Carmona Rodrigues, o chefe
Pelouros (Nov.2005):
Urbanismo (com Gabriela Seara),Turismo e Protecção Civil.
O Descalabro
Ainda não havia um ano que
estava à frente da CML e já a comunicação social dava conta que as práticas
de corrupção, peculato e o tráfico de influências dominavam a autarquia. Os
negócios da troca de terrenos entre Parque Mayer e Feira Popular envolvendo a Bragaparques
e o próprio Carmona suscitam uma investigação policial (2006), e motivam uma
tentativa de corrupção de um vereador da Oposição (José Sá
Fernandes). Os
gabinetes, serviços e empresas municipais estavam repletos de militantes do PSD
e do CDS-PP sem funções definidas, nem trabalho atribuido. A CML estavam a
financiar descaradamente estes partidos.
A Polícia Judiciária (PJ ) foi
chamada a intervir, entre os dirigentes municipais constituídos como arguidos em
processos de corrupção, peculato e tráfico de influências, conta-se o próprio
Vice-Presidente da CML.
Em princípios de 2007 as dividas da autarquia eram de
tal monta que já não havia recursos financeiros suficientes para assegurar o
pagamento de salários dos funcionários. Em Abril de 2007, a CML teve que contrair
um novo empréstimo para poder garantir o pagamento dos subsídios de férias. O
descalabro era total.Não há memória de alguma vez tenha ocorrido semelhante
na História da Câmara Municipal de Lisboa.
No dia 2 de Maio, o lider do PSD,
através da comunicação social anunciou que retirava a confiança política a
Carmona Rodrigues. No dia seguinte, nunca dramática conferência de imprensa,
afirmou a sua intenção de continuar a "governar" Lisboa. O
espanto foi total. No dia 4 de Maio, cerca de 300 funcionários e assessores,
nas instalações da autarquia no Campo Grande, numa manifestação de apoio a
Carmona acusaram o PSD e a Oposição de derrubarem a presidência da CML.
Num comunicado impresso com papel da CML apelavam a uma manifestação da cidade
em apoio ao "professor". Os habitantes de Lisboa perante este triste
espectáculo, apenas esperavam que o mesmo tivesse fim o mais rapidamente possível. Lisboa carece de muito mais do que destas cenas
melodramáticas.
Fontão de Carvalho (Carlos
Miguel Gomes Fernandes Fontão de Carvalho). Vice-Presidente.
Vereador com o pelouro das Finanças. Genro
do empresário da construção civil Alves Ribeiro.
Revisor Oficial de Contas. Está Ligado à
multinacional BDO.
Entrou
para a CML, em 1998, pela mão do Partido Socialista. Durante a bagunça de
Santana Lopes (2002-2005) não hesitou em mudar da esquerda para a direita
quando foi convidado por Carmona Rodrigues para controlar as finanças da CML,
substituindo nesta funções Teresa Maury.
Antes
de concorrer pelo PS andou pelo CDS, tendo sido eleito por este partido para a
Freguesia do Lumiar. Entre 1998 e 2001, no tempo de João Soares, esteve
à frente das finanças municipais. Foi nesta altura que com Machado Rodrigues
andou envolvido em diversas negociatas, como a cedência de terrenos de jardins
e largos públicos, como é o caso para do
famigerado parque de estacionamento no jardim da Rua José Lins do Rêgo.
O grande trunfo de Fontão é ser
genro de Alves Ribeiro e passar férias na Praia Grande com o Carmona, o actual
presidente da CML. .
Durante
o descalabro de Santana Lopes teve a seu cargo os seguintes pelouros: Auditoria,
Finanças, Aprovisionamento, Empresas Municipais.
Fontão
é olhado como um traidor por uns, um oportunista por outros. Os funcionários
camarários encolhem os ombros e num gesto de pura resignação dizem
"Que quer, foi o que nos saiu na rifa. Melhores dias virão".
Vira
casacas ou não, a verdade é que sentindo que o barco se estava a afundar, acabou por pedir a demissão pouco antes do regresso de Santana
Lopes à CML. Carmona
Rodrigues integrou-o na lista do PSD para as eleições autárquicas, sendo
eleito vereador pelo PSD.
Pelouros (Nov.2005):Finanças:
A actuação de Fontão, durante
o reinado de Carmona tem sido simplesmente hilariante: Foi um dos principais
responsáveis pelo descalabro das finanças da CML, mas fala como se nada
tivesse com o assunto. Em Abril de 2007, por exemplo, a CML teve que
contrair um empréstimo de 30 milhões de euros para garantir o pagamento do
subsídio de férias. Um desvario completo.
