Avenida do Brasil

Requalificação  da zona oriental da Avenida do Brasil
(Rotunda do Aeroporto - Avenida de Roma)

As esperadas obras de requalificação de passeios e pequenos jardins de parte oriental da Avenida do Brasil foram finalmente concluídas em finais de 2018. Chegou-se a temer que devido à ausência do anterior presidente da junta (em funções no Ministério das Finanças), as mesmas fossem abandonadas à semelhança do que aconteceu com outros projectos. Fontes da própria junta garantiram-nos, todavia, que no executivo continuavam pessoas do PS muito experimentadas na adjudicação de obras públicas, em ajustes diretos e aquisições de equipamentos. Haja dinheiro e não faltarão obras na freguesia.

... Outubro de 2019

Av. do Brasil, Alvalade

Bloco Habitacional de Jorge Segurado (propriedade do Montepio Geral )

A zona foi igualmente beneficiada com a requalificação do Parque José Gomes Ferreira (2014), a criação do Jardim e Parque Hortícola Aquilino Ribeiro Machado (2017) e a requalificação do Parque Desportivo de S. João de Brito (2019). Um conjunto de obras que estimularam a abertura de novos estabelecimentos na zona.

A renovação dos logradouros estimulou a abertura de novos estabelecimentos comerciais, como o Edo Suschi Alvalade.

Ao contrário do que aconteceu noutras "requalificações" em Alvalade os moradores tem cuidado da sua preservação. Foto: 7/08/2021

Os passeios foram rebaixados nas zonas de passagem e o parque na Rua Aprígio Mafra requalificado. Foto: 7/08/2021

Trata-se de uma obra que merece o nosso mais entusiástico aplauso. Fica faltar a requalificação da zona oeste. Quantos anos mais serão precisos?

Urbanismo ou Atentados Urbanos ?

Desde final dos anos 80 do século XX que esta avenida estava votada ao mais completo abandono.Quem passava pela Avenida da Brasil (antiga Avenida Alferes Malheiro) dificilmente conseguia imaginar que a mesma foi em tempos considerada uma das mais belas de Lisboa. 

Em finais do anos 50, começou a erguer-se na Avenida do Brasil, um conjunto de blocos de habitação desenhados pelo arquitecto Jorge Segurado. Constituíam ao tempo, o que mais moderno Lisboa possuía em termos arquitectónicos. Os edifícios estão em pilotes, sendo a zona térrea completamente ajardinada para a circulação de pessoas. A CML na altura uma via interior para a circulação e estacionamento de automóveis, a Rua Aprígio Mafra).

A partir dos anos oitenta a avenida adquiriu um aspecto deprimente. Quem nela passava dificilmente podia imaginar que estes blocos de habitação foram construídos para segmentos da população de elevados rendimentos. O aspecto era de confrangedora degradação. As varandas estavam quase todas fechadas,  ostentando todo o tipo de velharias e de lixo. Os carros ocupavam o que resta dos espaços ajardinados.

As varandas tapadas desfiguraram por completo a estética dos edifícios. Por vezes, chegam a erguer-se autênticas barracas em espaços minúsculos. 

OnOnde existiam canteiros de flores estavam plantados automóveis e até camiões ! Quando chovia o que restava dos canteiros transformava-se num lamaçal.

Bloco Habitacional do Montepio Geral

(Avenida do Brasil, Freguesia de São João de Brito)

Construído nos anos 50 foi na altura um dos projectos arquitectónicos mais arrojados de Lisboa. Desde os anos 90 do século XX tornaram-se num dos símbolos do adiantado estado de  degradação em que  se encontrava o Bairro de Alvalade.

 

Zona Oeste da Avenida do Brasil

(Avenida de Roma - campo Grande)

Em 2021 continuava a faltar requalificação de toda a parte oeste da Avenida do Brasil, tanto do lado norte como do sul.

No lado norte, das duas agências bancárias que existiam não resta nenhuma (Outubro de 2019). O "Centro Comercial Brasil" à muito que desapareceu na mais completa decadência. Os roubos e atos de violência contra os empregados dos estabelecimentos haviam-se tornado uma constante. Os novos estabelecimentos que têm sido abertos, mas não tardam a fechar. As antigas instalações da "Rodoviária de Lisboa" (privatizada em 1995 ) estão abandonadas. Em 2021 projecta-se instalar nas mesmas uma escola profissional.

"Ruínas" do antigo Centro Comercial Brasil.Outubro de 2019

No lado sul, os estalecimentos também foram fechando, os que abrem continuam com os mesmos problemas dos antigos. O supermercado "Auchan" (2019) passou a guardado por agentes da PSP e acabou fechado em 2021. O único banco que aqui exitia também encerrou portas.

Outubro de 2019

Onde existia um conjunto equilibrado de edifícios, a CML promoveu uma arquitectura de subúrbios degradados. Para aumentar os problemas com o estacionamento, as garagens destes edificios são exíguas ou estão transformadas em armazéns. Tudo foi autorizado ou realizado com a conivência dos dirigentes e funcionários do município de Lisboa. 

O "world trade center" do Campo Grande (!!!). Era este aspecto do edifício quando entrou num rápido processo de decadência.

 

O edificio sofreu obras de requalificação, mas o enquadramento perrmaneceu (Outubro de 2019)

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Entrada da Avenida do Brasil pelo Campo Grande (lado sul).

Os melhores exemplos da  arquitectura modernista local foram destruídos ou então completamente mutilados pelas novas construções envolventes. Mais um exemplo da gestão urbanística da CML, onde é notória ausência de qualquer critério que não seja a especulação imobiliária. O resultado final foi a desqualificação de mais uma zona da cidade.

Vindos do Campo Grande andando alguns metros encontramos a primeira lixeira na Avenida do Brasil

O edificio que existia (em ruinas) foi demolido. Os moradores esperavam que o local fosse requalificado, mas tudo continuou na mesma.

O local em Outubro de 2015.

Em 2015 a quantidade de lixo diminuiu comparativamente a anos anteriores. No entanto continuava a abundar num improvisado parque de automóveis. Era este edificante cenário que contemplavam quotidianamente os moradores e todos aqueles que aqui aguardam por um transporte de passageiros. Em 2017 ocorreu uma nova limpeza (ano de eleições). Em 2021 um placard passou a anunciar a construção de um novo edificio no local.

A zona mais movimenta das paragens de autocarros era um verdadeiro caos. Os que esperam pelos autocarros e os que passam pela rua tinham que andar entre mil e um obstáculos num ambiente degradado. As árvores que existiam foram derrubados, o que delas restava eram "coutos" que serviam de caixote do lixo onde os pombos procuram alimento.

As elegantes vivendas e os prédios de três andares no princípio da Avenida do Brasil foram substituídos por edifícios copiados dos que se podem observar nos subúrbios de Lisboa.  O resultado é simplesmente deprimente, impressão agravada por varandas fechadas com inestéticas vidraças.

O descuido camarário por esta zona contrasta com o cuidado posto na zona oriental da Avenida, o que para muitos moradores só tem uma explicação: a proximidade do Bairro Social das Murtas afugenta os dirigentes autárquicos. Outra razão não descobrimos.