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 Comunicação Social  ( 2001 )

 

Jornal da Região Lisboa Norte, 23 de Julho de 2001

CAMPO GRANDE

Parque à espera de alternativa

A Câmara de Lisboa vai estudar um espaço alternativo para a construção do parque de estacionamento para residentes, inicialmente previsto sob o jardim existente na Praceta Lins do Rego.

Esta foi a decisão saída da reunião realizada na última quarta-feira, que contou com a presença de representantes da Associação Auto-Parque Lins do Rego, Junta de Freguesia do Campo Grande e moradores. Como o Jornal da Região noticiou, os residentes tinham a correr um abaixo-assinado contra a construção de um parque subterrâneo naquele local. Não só porque consideravam que aquela não era a forma de resolver os problemas de estacionamento na zona, mas, sobretudo, porque temiam pela estabilidade dos edifícios, dado as dimensões reduzidas daquela praceta.

O compromisso agora assumido vai de encontro às reivindicações dos moradores. "São três os aspectos essenciais que resultaram desta reunião , explica Carlos Fontes, da Comissão de Moradores Auto-Mobilizados. "A Câmara reconheceu que todo este processo foi conduzido de forma inadequada. Os moradores não foram ouvidos e foram ignorados os seus alertas e protestos. O próprio Plano Director Municipal, cuja discussão termina no próximo dia 8, condiciona fortemente a construção de parques de estacionamento nesta área, devido aos sistemas húmidos .

"A Câmara reconheceu, também, que este parque não resolve os problemas de estacionamento da zona, e até os agrava, dado que dos 260 lugares que existem actualmente ficaríamos apenas com cerca de 160 . A Câmara comprometeu-se, juntamente com a Associação, a procurar soluções alternativas, que podem passar pelos terrenos baldios que existem na zona, à semelhança do proposto pelos moradores.

De acordo com Nunes de Oliveira, da associação promotora do parque de estacionamento, "a Associação está aberta a qualquer solução, mas tudo está dependente da Câmara Municipal".

 

  Público, 22 de Julho de 20001

Câmara de Lisboa suspende estacionamento

Moradores temem que as obras de construção do parque ameacem estabilidade dos edifícios

A Câmara de Lisboa suspendeu a decisão de construir um parque de estacionamento na Lins do Rego, Campo Grande, e apresentou duas propostas alternativas aos moradores. Os moradores estão contra a decisão de construir um parque de estacionamento subterrâneo naquela zona desde o início do processo, há cerca de cinco anos, por temerem a "estabilidade dos edifícios", uma vez que é uma zona de terrenos agrícolas, onde há muitos lençóis de água".  "A decisão de construir o parque está suspensa. Pedimos à associação promotora do parque que interrompesse durante uns dias o processo, disse à agência Lusa Fernando Teixeira, do departamento de Tráfego da autarquia. A primeira hipótese é aumentar a capacidade do parque a construir e, em vez dos actuais actuais 100 lugares, disponibilizar entre 200 e 250, que ficariam automaticamente mais baratos, garantindo a manutenção dos cerca de 80 estacionamentos à superfície já existentes.

Caso os moradores aceitem esta opção, a autarquia vai solicitar um parecer ao Laboratório de Engenharia Civil (LNEC) para saber se o novo projecto não põe em risco a estabilidade dos edifícios circundantes. Na fase seguinte será a vez de os serviços camarários dos espaços verdes se pronunciarem sobre a possibilidade de fazer um arranjo arbóreo consistente.

 

  Correio da Manhã, 21 de Julho de 2001

O parque previsto para a praceta da Rua José Lins do Rego já não vai avante

Estacionamento suspenso

Campo Grande

 

Câmara de Lisboa suspendeu a decisão de construir um parque de estacionamento na praceta da Rua Lins do Rego, Campo Grande, e apresentou duas propostas alternativas aos moradores, que estão contra a construção da infra-estrutura naquele local.


"A decisão de construir o parque está suspensa. Pedimos à associação promotora do parque que interrompesse durante uns dias o processo , disse à Lusa Fernando Teixeira, do departamento de Tráfego da autarquia, acrescentando que neste momento a câmara está a estudar duas hipóteses possíveis de estacionamento para aquela zona.


