Toponímica

Poetas no Bairro de Alvalade

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A toponímica do bairro de Alvalade, sobretudo das artérias em torno a Rua José Lins do Rego, oferece-nos um interessante pretexto para conhecermos alguns dos mais importantes poetas, romancistas, dramaturgos, músicos, pintores, escultores e até pedagogos portugueses. Os nomes das ruas foram atribuidos em 1948 e 1950 substituindo a numeração inicial (ver editais no fim da página).

O percurso que lhe propomos é exclusivamente dedicado aos poetas que dão nome a ruas do bairro. No total seleccionamos 15, entre os séculos XVII e XX. Acredite que a escolha foi mesmo difícil. Prepare-se para andar a pé, faz bem à saúde e possibilita-lhe viver Alvalade com outros olhos. Se se sentir perdido pergunte pela rua com o nome do poeta. Não se esqueça dos poemas.  Fica ao seu critério a escolha do local para os ler.

Praceta da Rua José Lins do Rego

O local nem sempre está limpo, como muitos outros locais de Lisboa. Os serviços de higiene urbana não primam pela eficiência, e a falta de civismo de muitos moradores também não contribui para minorar a situação. A grande vantagem: o local é central para o nosso percurso. Após uma curta paragem num dos cafés locais desça a rua e entre na Afonso Lopes Vieira...

- Já agora sabe que foi José Lins do Rego? Se não sabe consulte aqui.

1.Afonso Lopes Vieira (1878-1946)

Nasceu em Leiria .Bacharel em Direito pela Universidade de Coimbra. Foi um grande defensor do nosso idioma e do estudo dos nossos autores clássicos. Depois da formatura em Direito na Universidade de Coimbra, foi redactor da Câmara dos Deputados da monarquia e ainda durante alguns anos na 1 República. Dispondo de uma considerável fortuna por herança, pode dedicar-se quase em exclusivo à vida literária, tendo-se estreado ainda estudante com o livro de versos Para Quê? (1897), de pendor decadentista e simbolista da época.

A obra poética que mais o distinguiu na sua geração foi, no entanto, O Poeta Saudade (1901), publicando ainda, entre outros, os livros O Encoberto (1905), Canções do Vento e do Sol (1911), Onde a Terra Se Acaba e o Mar Começa (1940), etc. São de valiosa qualidade lírica, também, os seus livros de poesia para crianças. E, por outro lado, dedicou-se à reactualização de valores que considerava mais representativos da «alma portuguesa», com adaptações em prosa poetizada de O Romance de Amadis (1923) e Diana, de Jorge de Montemor (1924), e com A Campanha Vicentina (1915), que teve importante eco na restituição de Gil Vicente ao grande público teatral. Alberto de Oliveira chegou a designá-lo como um novo Garrett e António Sardinha considerou-o «um preceptor seguro da sensibilidade portuguesam 1928 foi publicada uma compilação dos seus versos, sob o título de Os Versos de Afonso Lopes Vieira. "Adepto do Integralismo Lusitano, nem por isso deixou de manifestar em várias circunstâncias a sua independência de espírito e de atitude, inclusivamente como discordante activo e desassombrado do salazarismo." Dic.Ilust.da História de Portugal, Coord. José Costa Pereira.

Poema

2.João Lúcio (1880-1918)

Nasceu em Olhão. Tirou o curso de Direito na Universdade de Coimbra. O seu primeiro livro, Descendo é de 1901 e, o último Espalhando Fantasmas foi publicado postumamente.

Poema

3.Fernando Pessoa (1888 -1935)

Nasceu e morreu em Lisboa. Poeta de dimensão universal. Foi educado na África do Sul, estudou na Universidade do Cabo. Escreveu em inglês e português. Fundou em 1915 a revista  Orpheu, de que saíam somente dois números. Tanto bastou para provocar uma verdadeira revolução na poesia em Portugal. A sua única obra poética pública em vida é a celebérrima Mensagem (1933).

Poema

4.Florbela Espanca (1894-1930)

Nasceu em Vila Viçosa. O seu primeiro livro de poemas Livro de Mágoa é de 1919.Com o título Sonetos Completos reuniram-se os poemas acima citados e o livro Livro de Soror Saudade, Charneca em Flor e Relíquia.

Poema

5.António Patrício (1878-1930)

Poeta e dramaturgo.A sua produção poética dispersou-se por revistas como Límia, Águia e AtlântidaA sua estreia literária fez-se com Oceano (1905), dedicando-se depois ao drama, quer em prosa quer em verso. 

Poema

Atravesse a Av. de Roma e entre na Rua Marquesa de Alorna

6.Marquesa de Alorna-Leonor de Almeida (17501839)

No período pombalino foi vítima de perseguições políticas. Viu o seu pai ser encarcerado nas prisões da Junqueira e, com a sua mãe teve que se recolher no Convento de Chelas. Aqui desenvolveu  os estudos de autores clássicos e modernos. Conhecia diversas línguas antigas (grego e latim) e modernas (francês, italiano, inglês e alemão). Casou com um diplomata alemão, tendo por este facto residido algum tempo em Viena, onde contactou com o movimento romântico. Em 1793 ficou viuva. Os seus salões ficaram celebres.

Poema

7.José Duro (1873-1899)

Nasceu em Portalegre, tendo morrido com apenas 26 anos, pouco depois de ter revisto as provas do seu  segundo livro.

Poema

8.Alberto Osório de Castro (1868-1946)

Nasceu em Coimbra, seguiu a carreira da magistratura judicial, tendo servido nas colónias. No governo de Sidónio País foi ministro da Justiça. Fez parte da geração dos simbolistas. Estreou-se com Exiladas (1895), a que se seguiu A Cinza dos Mirtos (1906), Flores de Coral (1908) e Sinal da Sombra (1923).

Poema

9. Luis Augusto Palmeirim (1825-1893)

Nasceu em Lisboa, seguiu a carreira das armas. Participou na revolta da Maria Fonte (Patuleia). Os seus poemas foram na altura muito populares. As suas composições lirícas foram pubicadas em 1851, sob o título de Poesias.  

Poema

Dirija-se na direcção da praça de Alvalade e desça a Av. da Igreja no sentido do Campo Grande.

10. Rosália de Castro

Poetisa galega. Um verdadeiro símbolo da cultura galega.

Poema

11.Violante do Céu (1601-1693)

Nasceu em Lisboa, professou no Convento da Nossa Senhora da Rosa, da Ordem de S. Domingos. O seu livro de Rimas Várias, foi publicado em Ruão, França. Estas poesias foram quase todas reproduzidas em Fénix Renascida

Poema

12.Guilherme de Azevedo (1840-1882)

Nasceu em Santarém e morreu em Paris. Publicou Aparições em 1861, Radiações da Noite em 1871 e Alma Nova em 1874. 

Poema

13.Eugénio de Castro(1869-1944)

Nasceu e morreu em Coimbra. Foi também aqui professor na Faculdade de Letras. As suas obras completas foram editadas em 10 volumes entre 1927 e 1944.

Poema

14.Fausto Guedes Teixeira(1871-1940)

Nasceu em Lamego, estudou em Coimbra e viveu algum tempo no Brasil. Estreou-se com Náufragos (1892). Em 1908 publica a sua melhor obra O Meu Livro, em dois volumes.

Poema

15.Camilo Pessanha (1867-1926)

Nasceu em Coimbra, percorreu o Oriente e morreu em Macau. Poeta do simbolismo. O seu único livro de poemas publicado em vida é Clepsidra.

Poema

Edital que fixou o nome das ruas

Edital de 1948

Edital de 1950