criminalidade e conflitualidade inter-étnica tomam frequentemente
conta dos mesmos. Não admira
que a desertificação da cidade tenha acabado por traduzir-se no aumento
exponencial da insegurança e da criminalidade. Bandos de delinquentes e de
traficantes de droga actuam nas ruas na mais completa impunidade. De uma das
cidades mais seguras do mundo, Lisboa está hoje transformada numa cidade
perigosa. As novas
urbanizações, como a Alta de Lisboa ou o Parque das Nações, não ficaram
inumes a esta panorama geral e rapidamente se tornaram em locais inseguros ao
fim do dia, e onde os assaltos se sucedem. O único refúgio possível na cidade
para os mais endinheirados são os condomínios fechados, com segurança 24
horas por dia. Face a este
panorama o que é que fizeram os principais partidos políticos? Ao longo destes
27 anos, passaram ao lado da questão do declínio da cidade, pois o seu
objectivo tem sido outro: Roubar! Aumentaram as estruturas camarárias
para encaixarem as suas clientelas. Promoveram obras e iniciativas camarárias
de duvidosa utilidade para desviarem fundos para os aparelhos partidários. Tornaram-se complacentes com todo o tipo de incompetentes e corruptos que se
apossaram da câmara. As
propostas até agora apresentadas para Lisboa, mais não fazem do que insistirem
no mesmo tipo de políticas que têm expulso os habitantes da cidade de Lisboa.
Nas próximas eleições é necessário manifestar de forma clara a recusa deste
estado de coisas. Como ? Votando em Branco, o voto do protesto. Carlos
Fontes. Agosto 2009 Nas
Eleições de Julho de 2007, mais de 62% dos habitantes de Lisboa não votaram
para a Câmara. Cerca de 4% votaram branco ou anularam o voto. |
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Tempo de Balanço (Julho de
2009 )
De novo os Lisboetas vão a votos
para manter a ficção que possuem uma câmara municipal. Um absurdo que apenas
consegue mobilizar a muito custo (e propaganda) uma minoria da
população.
Se existisse uma instituição
pública digna desse nome, a gestão teria que ser muito diversa daquela que
diariamente observamos e vivemos.
Após cerca de dois anos à
frente da autarquia, António Costa, afirma que "cumpriu" pondo a
Câmara Municipal de Lisboa a funcionar. Confirma desta forma aquilo que toda a
gente sabia: a Câmara não funcionava!. Limitava-se a esbanjar as
receitas arrecadadas e a acumular enormes dívidas para alimentar mais de 11 mil
dirigentes e funcionários que nada fazendo, viviam na mais completa parasitagem.
Esta é a conclusão que se extrai dos seus discursos e cartazes espalhados pela
cidade.
António Costa acabou com a
parasitagem? Não !. Tudo continua na mesma, as estruturas mafiosas
mantém-se intactas. A principal mudança verificada foi na abertura de
inquéritos aos serviços e empresas municipais, onde os casos de corrupção
atingiram proporções vergonhosas, o que permitiu afastar por algum tempo
alguns mafiosos.
A sua única missão, segundo o
próprio, consistiu em reduzir despesas, dado que já ninguém fiava à CML, que
se encontra falida.
O que é que se propõe fazer nos
próximos quatros anos ? Manter a funcionar a "casa arrumada", isto
é, os interesses instalados. Na retórica eleitoral afirma que a partir de
agora irá dar mais atenção às pessoas e menos aos automóveis. Disse o mesmo
há dois anos atrás, mas a promessa não durou nem duas semanas.
Durante o curto mandato de António
Costa continuou a hemorragia na cidade.
Santana Lopes, o inqualificável
candidato do PSD/CDS/PPM, está de volta. Os resultados da sua gestão
calamitosa da cidade, assim como a do seu digno sucessor - Carmona Rodrigues -
ainda se fazem sentir. As dívidas disparam e os serviços da Câmara
transformaram-se num caos.
Durante os mandatos de Santana
Lopes e Carmona Rodrigues mais de 10 mil habitantes de Lisboa mudaram-se para a
periferia. A cidade tornou-se num local infernal e inseguro para se viver.
O que é que Santana Lopes
promete fazer nos próximos quatro anos ? Continuar a esburacar a cidade para
entrarem mais automóveis e dar trabalho às empresas de terraplanagem e
construção de túneis. É este o seu grande projecto para Lisboa.
A miséria política dos
candidatos à CML é de tal ordem, que se não se alterar rapidamente o actual
estado de coisas, a única alternativa que resta aos que ainda aqui vivem é
abandonar a cidade às ratazanas e aos autarcas que a governam.