Fins de 2006: Foram tantos
os casos de corrupção, peculato e tráfico de influências em que se viu
envolvido, nomeadamente os da EPUL. Acabou por pedir a supensão de vereador e
de Vice-Presidente da CML (Fevereiro de 2007)
Pedro José Feist. Vereador com o Pelouro da
Limpeza e Higiene Urbana.
Biografia
Oficial
Antigo vereador do CDS-PP.Foi eleito nas
primeiras eleições autárquicas de 1976.
Durante o
período de Santana Lopes entrou para a CML para substituir Paulo Portas eleito
pelo mesmo partido (29/4/2001). Um ano depois ameaçou
suspender provisoriamente o mandato, devido ao facto do seu nome aparecer
envolvido em aquisições de legalidade duvidosa. Atitude que só lhe ficou bem.
Pelouros que em Abril de 2002 lhe estavam atribuídos: Desporto, Higiene Urbana,
Obras Coercivas, gestão dos cemitérios, reparação e manutenção mecânica.
Durante o ano de 2003, Pedro Feist
zangou-se com os "rapazes" do CDS-PP, acusando-os de
"incompetentes", "oportunistas" e de lhe pretenderem roubar
o lugar. Prometeu abandonar a CML e o Partido, só não disse quando o faria.
Ainda zangado com o CDS-PP, foi chamando pelo PSD para figurar nas suas listas eleitorais (Outubro de 2005).
Pelouros (Nov.2005, Julho de
2006... ):Desporto e Higiene Urbana.
Abril de 2007:Desporto, Obras Municipais, Frota e Higiene Urbana.
Feist, em 2006, notabilizou-se
por uma série de acções desastradas: a) Começou por se incompatibilizar com
os funcionários camarários, quando pretendeu pô-los a trabalhar. Perdeu a
guerra, deixando-os em paz; b) Embora se revele incapaz de por a funcionar as
piscinas municipais, ameaçou destruir três delas - Olivais, Campo Grande e
Areeiro (Setembro 2007). No fim desistiu da ideia, remetendo-se ao silêncio.
Marina Ferreira. Vereadora.
Militante do PSD. Técnica da
Carris. Foi chefe de gabinete de Azevedo Soares, ministro do mar de Cavaco
Silva. Durante o governo de Durão Barroso, foi
nomeada para chefiar a Autoridade Metropolitana dos Transportes de Lisboa (AMTL).
A sua gestão revelou-se um verdadeiro desastre: a AMTL nunca chegou a
funcionar.
Pelouros (Nov.2005):Mobilidade:
Fins de 2006: Perante o
caos que se instalou na CML acabou por ser apontada para substituir Fontão de
Carvalho.
Sérgio Lipari Pinto. Vereador.
Ex-presidente
da Junta de Freguesia de São Domingos de Benfica. Director-Geral da empresa
municipal Gebalis (2002-2005). Foi imposto a Carmona
Rodrigues pela JSD.
Pelouros (Nov.2005, Julho de
2006...):Educação e Acção Social:
Fins de 2006: Está envolvido em multiplos casos de gestão danosa da
Gebalis, nomeadamente quando foi Director-Geral. A Gebalis tornou-se numa das
principais fontes de financiamento do PSD.
Um escandalo.
António Prôa. Vereador
Durante o período de Santana Lopes
(2002-2205), durante algum tempo teve a seu cargo os pelouros dos espaços
Verdes, Informação e Atendimento, Colectividades, Gestão Cemiterial,
Saneamento e Protecção Ambiental.
A maioria dos seus colaboradores directos
na altura eram consensuais: Era difícil encontrar uma pessoa mais
desajustada às funções que desempenhava. Todos já perceberam isso, menos o próprio.
O regresso à CML de Santana Lopes, em Março de 2005 ditou o seu afastamento.
Pelouros (Nov.2005, Julho de
2006 ... ): Ambiente
e Espaços Verdes:
Espelha as contradições que percorrem a CML:
afirma que não tem 800 mil euros para requalificar o Jardim do Campo Grande,
mas nada diz dos milhões que a CML gasta com um batalhão de assessores que
ninguém sabe o que andam a fazer. Os muitos jardins degradados da cidade são o
melhor retrato do seu trabalho.
osé Amaral Lopes. Vereador da
Cultura.