A primeira hipótese é aumentar a capacidade do parque a construir e, em vez dos actuais 100 lugares, disponibilizar entre 200 e 250, que ficariam automaticamente mais baratos, garantindo a manutenção dos cerca de 80 estacionamentos à superfície já existentes.


Caso os moradores - que nos últimos quatro anos têm protestado contra o local escolhido para o
parque - aceitem esta opção, a autarquia vai solicitar um parecer ao Laboratório de Engenharia Civil (LNEC) para saber se o novo projecto não põe em risco o edificado circundante.


"Não pedimos já o parecer, porque este é um estudo que custa mais de mil contos e caso os moradores não aceitem a opção não vale a pena estar a gastar dinheiro em vão, explicou Fernando Teixeira.


Na fase seguinte será a vez dos serviços camarários dos espaços verdes se pronunciarem sobre a possibilidade de fazer um arranjo arbóreo consistente.

Caso o projecto do novo parque seja rejeitado pelos moradores, então a autarquia apresenta como alternativa a procura de outros terrenos na zona para construir o parque.

Os serviços da câmara estão a pesquisar naquela zona eventuais espaços alternativos, referiu o responsável do Departamento de Tráfego, alertando, no entanto, para o facto das alternativas exequíveis em terrenos da câmara desocupados serem muito escassas.

"Existe um terreno perto com cerca de 400 metros quadrados que está actualmente ocupado com serviços da câmara. Mas, a construção de um parque de estacionamento naquela espaço significaria a procura de um outro local para os serviços que lá funcionam , explicou.

A decisão de arranjar alternativas ao parque previsto para a praceta Lins do Rego surgiu quarta-feira, durante uma reunião entre a autarquia, elementos da associação de moradores e a Associação Auto-Parque Lins do Rego (entidade responsável pela exploração do espaço).

 

  Publico, Domingo,15 de Julho de 2001.

O PROTESTO
Moradores contra estacionamento junto à Avenida do Brasil

Os moradores da Rua José Lins do Rego estão em guerra contra o projecto de construção de um parque de estacionamento residencial, que dizem favorecer pessoas que nem sequer residem na freguesia e têm o apoio da Câmara de Lisboa e da Junta de Freguesia do Campo Grande.

Os adversários do projecto foram confrontados em 1998 com a intenção da Camarária de desafectar do domínio público municipal uma parcela de terreno, naquela artéria, para construir um parque subterrâneo privado. A decisão da autarquia suscitou de imediato o repúdio de moradores que constituíram uma comissão "ad hoc" e enviaram ao presidente da câmara um abaixo-assinado contestando um projecto que se limita a servir um grupo de pessoas a quem a autarquia cedeu o direito de superfície do terreno, contra um pagamento simbólico de mil escudo por mês (ver nota), sem que os outros residentes tenham tido a oportunidade de participar. Verificaram ainda que à frente da Associação do Parque de Estacionamento Residencial da Rua José Lias do Rego, a entidade promotora do empreendimento, se encontravam pessoas que não eram residentes na freguesia, nem se sabia das suas moradas e respectivas quotas/participações no projecto.

Para além destes aspectos, os moradores da Rua José Lins do Rego, desconhecem a existência de estudos prévios que tenham fundamentado a decisão camarária, assim como os critérios que presidiram à escolha da sua localização. A comissão de moradores entretanto criada já advertiu João Soares para o perigo de especulação que a instalação do novo equipamento pode vir a potenciar, em consequência directa de uma eventual transformação do parque residencial num parque de natureza comercial, para além da perda de qualidade de vida que a sua instalação poderá acarretar.

O presidente da câmara, confrontado com a vontade dos moradores em impedir o arranque das obras, que esteve previsto para anteontem, viu-se obrigado a intervir no caso, tendo telefonado ontem de manhã ao porta-voz da comissão para acalmar os ânimos. "João Soares ordenou a suspensão do processo, garantindo ao mesmo tempo que nada está decidido, e nada será decidido nas costas dos moradores , garantiu o porta-voz. O autarca ter-se-á também comprometido a realizar no próximo dia 18 (quarta-feira) uma reunião entre responsáveis camarários, Junta de Freguesia do Campo Grande, moradores e a associação promotora do projecto, para discutir o empreendimento e a sua viabilidade. O parque em questão deveria permitir a criação de cerca de 100 lugares de estacionamento, o que, segundo os moradores, não resolveria nenhum problema, contribuindo até para agravar os que existem. Carlos Dias

A Comissão de Moradores

da Rua José Lins do Rego tem

um site na Internet cujo endereço é:

http://jornalpraceta.no.sapo.pt

 

Lapso do jornalista: em vez de 1000$00/mês, deve ler-se 1000$00/ano.

