Desconfortos Lisboetas

 

 


Um dos aspectos mais singulares de Lisboa é a forma acelerada como a cidade está a ser destruída. Por todo o lado edifícios ou conjuntos arquitectónicos dignos de serem preservados pelo seu valor artísticos e histórico são deitados abaixo para darem lugar a autênticos  mamarrachos. 

O mais espantoso é que esta destruição esteja a ser feita e estimulada pela própria CML. O facto só por si constitui uma enorme motivo de interesse para quem visita Lisboa. 

O visitante tem em Lisboa motivos de sobra para perceber como o progresso não é linear. Por vezes, como acontece em Lisboa pode dar origem a espantosos retrocessos, absolutamente impensáveis à luz das ideias modernistas. O que estava bem é destruído, o está mal é mantido ou piorado.

 

 

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Sugestões para uma visita ao lado negro de Lisboa

1. Destruição das Fachadas dos Edifícios

Em Lisboa a partir da década de 80 do século XX, deixou-se de distinguir as fachadas dos prédios das suas traseiras. Onde existiam varandas passaram a existir galinheiros, onde toda a tralha que não se quer no interior das casas é despejada. O mais surpreendente é que a CML não apenas se manifesta indiferente perante o fenómeno, mas quando alguns moradores querem resolver o problema tem que recorrer aos tribunais. Mais

2. Destruição de edificios emblemáticos da cidade

Recuperar é caro, mais barato é construir de novo. Segundo este princípio tem desaparecido, num ritmo impressionante, milhares de belos edificios que ao longo dos séculos foram construídos na cidade.

3. Destruição das Casas de Escritores e figuras marcantes na cidade

Nos últimos anos a CML tem vindo a autorizar ou a promover a destruição  sistemática dos locais onde, em Lisboa, nasceram ou viveram alguns dos mais notáveis escritores da  língua portuguesa. Em mais nenhuma outra cidade de Portugal acontece algo parecido. Mais

4. Destruição da Área Envolvente do Palácio Nacional da Ajuda. Mais

5. Destruição da Zona Histórica do Lumiar. Mais

6. Destruição dos Passeios

Lisboa tem a mais alta taxa de atropelamentos de Portugal. Mas foi aqui que começou uma prática que está a difundir-se por todo o país: a ocupação dos passeios pelos automóveis e a expulsão dos transeuntes para a rua. Foi também aqui que se difundiu o hábito que deixar vazios os lugares (pagos) para estacionamento e ocupar os passeios para o fazer. Os únicos que são multados são os que estacionam as viaturas nos locais criados para o efeito.

A situação mudou um pouco desde 2013, quando se dicidiu que a cidade não comportava tantos carros e era hora de apostar nos transportes públicos, ciclovias, parques dissuasores...

7. Destruição de árvores, logradouros e jardins

Lisboa é hoje uma das cidades mais poluídas da Europa, com um aeroporto internacional dentro da cidade (22 milhões de passageiros em 2917).

Em algumas zonas da cidade (Av. da Liberdade e Entrecampos), os níveis de poluição atingiam já em 2005 mais de 90 dias durante o ano, um verdadeiro perigo para a saúde pública.

Apesar disso, a CML continua a apoiar projectos que implicam a destruição de árvores, logradouros e jardins públicos. Pratica uma política de incentivo à entrada dos automóveis na cidade. Defende a manutenção de um enorme foco de poluição atmosférica e sonora no interior da cidade - o Aeroporto Internacional de Lisboa.

A situação só começou a mudar, e de forma sustentada a partir de 2013, quando foram lançados importantes programas para recuperar parte da destruição que havia sido realizada.

 

 
 

 

Antes de iniciar o percurso por Lisboa, recomenda-se que o visitante analise os currículos dos últimos presidentes da CML, dos respectivos vereadores, deputados municipais e presidentes da Juntas de Freguesia. Desta forma estará mais preparado para o que irá ver pela cidade.

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