Antigo Secretário de Estado dos Bens Culturais, do Ministério da
Cultura. Quem foi o ministro ? O inqualificável Pedro
Roseta
(Governo de Durão Barroso). Ocupou a mesma pasta durante o governo
do famigerado Santana Lopes. De acordo com os funcionários do MC era dois
poucos que sabia qualquer coisa de contabilidade.
Pelouros (Nov.2005):
Cultura
Os equipamentos culturais da CML
estão numa lenta agonia. Um dos melhores exemplos deste descalabro é o Museu
da Cidade de Lisboa. Não tem nenhuma actividade digna de registo, e até parte
do seu acervo está votada ao mais completo abandono e em elevado estado de
degradação (nora, estátuas, etc).
Gabriela Seara.
Vereadora. Com Fontão de Carvalho foram as duas únicas escolhas de Carmona
Rodrigues. O resto foi negociado pelo PSD. Motivos ? Ninguém sabe. Foi a chefe
de gabinete de Carmona na CML durante o período de Santana Lopes, e depois
responsável pela campanha eleitoral.
Chefe de Gabinete: Mário Patrício. Ao que
consta no Gabinete da Vereadora é este engenheiro que manda e negoceia tudo.
Pelouros (Nov.2005, Julho de
2006... ): Apoia
Carmona no Urbanismo e em especial nas áreas da Reabilitação Urbana. Pelouros
da Juventude, Modernização Administrativa e Serviços Centrais :
Em Setembro de 2006, os lisboetas
puderam observar a forma desta vereadora trabalhar: Uma simples investigação
no local permitiu saber que existem muitas obras apoiadas pela CML sem qualquer
tipo de licenciamento, como a do parque de estacionamento subterrâneo do Largo
de Jesus. Gabriela Seara reconheceu que esta obra nem sequer tinha licença de
construção, mas apressou-se a confirmar que a sua falta era algo
secundário. Tudo dependia da vontade dos dirigentes municipais, em resolver os
problemas á medida que vão surgindo. Uns antes de iniciarem as obras tem que possuir
todas as licenças, outros basta-lhes apenas conhecer o presidente ou um
vereador da CML. Não seria mais transparente acabar com a fantochada das
licenças camarárias? Deixar tudo ao critério dos construtores? Este é
o melhor retrato político da câmara que governa Lisboa.
Ousada nas suas atitudes, esta
vereadora já mostrou até onde pode ir, nomeadamente quando defendeu a chusma
de assessores da CML, a destruição do Jardim histórico
do Largo Barão de Quintela, a continuação de obras sem licenças, etc.
Fins de 2006: Perante as
multiplas acusações que foi alvo, nomeadamente na área do urbanismo, acabou por pedir a suspensão do
mandato.
Maria José Nogueira Pinto. Vereadora.
CDS-PP Após as eleições negociou com
Carmona a maioria na Câmara a troco do seu lugar como vereadora com o pelouro
da Habitação Social. Carmona acabou por ceder. Tem a seu cargo o importante
projecto de reabilitação da Baixa Pombalina:
Pelouros: Habitação Social
(até Nov.2006).
Fins de 2006: Ao longo de
2006 a CML, presidida por Carmona teve que albergar bandos de militantes do PSD
e do CDS-PP das câmaras onde tinham perdido as eleições. Muitos deles
entraram na CML como assessores, outros foram nomeados para os mais variados
cargos. O PSD impôs a nomeação de Nunes Barata para presidente da SRU – Sociedade de Reabilitação Urbana da Baixa
Pombalina, o que revoltou Nogueira Pinto dado que já tinha para o cargo outra
militante. Esta acidente acabou por provocar em Novembro o fim da coligação
PSD/CDS-PP. Como resposta Carmona retirou-lhe o pelouro da Habitação Social.
Paula Teixeira da Cruz (PAULA
MARIA VON HAFE TEIXEIRA DA CRUZ).
Presidente da Assembleia Municipal. Advogada (licenciou-se na Universidade
Livre). Vereadora da Câmara
Municipal de Lisboa de Janeiro de 1998 a Janeiro de 2002 (PSD, sem pelouro). É casada com Paulo Teixeira Pinto, monárquico
e membro da Opus Dei (antigo
secretário de estado e porta-voz do governo de Cavaco Silva e actual presidente
do BCP.) Ambos estudaram no Liceu Padre António Vieira (Alvalade), como Carmona
Rodrigues ou Santana Lopes.