 

 

CORREIO DA MANHÃ, de 15 de Julho de 2001

A construção de um parque de estacionamento subterrâneo, pedido por moradores, na praceta da Rua José Lins do Rego, está a ser alvo de contestação (foto: Natália Ferraz)

PARQUE DE

ESTACIONAMENTO DIVIDE MORADORES

NO CAMPO GRANDE

A construção de um parque de estacionamento para residentes na Rua José Uns do Rego, freguesia do Campo Grande, em Lisboa, está a dividir os moradores na zona: uns, que solicitaram à autarquia a realização da obra, queixam-se da falta de lugares para estacionarem; outros, temem que o parque destrua a área verde da preceta e coloque em causa a estabilidade dos edifícios onde habitam. Para solucionar o diferendo, a autarquia convocou, para a próxima quarta-feira, dia 18, uma reunião com todos os intervenientes onde decidirá o futuro da obra.

Garantir lugares de estacionamento para as suas viaturas é o objectivo da Associação Auto-Parques Lins do Rego, constituida por moradores, e que solicitaram à câmara a concessão de um terreno para construírem um parque subterrâneo.

"O processo iniciou-se há ano e meio - recordou ao Correio da Manhã Nunes de Oliveira, associado da  Auto-Parque - com a abertura de inscrições para lugares de estacionamento num parque. inscreveram-se 97 pessoas", informou, dando conta que o projecto - já aprovado pela autarquia e pronto a arrancar - respeita à construção de um parque com 97 lugares na praceta da Rua José Lins do Rego. A obra está orçada em mais de 300 mil contos e será paga na totalidade pela associação, acrescentou.

Nunes de Oliveira lembrou a realização de debates públicos na Junta de Freguesia do Campo Grande, em que participaram mais de uma centena e meia de pessoas e onde foi mostrado o projecto, que também esteve exposto naquelas instalações.

Daí que este associado considera que as criticas apresentadas agora por alguns moradores tenham origem no "desconhecimento do que foi proposto à câmara e aprovado".

Contestando a construção do parque, o residente Carlos Fontes  disse ao nosso jornal que a obra irá destruir o jardim existente na praceta. Este morador considerou ainda que o parque poderá afectar os prédios que habitam e os lençóis de água que passam naqueles terrenos.

Carlos Fonte é membro da Comissão de Moradores Auto-Mobilizados da Rua José Lins do Rego que criou uma página na internet (http://jornalpraceta.no.sapo.pt) onde, entre outras informações, classifica de "escandaloso" o facto de a autarquia cobrar "apenas mil escudos por ao pelo uso e exploração do parque situado em terrenos públicos".

Contactado pelo CM, Fernando Teixeira, assessor do vereador do Trânsito e Infra-Estruturas Viárias da CML, disse que face aos protestos, e apesar de, após realizados todos os estudos, o projecto ter sido aprovado e a obra estar licenciada e pronta a arrancar, reteve a licença para ocupação da via pública - documento que permite ao empreiteiro começar a obra - e agendou uma reunião, para as 18h30 de quarta-feira, com todos os interessados, onde será discutida a obra. Desta reunião sairá a decisão da autarquia em prosseguir ou cancelar a construção do parque.

Fernando Teixeira lembrou ainda que foram os residentes que solicitaram a obra, cabendo à autarquia, somente, estudar e licenciar o projecto e conceder por alguns anos a utilização do subsolo. Este responsável salientou que a construção do parque obriga a que a superfície do terreno seja alvo de um arranjo paisagístico, também já aprovado pela autarquia.

