Espaço Público
Obras no Bairro de São João de Brito. Março de 2021
Uma das habitações a requalificar pela CML ? ( Foto:12/03/2021).
A Câmara Municipal de Lisboa no dia 9 de Março de 2021 deu inicio às obras de requalificação deste bairro de génese ilegal. Nesta obra, com uma duração prevista de dois anos, será feita a substituição completa das infra-estruturas (rede de saneamento, água, gás, telecomunicaçoes, arruamentos, passeios, etc). O custo total previsto era de 3,7 mihões de euros.
O PS, como escrevemos, prometeu a sua rápida legalização e requalificação do bairro. Os restantes partidos falaram na requalificaçção e legalização de toda a zona, incluindo a Quinta do Correio-Mor, Quinta do Alto e Rua das Mimosas. A verdade é que só quatro anos depois é que as primeiras obras avançaram e apenas na área do "Bairro S.João de Brito". O senhor José Alberto da Silva proprietário da habitação acima destacada foi excluido deste processo. O local era um antigo depósito de materiais da firma Matias Avilas (falida), onde afirma que a Câmara pretende fazer um "mirador". Vive aqui à 30 anos com a esposa e, quando calha também a fiha. A CML alega o senhor José tem outra residência no Saldanha, ele fala em problemas com a correspondência: o correio é entregue em dois sítios diferentes. Este açoriano de nascimento pede apenas uma casa, igual às que a CML distribui de graça a tanta gente. Não tem dinheiro para alugar, comprar ou construir uma casa.
Vivenda a requalificar. Foto: 12/03/2021
Máquinas em movimento na construção de infra-estruturas. Foto: 5/08/2021
Bairro São João de Brito. Construções legalizadas. Foto: 12/03/2021
Bairro São João de Brito. Construções legalizadas. Foto: 12/03/2021
Bairro São João de Brito. Construção legalizada. Foto:12/03/2021
Bairro São João de Brito. Construção legalizada. Foto:12/03/2021
Bairro São João de Brito. Construção legalizada. Foto:12/03/2021
Bairro São João de Brito. Construção legalizada. Foto:12/03/2021
Bairro São João de Brito. Construção legalizada. Foto:12/03/2021
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2017. Eleições... o ano de todas as decisões!
Nas eleições autárquicas de 2017 a questão da requalificação do Bairro de S. João de Brito (junto à "Rotunda do Relógio") foi o grande tema eleitoral. O PS prometeu a sua rápida legalização e requalificação. Os restantes partidos falaram na requalificaçção e legalização de toda a zona, incluindo a Quinta do Correio-Mor, Quinta do Alto e Rua das Mimosas. O "Bairro" espelhava a incompetência da Câmara Municipal de Lisboa no ordenamento da cidade. Era pretexto para a demagogia e o oportunismo partidário. Mais
A CML
já havia comunicado aos moradores do "Bairro São João de Brito" (6/06/2017) que iria aprovar a sua legalização
e requalificação. O processo foi facilitado quando a ANA-Aeroportos de Portugal
levantou as restrições que tinha sobre este espaço (9,13 hectares). As outras construções clandestinas fora deste "Bairro" não foram abrangidas.
O "bairro" era constituido por 118 construções ilegais, onde
habitavam 345 pessoas. Algumas das construções seriam
demolidas, e a maioria seriam enquadradas numa malha urbana que se
pretendia com alguma dignidade. A CML em 2017 previa investir mais de 2 milhões para começar a lavar a cara e arrumar este espaço
caótico. Entretanto foi elaborado um projecto que procurou compatibilizar as construções existentes com as exigências mínimas urbanísticas. Com base neste projecto de loteamento foram criados 110 lotes municipais para habitação. No dia 7 de Junho de 2018 foram feitas as primeiras escrituras para a venda de lotes. O processo de requalificação deste "bairro" de génese ilegal entrara numa nova fase.
Em março de 2021 iniciaram-se as obras de infra-estruturas com uma duração prevista de 2 anos, prevendo-se neste ano investir 3,7 milhões de euros.
A CML prometia demolir tudo o que não estivesse dentro do perimetro do bairro de S. João de Brito, o que correspondia à vasta área da Quinta do Correio-Mor, Quinta do Alto e Rua das Mimosas. Nas duas quintas continuam a habitar cerca de uma dezena de pessoas em meia dúzia de construções precárias. Na Quinta do Alto, onde o movimento era grande devido às muitas oficinas de automóveis, serrações e depósitos de materiais de construção, contavam-se dois "cafés". A CML que se limitava a recolher no local algum lixo, abandonara por completo esta tarefa. O Palacete dos Condes de Vila Real continuava a cair aos bocados. Os moradores da "rua das mimosas" logo em 2017 haviam questionado a medida, alegando que as suas casas tinham condições de habitabilidade idênticas às do Bairro S. João de Brito, não compreendem a discriminação. Qual a razão de legalizar umas vivendas e outros não? Mais
Bairro São João de Brito. Algumas da barracas que partidos, como o PSD, CDS-P ou o Bloco de Esquerda prometeram aos moradores legalizar . Foto: 2017
Bairro São João de Brito. Construções precárias mesmo em frente do Terminal 2 do
Aeroporto de Lisboa. É a imagem de um verdadeiro desordem "urbanística", a primeira imagem com que fica quem visita Lisboa. Foto:2017
Bairro São João de Brito. A zona, como acontece em muitos logradouros do Bairro de Alvalade, está transformada num enorme depósito de vazadouro de entulho de obras. As descargas são contínuas em terrenos municipais. Foto: 2017
Quinta do Alto. Durante as eleições autárquicas de 2017, os principais partidos da Oposição à CML, prometeram no caso de as ganharem, todas as construções seriam legalizadas !.... |