Tendo em conta o seu passado
inconformista, no tempo de João Soares, esperava-se dela uma outra atitude face
á bandalheira da actual CML. Contudo, à medida que o tempo passa, o que se vê
é o contrário. Para fazer isto não valia a pena ter-se dado ao trabalho de
candidatar-se à Assembleia Municipal.
Biografia Oficial
"PAULA
TEIXEIRA DA CRUZ, advogada, nasceu em Luanda
(ANGOLA), a 1 de Junho de 1960. É licenciada em Direito pela antiga Universidade Livre. Foi Docente de Direito Administrativo na
Faculdade de Direito de Lisboa e na Universidade Livre de Lisboa durante os anos de 1983
a 1987, e depois de Direito Administrativo
no Instituto de Estudos Financeiros e Fiscais até 1992.
Entre outras funções Árbitro em Tribunais Arbitrais; Vogal da Comissão de Fiscalização do Instituto de Gestão Informática
e Financeira do Ministério da Saúde; Membro do Conselho Superior do Ministério Público
(1999 a 2003), do Conselho Geral da Ordem dos Advogados (Janeiro de 2002 a
Dezembro de 2004), do Conselho Superior de Magistratura (Abril de 2003 a
Janeiro de 2005); Membro da APDE - Associação Portuguesa de Direito Europeu e
da APD - Associação para o Progresso do Direito.
Intervenção partidária:
É filiada no PSD desde 2 de Outubro de 1995.
Foi membro da Comissão de Honra da Candidatura de
Cavaco Silva à Presidência da República. Membro da Comissão Política Nacional do PSD desde Janeiro de 1997 a Março
de 1998. Membro do Conselho de Jurisdição Nacional do PSD. Vereadora da
Câmara Municipal de Lisboa de Janeiro de 1998 a Janeiro de 2002 (sem pelouro).
Em 2005 foi eleita presidente
da Assembleia Municipal de Lisboa pelo PSD.
Autora de diversos artigos de opinião.
Participa regularmente em programas televisivos.
"
Controlo Político
António Preto. Deputado.
Presidente da Distrital de Lisboa do PSD (eleito em 2002). Não se lhe conhece
nenhum pensamento político. No PSD é apontado como um bom angariador de
dinheiro para o partido. Está a ser investigado pela Polícia Judiciária
(PJ), nomeadamente pelas suas ligações ao empreiteiro Jorge Silvério
(envolvido num processo de corrupção na Amadora). A PJ "apanhou-o" a receber uma
mala cheia de dinheiro, caso que o tornou conhecido na comunicação
social.
Em Julho de 2006 foi afastado da chefia da distrital de Lisboa,
sendo substituído por Paula Teixeira da Cruz.
A lista de assessores e comissários
políticos
Em Julho de 2006, graças a uma
investigação do jornal Correio da Manhã, o país passou a saber que a CML dá
trabalho a cerca de 180 assessores e comissários políticos, que custavam ao
erário público largos milhões de euros. Os números apresentados por Carmona
Rodrigues não abrangem a totalidade dos assessores, dado que muitos deles
estão a serviços das várias empresas municipais onde o descontrole é
total.
Ficou-se então a saber que só o Gabinete de
Carmona tinha um total de 21 assessores, Gabriela Seara - 20, José Amaral Lopes
-22, Fontão de Carvalho dava trabalho a 18,
António Prôa a 19, Pedro Feist a 14, Sérgio Lipari- 18, Marina Ferreira
- 14, etc.
Ao todo a CML gasta por ano
mais de 244 milhões de euros em salários, para desenvolver um conjunto de
serviços de mediocre qualidade.
A CML está a saque. Não admira que muitos
projectos, como a requalificação do Jardim do Campo Grande sejam abandonados
por falta de verbas.
2007
Em princípios de Abril ficou-se a saber que a CML
e as diversas empresas municipais absorveram bandos de militantes do PSD e do
CDS-PP que haviam sido
corridos da Câmara Municipal de Oeiras após a derrota nas eleições de 2005. Um grande
número foram para assessores nos gabinetes dos vereadores destes partidos,
muitos outros foram encaixados nas empresas municipais, um antro de ladroagem. A
maioria nunca realizou qualquer trabalho ou teve uma função definida na autarquia.
A comunicação social afirma que terão sido inclusive falsificados documentos
da CML para darem cobertura a este saque (Lusa,12/4/2007). A PJ foi chamada a
investigar mais um caso.
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