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Painel de azulejos com milagre de Santo António, atribuído a Nicolau de Freitas (1703-1765), Lisboa. c.1740

Fragmentos de Cor

Azulejos do Museu de Lisboa

3 de Junho a 25 de Setembro de 2016. Museu de Lisboa - Campo Grande

   

O Museu de Lisboa tem à sua guarda a segunda maior coleção de azulejos de Portugal. A única vez que um parte do espólio foi mostrada ao público foi em 1984, numa exposição na Estufa Fria, em Lisboa.José Meco, comissário da Exposição, voltou agora a vasculhar o espólio municipal e fez uma seleção representativa da história desta arte identitária de Lisboa.

A exposição de forma retrospectiva começa com alguns exemplares do século XV, numa altura que em Portugal eram correntes os azulejos hispano-mouriscos provenientes de Sevilha. 

No século XVI, os padrões dos azulejos revelam uma maior variedade de motivos geométricos, e reflectem novas influências: a técnica da majólica, ou faiança, originária de Itália e de Antuérpia. Influência que se acentua com a vinda para Portugal de ceramista flamengos. Lisboa torna-se então no principal centro ceramista de Portugal.

O século XVII a arte de azulejaria consolida-se e adquire características próprias. Regista novas influências, como a holandesa (azulejos de "figura avulsa"). Os Azulejos de Repetição, com a técnica do alicatado, permite inovar na composição dos padrões. Os pintores inspiram-se em gravuras para criarem amplos painéis murais que cobrem enormes superficies. No final do século surge a pintura de azul cobalto sobre branco.

Silhar de Azulejos. Policarpo de Oliveira Bernardes (1695-1778). Lisboa, 1720.

Figura de Convite, Lisboa. Século XVIII (2ª. metade). Faiança em pintura a azul sobre branco.

Na primeira metade do século XVIII, Lisboa torna-se na capital da azulejaria barroca. Surge então um conjunto de grandes mestres, como António Pereira, Manuel dos Santos, António de Oliveira Bernardes entre outros.

Figura de Convite. Real Fábrica de Louça, Rato. 1799

Nos séculos XIX e XX muitos foram os artistas que produziram notáveis obras de azulejaria, mostrando a vitalidade desta arte que desde à séculos está associada a Lisboa.

Painel de Azulejos (pormenor), "Por Minha Prima". Jorge Colaço (1868-1942). Fábrica de Louça de Sacavém, c. 1916.

Painel Mural de Azulejos - O Mar (pormenor). Maria Keill (1914-2012). Lisboa, Fábrica Viúva Lamego, 1958-1959.

Painel de Azulejos - Alto de Santa Catarina. Manuel Cargaleiro (1927-), Lisboa, Fab. Viúva Lamego, 1969

A exposição termina com um vídeo que mostra os azulejos com fonte de inspiração para outras expressões artísticas, como a moda.

Visite a Exposição, mas não deixe de protestar contra a forma como os funcionários do Museu da Cidade transformaram o largo em frente do Palácio Pimenta num parque privativo de automóveis. Mais