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Arquivo
Histórico da antiga Junta de Freguesia de S. João de Brito
(1959-2013) |
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Acabou !
A antiga Junta de
Freguesia de São João de Brito foi extinta em 2013, e como acontece com algo que
não tem relevância social, nem se dá pela sua morte. A freguesia foi criada em 1959, a partir da divisão da antiga freguesia do Campo Grande. Depois do 25 de Abril de 1974 tornou-se num bastião da direita. A freguesia assumia-se como o centro do "Bairro de Alvalade".
No principio do século XXI, para além dos edificios construídos segundo o Plano de Alvalade de Faria da Costa, continuava a ter no seu território enormes bairros de barracas e construções precárias, com o Bairro da Quinta do Narigão, Quinta do Carrapato (Bairro de São João de Brito), Quinta do Correio-Mor, Quinta do Alto, etc. Grande parte das generosas vivendas da Avenida Gago Coutinho foram abandonadas. A degradação dos espaços públicos passou a ser noticia frequente nos jornais.
A freguesia estava até 1997 sediada na Avenida Rio de Janeiro, mudando-se depois para as novas instalações na Rua Conde de Arnoso, 5 B. |
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População: Dados
Estatísticos
Símbolos: Orago, brasão
e bandeira
Arruamentos: Relação
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Junta
A centralidade da freguesia na cidade conferia aos membros do executivo da Junta um invejável protagonismo na comunicação social. Ao longo dos anos na Assembleia Municipal de Lisboa, habituamo-nos a ver os seus presidentes em manobras politiqueiras, muitas vezes contra a vontade da maioria dos que os elegeram. Uma das suas actividades mais relevantes era inventarem actividades de entretenimento: festas entre amigos, exposições de pintura, passeios turísticos tendo para o efeito adquirido um autocarro, etc.
Presidentes da Junta entre 1959 e 2013:
1959 a 1960: Álvaro
Andrade Gueitão Ferreira (Comissão Administrativa); 1960 a 1963: Guilhermino Augusto Meireles Matos; 1964 a 1967: Paulino Pereira
Oliveira; 1968 a 1971: Paulino Pereira Oliveira; 1972 a
1974: Paulino Pereira Oliveira ; 1974 a 1977: Mário
Prista Alves Casquilho;1977 a 1979: António Silva Arantes
Russel; 1980 a 1982: António Silva Arantes Russel; 1983 a
1985: Orlando Ernesto Sampaio Carepa;1986 a 1989: Esmeraldo Oliveira Cruz; 1990 a 1993: Esmeraldo Oliveira Cruz;1994
a 1997: Joaquim António Veloso; 1998 a 2001: Joaquim
Maria Fernandes Marques; 2001 a 2005: Joaquim Maria Fernandes
Marques; 2005 a 2009: Joaquim Maria Fernandes Marques; 2009
a 2013: Joaquim Maria Fernandes Marques.
Corrupção ?
Na Freguesia de S J Brito, as
eleições autárquicas de Dezembro de 1994 foram ganhas pela coligação Com
Lisboa (PS/PCP), tendo sido eleito como presidente Joaquim António Veloso,
independente proposto pelo PS. Os novos autarcas deparam-se com inúmeras
ilegalidades que configuravam um processo corrupção generalizada.
O caso mais grave foi o que
envolveu o novo-edificio sede, a grande obra da junta anterior (PSD), presidida
por Esmeraldo Cruz. A dívida acumulada ascendia a quase 85 mil contos. A obra
fora adjudicada em 1992, mas não na sua totalidade. Fora montado um esquema de
multiplicação de contrato na mais completa das ilegalidades. Membros da anterior
Junta desculparam-se afirmando que tinham apenas procurado evitar que a obra
fosse fiscalizada por parte do Tribunal de Contas ( !!! ). O caso foi então
objecto de uma reportagem pela revista Visão.
