O dia 1º. de Maio está desde o século XIX
intimamente ligado à luta dos trabalhadores por melhores condições de
vida. Esta dia assinala uma série de greves, realizadas em 1886, nos
Estados Unidos, com o objectivo de conquistar o dia de oito horas de
trabalho. A 20 de Agosto de 1866, no Congresso
Operário, em Baltimore, fora aprovado um documento que reivindicava a
redução dos horário de trabalho. A luta dos trabalhadores americanos
culminou nas greves de 1886. Neste ano, em Chicago, as greves foram
violentamente reprimidas, tendo no dia 3 de Maio, causado um morto e
muitos feridos. A polícia, a soldo do patronato, acusou os trabalhadores
pelo sucedido e prendeu os principais dirigentes operários. A 20 de
Agosto de 1886, oito militantes operários compareceram ante o tribunal de
Cook County, tendo sido julgados e condenados à morte. A dois deles,
Fielden e Schward, foi a condenação comutada em prisão perpétua e a um
terceiro a 15 anos de prisão. A sentença cumpriu-se a 11 de Novembro de
1887 sobre quatro dos detidos já que o outro, Ling, se suicidou na véspera
do enforcamento. Em 1893, e após um longo inquérito, o governador do
Estado de Illinois reconheceu a inocência das vítimas de Chicago.
Na cidade de Paris, em 1889, diversas
organizações internacionais de operários consagram o dia 1º. de Maio
como o dia internacional de solidariedade e luta dos trabalhadores, passando
a ser comemorado na Europa no ano seguinte.
Em Portugal, em 1887, o jornal anarquista Revolução
Social relatava os acontecimentos de Chicago e iniciava uma campanha de
solidariedade com os trabalhadores americanos. Em 1890 o dia 1º. de Maio
passa a ser também comemorado em Portugal. Apenas em 1919 foi estabelecida
em vários sectores económicos a jornada das oito horas de
trabalho. Pouco depois do derrube da
ditadura a 25 de Abril de 1974, o 1º. de Maio foi declarado feriado
nacional. Neste mesmo ano assistiu-se em todo o país a impressionantes
manifestações. Em Lisboa mais de um milhão de pessoas participaram numa
manifestação que percorreu a Av. Almirante Reis e terminou no Estádio da
FNAT, que então passou a ser designado Estádio 1º. de Maio.
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