Jornal da Praceta

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De Alvalade à Capela do Rato

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Grupo de participantes da acção na Capela do Rato

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  Lisboa.31 de Dezembro de 1972

A polícia deteve 91 pessoas que haviam escolhido o altar de uma Igreja de Lisboa ( Capela do Rato) para meditar sobre sentido a guerra de África. Um assunto que a ditadura proibia que fosse discutido. 24 horas depois deste acontecimento, mais de uma dezena e meia acabam na Prisão de Caxias.

O facto teve enorme repercussão, dado que era a primeira vez tantos católicos enfrentava publicamente a ditadura e condenavam a guerra colonial.

Desde 1969 que este grupo, em reuniões clandestinas, se questionava sobre a guerra colonial e a ditadura. Entre os principais mentores dos encontros destacava-se o arquitecto Nuno Teotónio Pereira e a sua mulher Maria Natália.

Não é de estranhar que a acção da Capela do Rato tenha sido meticulosamente combinada na sua residência no Bairro de Alvalade (Bairro de S. Miguel).   

No dia 23 de Janeiro de 1973, Miller Guerra, deputado na chamada ala liberal, coloca a questão das prisões na Capela do Rato na Assembleia Nacional. Os deputados ligados ao regime impedem que a discussão prossiga e Miller Guerra é obrigado a pedir a demissão 15 dias depois.

 

  Bibliografia: Vida Mundial.Fev.1998
 

 

 
   
 
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