Correio da Manhã, 21/1/2001

 

TAPETES 'VOAM' DE LOJA EM ALVALADE

Uma pedra foi quanto bastou para partir a montra por onde foram furtados 1200 contos em tapetes de Arraiolos (foto Manuel Moreira)

Uma loja de atoalhados e tapetes situada no bairro de Alvalade, em Lisboa, foi, na madrugada de ontem, assaltada através do arrombamento do vidro de uma das montras, pela qual os ladrões retiraram 20 tapetes de Arraiolos, num valor total de 1200 contos. Este prejuízo é acrescido do custo da reposição do vidro da montra, que se estima rondar os 300 contos. "Sabemos que o assalto ocorreu pelas 04h00, porque foi a essa hora que o alarme disparou e alertou a empresa de segurança a que está ligado. De lá chamaram a Polícia, mas ela só apareceu passados 40 minutos e, é claro, não apanhou ninguém", adianta ao Correio da Manhã Joaquim António Veloso, proprietário dos 'Armazéns do Minho', palco do assalto.

Não é, de resto, a primeira vez que os 'Armazéns do Minho' são alvo de assaltos, que se repetem com alguma frequência e sempre da mesma maneira: de madrugada e através do arrombamento das montras. Com efeito, de acordo com Joaquim Veloso - que se diz "cansado de 'coleccionar' prejuízos" - o estabelecimento já foi assaltado "pelo menos seis vezes nos últimos dois anos". E a referência específica aos "últimos dois anos" não surge por acaso: É que, é justamente desde há dois anos que se dá a alteração do sentido de circulação rodoviária na rua em que a loja está situada - Rua José Duro - e, consequentemente, "a redução do movimento de carros e pessoas no local, que permite todo este à-vontade aos assaltantes", argumenta o lesado. Recordando que foi "presidente da Junta de Freguesia de São João de Brito durante quatro anos", Joaquim Veloso não hesita em afirmar: "Isto é vingança pessoal, porque quando estive na Junta nunca colaborei com eles..." Instigado a ser mais claro quanto à insinuação, o ex-autarca e dono dos 'Armazéns do Minho' limita-se a acrescentar: "Estou farto de reclamar desta alteração do trânsito na Câmara Municipal e eles não fazem nada. O responsável pelo Trânsito já me disse na cara que 'ele é que manda e ponto final'", reproduz ao CM, lamentando que o comércio local tenha "reduzido, desde há dois anos, 50 por cento das vendas que habitualmente fazia antes de mudarem o sentido do trânsito".



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