A incompetência era total. A
biblioteca doada à Junta pelo comerciante Chaves Caminha, em 1989, continuava ao
abandono. Foi o novo executivo da junta que a salvou criando um Biblioteca com o
nome do doador, e que foi inaugurada em Novembro de 1997.
Perseguido ?
Joaquim António Veloso (PS), presidente da Junta de Freguesia entre 1994 e 1997, sucedeu a Esmeraldo Oliveira Cruz (1986-1993 ) do PSD. Em 2001 viu o seu
estabelecimento - os Armazéns do Minho (Rua José Duro) - pela sexta vez assaltado
nos últimos dois anos. Na comunicação social acusou a Direita de ter encomendado
estes assaltos. O caso deu que falar no bairro. O caso é ilustrativo do ambiente político que se vivia nesta freguesia:
"Uma loja de atoalhados e tapetes situada no bairro de Alvalade, em Lisboa, foi, na madrugada de ontem, assaltada através do arrombamento do vidro de uma das montras, pela qual os ladrões retiraram 20 tapetes de Arraiolos, num valor total de 1200 contos. Este prejuízo é acrescido do custo da reposição do vidro da montra, que se estima rondar os 300 contos. "Sabemos que o assalto ocorreu pelas 04h00, porque foi a essa hora que o alarme disparou e alertou a empresa de segurança a que está ligado. De lá chamaram a Polícia, mas ela só apareceu passados 40 minutos e, é claro, não apanhou ninguém", adianta ao Correio da Manhã Joaquim António Veloso, proprietário dos 'Armazéns do Minho', palco do assalto.
Não é, de resto, a primeira vez que os 'Armazéns do Minho' são alvo de assaltos, que se repetem com alguma frequência e sempre da mesma maneira: de madrugada e através do arrombamento das montras. Com efeito, de acordo com Joaquim Veloso - que se diz "cansado de 'coleccionar' prejuízos" - o estabelecimento já foi assaltado "pelo menos seis vezes nos últimos dois anos". E a referência específica aos "últimos dois anos" não surge por acaso: É que, é justamente desde há dois anos que se dá a alteração do sentido de circulação rodoviária na rua em que a loja está situada - Rua José Duro - e, consequentemente, "a redução do movimento de carros e pessoas no local, que permite todo este à-vontade aos assaltantes", argumenta o lesado. Recordando que foi "presidente da Junta de Freguesia de São João de Brito durante quatro anos", Joaquim Veloso não hesita em afirmar: "Isto é vingança pessoal, porque quando estive na Junta nunca colaborei com eles..." Instigado a ser mais claro quanto à insinuação, o ex-autarca e dono dos 'Armazéns do Minho' limita-se a acrescentar: "Estou farto de reclamar desta alteração do trânsito na Câmara Municipal e eles não fazem nada. O responsável pelo Trânsito já me disse na cara que 'ele é que manda e ponto final'", reproduz ao CM, lamentando que o comércio local tenha "reduzido, desde há dois anos, 50 por cento das vendas que habitualmente fazia antes de mudarem o sentido do trânsito.", Correio da Manhã, 21/01/2001
O último Presidente. Joaquim Maria Fernandes Marques (PSD) foi
presidente da junta entre 1998 e 2013. Formado em direito e antigo funcionário
do Ministério das Corporações durante a ditadura (1926-1974). Como político
destacou-se pelas suas posições de direita. Foi secretário de estado do 1º.
Governo da AD e do 1º. Governo de Cavaco Silva, deputado da Assembleia da
República, presidiu ao INATEL e desempenhou vários cargos no seu partido . Nada
se assinala como autarca. |
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Casos
Passeios para a 3ª. Idade. Diga-se em abono da verdade que esta freguesia não era a única do país transformada numa agência de viagens. Escrevemos sobre o assunto: " As câmaras municipais e as juntas
de freguesia de norte a sul de Portugal desenvolvem importantes programas de
apoio para a 3ª. Idade.