Segundo Nunes de Oliveira, o arranjo paisagístico a executar "dignificará a praceta, que não passa de uma lixeira', com a plantação de "dez árvores,'a instalação de 12 bancos de jardim e três mesas de pedra com quatro bancos cada'. Este arranjo, orçado em 32 mil contos, será pago, também na totalidade, pela Associação Auto-Parques Lins do Rego. Refira-se que o parque, no caso ser construído, estará pronto dentro de seis a oito meses. Sofia Rêgo

 

Jornal da Região-Lisboa Norte, de 9 de Julho de 2001

Moradores do Campo Grande Receiam que edificios sejam afectados

Parque de estacionamento gera controvérsia

A construção de um parque de estacionamento subterrâneo para residentes no jardim da Rua José Lins do Rego, no Campo Grande, está a gerar alguma controvérsia entre os moradores, circulando já um abaixo-assinado. A infra-estrutura, com capacidade para 97 lugares, foi aprovada pela Câmara de Lisboa no ano passado, prevendo-se que as obras arranquem ainda este mês.

Organizados numa Comissão de Moradores Auto-Mobilizados, vários residentes contestam a construção do parque, considerando que, sendo aquela uma praceta de reduzidas dimensões, pode trazer graves consequências à estabilidade dos edificios. "Esta era uma zona de terrenos agrícolas, onde há muitos lençóis de água", explica Carlos Fontes, daquela Comissão. "Quando se fazem obras em algum dos prédios aparecem logo fissuras nos prédios e as caves começam a meter água". 

Na sua opinião, "uma obra como esta, na qual vai ser preciso escavar abaixo das fundações, o deslocamento de terras poder ter consequências graves. Será que a entidade promotora do parque está em condições de suportar os danos que possam declaração autenticada do responsável pela vir a ser causados?" , questiona.

Carlos Fontes faz ainda referência a um artigo dos arquitectos paisagistas Gonçalo Ribeiro Telles e Fátima Leitão,  sobre o bairro de Alvalade, publicado num boletim municipal em Dezembro de 1999: "a incompreensão pelo importante papel que essas áreas (logradouros interiores dos quarteirões) têm - quando ocupadas por jardins, hortas e pomares (...) - tem permitido a sua destruição pelos estacionamentos subterrâneos, pela impermeabilização dos solos e até pela construção de cinemas e indústrias". Ou seja,  refere o morador, "há uma contradição absoluta entre aquilo que o Departamento de Planeamento e Gestão Urbanística indica e o que a Câmara aprova".

Lugares todos vendidos

Nunes de Oliveira, da Associação Auto-Parque Lins do Rêgo, ( a entidade que vai construir o parque), afirma desconhecer este movimento dos residentes e garante que não há motivo para receios. "Tudo isso foi levado em conta no projecto aprovado pela Câmara. A Associação está aberta, desde a primeira hora, para disponibilizar todas as informações, e mostrar todos os projectos, de arquitectura, de estabilidade, solos, contenções ou arranjos exteriores. Basta contactar a Junta de Freguesia e, no prazo de 24 horas, podem obter todas as informações necessárias. Aliás, houve um debate público na Junta, há cerca de mês e meio, onde puderam tirar todas as dúvidas".

Segundo  Nunes de Oliveira, os lugares do parque já foram todos vendidos, existindo mesmo uma lista de espera: "posso dizer que 97 por cento dos associados residem na Rua José Lins do Rego e três por cento na Rua Afonso Lopes Vieira e Avenida do Brasil, vias adjacentes".

Quanto à cobertura de eventuais danos, adianta: "essa questão é posta pela Câmara. Para levantar qualquer licença é necessária uma declaração da empresa seguradora, bem como uma declaração autenticada do responsável pela obra". "Apesar de não ser obrigatório, por lei, vamos ter um fiscal de obra e um técnico a fazer um levantamento fotográfico e um relatório de todas as zonas comuns dos edifícios, confinados com a construção, como sejam as zonas de elevadores e escadas. Esse relatório vai ficar na Junta de Freguesia para quem o quiser ver", acrescenta.

Lixeiras como alternativa     

Conscientes das dificuldades de estacionamento na zona, o grupo da Comissão de Moradores Auto-Mobilizados afirma ser a favor da existência de um parque de estacionamento, mas não naquele local. "Existem outras alternativas de localização na zona, em espaços devolutos ocupados porbarracas e lixeiras a céu aberto. Aí podia ser construído um parque com dimensões muito superiores, que resolveria o problema de forma integrada , refere Carlos Fontes.

Nunes de Oliveira, contudo, acrescenta que esses terrenos "não pertencem à Câmara ."

   
   
Continua

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A Destruição do Jardim da Rua José Lins do Rêgo

 

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