Uma
pedra foi quanto bastou para partir a montra por onde foram furtados 1200 contos em tapetes de Arraiolos
(foto Manuel Moreira)
| Uma loja de
atoalhados e tapetes situada no bairro de Alvalade, em Lisboa,
foi, na madrugada de ontem, assaltada através do arrombamento
do vidro de uma das montras, pela qual os ladrões retiraram 20
tapetes de Arraiolos, num valor total de 1200 contos. Este prejuízo
é acrescido do custo da reposição do vidro da montra, que se
estima rondar os 300 contos. "Sabemos que o assalto ocorreu
pelas 04h00, porque foi a essa hora que o alarme disparou e
alertou a empresa de segurança a que está ligado. De lá
chamaram a Polícia, mas ela só apareceu passados 40 minutos e,
é claro, não apanhou ninguém", adianta ao Correio da
Manhã Joaquim António Veloso, proprietário dos 'Armazéns do
Minho', palco do assalto.
Não é, de resto, a primeira vez que
os 'Armazéns do Minho' são alvo de assaltos, que se repetem
com alguma frequência e sempre da mesma maneira: de madrugada e
através do arrombamento das montras. Com efeito, de acordo com
Joaquim Veloso - que se diz "cansado de 'coleccionar' prejuízos"
- o estabelecimento já foi assaltado "pelo menos seis
vezes nos últimos dois anos". E a referência específica
aos "últimos dois anos" não surge por acaso: É que,
é justamente desde há dois anos que se dá a alteração do
sentido de circulação rodoviária na rua em que a loja está
situada - Rua José Duro - e, consequentemente, "a redução
do movimento de carros e pessoas no local, que permite todo este
à-vontade aos assaltantes", argumenta o lesado. Recordando
que foi "presidente da Junta de Freguesia de São João de
Brito durante quatro anos", Joaquim Veloso não hesita em
afirmar: "Isto é vingança pessoal, porque quando estive
na Junta nunca colaborei com eles..." Instigado a ser mais
claro quanto à insinuação, o ex-autarca e dono dos 'Armazéns
do Minho' limita-se a acrescentar: "Estou farto de reclamar
desta alteração do trânsito na Câmara Municipal e eles não
fazem nada. O responsável pelo Trânsito já me disse na cara
que 'ele é que manda e ponto final'", reproduz ao CM,
lamentando que o comércio local tenha "reduzido, desde há
dois anos, 50 por cento das vendas que habitualmente fazia antes
de mudarem o sentido do trânsito". |