Carlos Fontes. Julho de 2009
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Fado de Lisboa (Maio/2008)
Fado de Lisboa *
A eleição de António Costa, a
15 de Julho 2007, por menos de 10% dos eleitores inscritos, foi apesar de tudo
vista como um sinal de esperança após um longo vendaval na gestão da Câmara
Municipal de Lisboa. Não foi necessário um ano de governação, para estarmos
a chegar à
conclusão que o Fado de Lisboa está de volta.
O melhor exemplo, desta triste
fatalidade é de novo a questão do famigerado Auto-Parque Lins do Rêgo.
1. O processo do Auto-Parque Parque da Rua José Lins do Rego (Praceta), remonta a 1997 e surgiu desde logo envolto em ilegalidades e alegada corrupção, amplamente denunciados pelos moradores. A quase totalidade do moradores desta Praceta, recusaram
a localização do Auto-Parque num jardim público através de sucessivos abaixo-assinados.
A razão principal é que existem várias alternativas no local que são consensuais e com muito melhores
resultados para o fim em vista.
2. Diversos estudos da CML, incluindo elaborados pelo arquitecto Ribeiro Teles dão razão aos moradores e recomendam a preservação deste espaço verde, numa zona
extremamente poluída.
3. O antigo presidente da CML - João Soares - , quando foi alertado
para o caso em 2001 suspendeu de imediato a polémica destruição do jardim, e reconheceu que existiam alternativas melhores e consensuais. O envolvimento do então Presidente da Junta do Campo Grande no processo (PS), acabou por lhe custar uma enorme derrota eleitoral na
freguesia (Dezembro de 2001) .
4. Factos posteriores revelados na altura, mostraram que membros do PSD estavam envolvidos
nas negociatas do Auto-Parque. Os deputados do PSD e CDS-PP que se deslocaram ao
local foram igualmente unânimes que a localização do parque era um absurdo,
atendendo às alternativas existentes.
5. Pela razões anteriores desde 2001, o Partido Socialista, o Bloco de Esquerda, o Partido Comunista, Os Verdes e mais recentemente o próprio grupo Cidadãos por Lisboa assumiram PUBLICAMENTE este caso como um exemplo da desastrada gestão urbanística praticada por Santana Lopes e Carmona Rodrigues, que
procuravam prosseguir com o negócio.
7. Estes partidos de esquerda denunciaram o caso na Assembleia Municipal, nos diversos orgãos da CML, na Comunicação Social, eleições
autárquicas, etc. A própria Junta de Freguesia do Campo Grande (PSD), acabou por também publicamente por denunciar a irracionalidade da decisão, desvinculando-se das posições do PSD.
8. Em Março de 2004, por exemplo, o Partido Socialista chegou a trazer ao local um autocarro cheio de jornalistas para que os mesmos pudessem testemunhar in loco a forma irracional como o PSD/CDS-PP geriam a
CML. Artur Miguel Coelho, Dias Baptista e outros deputados do Partido Socialista no local
demonstram de forma inequívoca que existiam alternativas para a localização do referido parque, criticaram a falta de diálogo da CML com os moradores, a forma arbitrária como as decisões eram tomadas nos gabinetes.
Miguel Coelho continua a ser o responsável pelo grupo de deputados do Partido
Socialista na Assembleia Municipal.
9. Por proposta do Partido Socialista, a Assembleia Municipal, chumbou sucessivamente as proposta do PSD, denunciando
também as negociatas que envolviam este caso.
10. No dia 9 de Maio de 2008, os moradores foram alertados para a instalação na Praceta de uma
máquina para sondagens e pela informação que o processo de famigerado auto-parque estava de novo em marcha, agora com o apoio (?) do Partido Socialista. No dia 12, às 13h15 quando a profuradora iniciou os trabalhos, chamaram a Polícia Municipal,
a qual na altura teve dúvidas sobre a legalidade do que se estava a processar,
mas nada fez. Uma prática corrente durante o período de Santana Lopes e
Carmona Rodrigues.
11. A incoerência da actual CML gerida pelo Partido Socialista é total. O descrédito é absoluto. As piores práticas do passado estão de novo de volta, trazidas por um Partido que as denunciou de forma veemente no passado.
Está de novo de volta o Fado de
Lisboa, e como diz o dito bem português, mudaram-se as moscas, mas a porcaria
continua a mesma. Até quando ?
Carlos Fontes. 12 de Maio de
2008
Nota importante: *
Depois desta triste cegada durante
a "reunião pública descentralizada" realizada, no dia 4 de Junho de
2008 entre as 19h00 e as 22h30, na Casa do Concelho de Tomar, o presidente e os
vereadores da actual CML assumiram perante os moradores das freguesias de
Alvalade, Campo Grande e São João de Brito um conjunto de compromissos, entre
os quais constava o de não autorizar a construção do Auto-Parque no Jardim da
Rua José Lins do Rego. Um decisão posteriormente confirmada por escrito. | |
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2007-2001)
Continuação
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