Entre estas actividades contam-se a
realização de passeios pelo país, proporcionando desta forma um melhor
conhecimento ou reconhecimento do mesmo.
Nos últimos anos, fruto do descalabro
que tem reinado nas autarquias estes passeios tornaram-se em verdadeiros
pretextos para os dirigentes e funcionários andaram a passear pelo estrangeiro.
Câmaras e Juntas de Freguesia organizam e pagam viagens a idosos e funcionários
ao Brasil e aos mais diversos países da Europa. Dir-se-ia que os problemas
básicos estão resolvidos, e não sabendo onde gastarem o dinheiro, o fazem
desta forma perdulária. ", 2007
Espaços Verdes. A situação era de completo abandono, mesmo nas zonas de maior visibilidade pública. Escreviamos: "Apesar de estarmos
num bairro consolidado, onde os espaços ajardinados terem sido sempre muito
bem cuidados, a verdade é que a incúria da CML e a aparente incapacidade da Junta de
Freguesia contribuíram para a sua total degradação. Os protestos dos
moradores, embora tenha eco na comunicação social, ainda não tiveram a força
suficiente para alterarem a situação. ".2005
Entre
os muitos canteiros abandonados desta Freguesia, os da Avenida Rio de Janeiro
espelham de forma paradigmática o estado calamitoso em que se encontram os
espaços verdes em Lisboa.
"Mato
e lixo invadem canteiros de Alvalade
"Moradores lamentam o estado de
abandono dos espaços verdes em plena Avenida Rio de Janeiro. Junta
responsabiliza a Câmara
"O colorido das flores e plantas dos
canteiros da Avenida Rio de Janeiro, em Alvalade, Lisboa, de frente para
o mercado, deu lugar ao castanho escuro da terra seca, ao lixo e aos
dejectos caninos para desespero dos moradores, que há anos reclamam por
medidas que dignifiquem aqueles espaços verdes de uma das zonas nobres
da capital.
Quem mora à beira da Avenida desespera com o estado de abandono a que
foram votados os canteiros. "Isto está completamente desprezado, não
sei se por culpa da Câmara ou da Junta de Freguesia. Mas diga lá se
isto não ficava muito mais engraçadinho com flores?", questiona a
moradora Rosa da Conceição, apontando para os canteiros.
"Por vezes, o lixo é tanto que dá pena. Não bastava não
tratarem dos canteiros como ainda retiraram as cercas. Agora, os cães
invadem isto tudo e deixam dejectos por todo o lado. Juntou-se o
desleixo com a falta de civismo das pessoas", reforça a vizinha
Maria Isabel.
Joaquim Marques, presidente da Junta de Freguesia de S. João de Brito,
reconhece "o lamentável estado dos canteiros", que atribui à
inexistência de um sistema que permita a sua rega regular. Assegura que
há vários anos vem solicitando a intervenção da Câmara de Lisboa,
"infelizmente sem consequências práticas até à data".
Segundo os moradores, a água da EPAL que servia para regar os canteiros
deixou de existir. Alegam que essa ligação foi desviada há cerca de
quatro anos para uma obra particular e não mais foi criada uma
alternativa. "A Câmara é que é cliente da EPAL, não é a Junta
que está habilitada a fazer um contrato com a empresa", argumenta
Joaquim Marques.
O presidente da Junta garante que desde o início da "seca"
tem enviado ofícios para a Câmara. As respostas prometem soluções,
mas as acções acabam por não se concretizar. "Veja como está,
por exemplo, o Largo Feitor Pinto, todo bem tratado pela Junta. Mas no
Largo não nos falta a água", remata." , João Girão, in Jornal de Notícias, 2/5/2005
Mata de Avalade. A existência de moradores, o lixo acumulado e a frequência de marginais tornava-o pouco seguro para um simples passeio. Santana Lopes pensou transferir para o local a Feira Popular
Zonas Degradadas. Na freguesia continuava a proliferar bairros de barracas e construções precárias, como acontecia na zona do Bairro de São João de Brito.
Higiene Urbana. A cargo da CML era de uma ineficiência incrivel, para a qual contribuia uma crónica falta de civismo.
Envelhecimento da População . A acentuda diminuição da população que se vinha verificando, acompanhada do seu envelhecimento, afectou profundamente o comércio e serviços, mas também a vida das escolas.
Emprego. Pequenas e grandes empresas abandonaram Alvalade. A modernidade e outras condições oferecidas em outras zonas de Lisboa, como o Parque das Nações tiveram um forte impacto negativo na qualidade e quantidade de empregos na freguesia. O Mercdo de Alvalade Norte na sua acentuada decadência era o espelho da inacção dominante que a propaganda não conseguia disfarçar.
Parque Escolar. As escolas públicas existentes no território da freguesia desde a sua criação, nunca tiveram obras. Estando em cima da mesa a extinção de algumas, como a Escola Secundária Padre António Vieira. A maioria dos seus alunos não residiam em nenhuma das três freguesias, levantando problemas novos na sua relação com a escola e o espaço envolvente. |
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Estacionamento. O caos estava instalado na freguesia, como na cidade. Estacionava-se em tudo quanto é sítio, nomeadamente nos passeios, antigos canteiros de flores, etc. joão Soares apadrinhou a ideia de substituir jardins por parques de estacionamento: Largo Feitor Pinto, Largo da Rua José Duro e na Avenida da Igreja. Uma ideia que continuou a ser apadrinhada por Santana Lopes e Carmona Rodrigues.A reacção popular não se fez esperar.
Num verdadeiro golpe de teatro, às 20h10, do dia 4
de Maio de 2004, em plena Assembleia Municipal de Lisboa, Santana Lopes pede a palavra e
afirma que a CML acabara de abandonar o projecto de construir os dois dos famigerados parques de estacionamento: o da Rua José Lins do Rego e o da Avenida da Igreja. Notícias de Arquivo
Imagem da Praça de Alvalade durante as longas obras.
Praça de Alvalade. Um dos melhores exemplos como a CML trata os espaços
públicos foi o caso da Praça de Alvalade. A remodelação da estação do metro obrigou
em 2003 à transformação da praça num enorme estaleiro. O comércio local foi gravemente afectado, obrigando ao encerramento de muitos
estabelecimentos.
As obras prosseguiram até Outubro de 2007, quando
foram dadas por concluídas. A partir daqui seguiu-se uma disputa entre a CML e o
Metro para saber quem é que devia de pagar a recuperação da Praça. Em Junho de
2008, António Costa, garantia os moradores que o assunto seria em breve
resolvido. As obras de requalificação da Praça só se iniciaram em Agosto de
2009, a três meses das eleições autárquicas. A sua conclusão só terminou em
Fevereiro de 2010. Os prejuízos foram enormes para o comércio local, obrigando
ao encerramento de muitos estabelecimentos.
Imagem
actual da Praça de Alvalade. As árvores desapareceram, ficando a praça com um
aspecto inóspito. |
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Lisboa: Eleiçõs
Autárquicas
Eleições Autárquicas de 2013
Eleições
Autárquicas de 2009
Manifesto
Eleitoral (2009)
Eleições
Intercalares Autárquicas de 2007
Eleições Autárquicas de 2005
Face ao panorama deprimente que apresentava a freguesia no inicio do novo século, as eleições de 2005 foram aguardadas com alguma expectativa de mudança. A balbúdia instalada na CML requeria igualmente uma rápida mudança. No dia 9 de Outubro de 2005, os recenseados na Freguesia foram de novo às urnas. O PSD/CDS voltou a ganhar, sem que nenhum dos problemas que a freguesia enfrentava tivesse sido resolvido . A situação comatosa da Câmara agravou-se provocando novas eleições em 2007.
Eleições
Autárquicas de 2001
Estatísticas
Eleitorais 1976-2007 |
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