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Percurso pelo bairro da Graça em Lisboa

(continuação)

 

Capela da Verónica (abandonada)

 

12. Breve Percurso pela Rua da Verónica. A rua foi em tempos uma das vias mais importantes da Graça, dando acesso ao Campo de Santa Clara. Começa mesmo junto ao Quartel de Bombeiros, construído em 1890. Neste rápido percurso são assinaláveis: A Escola Secundária Gil Vicente; o número 124, onde funcionou vários postos de rádio, como a Rádio Graça; A antiga Capela de Santa Verónica (séc. XVIII), colada ao Reservatório da Verónica.

A Escola Sec. Gil Vicente (antigo Liceu) foi criada em 1914, como um secção do Liceu Passos Manuel, tendo-se autonomizado no ano seguinte. Funcionou de inicio nos claustros do Mosteiro de S. Vicente. Em 1949 foram inauguradas as atuais instalações. Em 2008 e 2009 foi completamente remodelada.

 

O Reservatório da Verónica e a Cisterna do Monte (Penha de França) distribuíam água vinda do Rio Alviela,  que aqui chegava bombeada pela Estação Elevatória a Vapor dos Barbadinhos, construída em 1880 e que funcionou de forma ininterrupta até 1928.

 

(Voltar ao Largo da Graça, descer a Travessa da Pereira e entrar na Vila Berta)

 

12. Vila Berta. Conjunto habitacional mandado construir por Joaquim Francisco Tojal, natural do Brasil, filho de emigrantes portugueses. A vila, construída entre 1902 e 1908, recebeu o nome da sua filha Berta.

 

Tojal iniciou a sua atividade como marceneiro, depois fundou uma importante empresa de construção civil. Em 1887 adquiriu parte da Quinta do Alcaide Fidalgo, na Graça, para aí construir a sua residência em Lisboa (vivia na Parede) e habitações para os seus operários e mestres, desta forma surgiu a Vila Berta. Desde os anos 60 do século XX que a vila sofre um processo de rápida descaracterização dos seus elementos arquitectónicos

 

 

 

13. Rua do Sol à Grécia. Visita rápida ao Beco do Forno do Sol, onde subsistem algumas oficinas das muitas que existiam na Graça.

(Descer até à Rua da Senhora da Glória)

 

 

15. Capela de Nossa Senhora da Glória ao Cardal da Graça. Começou a ser construída em 1766. A pintura do teto é de F.A. Martins (1868). Na abóbada, uma pintura a óleo atribuída a Pedro Alexandrino de Carvalho. O retábulo foi entalhado por António Nunes Claro. No século XVIII existia no local uma forca.

(subir em direção à Rua de Sapadores)

 

 

16. "Quartel de Sapadores". Depois do terramoto de 1755 o Marques de Pombal mandou vir tropas de fora de Lisboa para ajudar a manter a ordem na cidade. Junto ao Largo dos Quatro Caminhos (actual Largo dos Sapadores) foi criado um quartel, onde no século XIX veio a ficar instalado o Regimento de Sapadores Mineiros, que acabaram por dar o nome ao quartel e ao lugar. Em 1927 saíram os sapadores e entrou o Regimento de Telegrafistas, antecessor do atual Regimento de Transmissões.

O quartel foi construído entre 1907 e 1913.

(Direção ao Largo de Sapadores, Rua da Graça e Rua Josefa de Óbidos)

 

 

17. Largo de Sapadores.  No local ficava a Cruz dos Quatro Caminhos, dada a sua importante posição como ponte de passagem para várias direções levou que o Marquês de Pombal manda-se erguer no local um acampamento militar. O largo está completamente abandonado. No inicio da Rua Angelina Vidal funcionou depois de de 1974, a sede do Movimento Libertário em Portugal, por onde passaram muitas figuras históricas na luta contra todo o tipo de opressões como Emídio Santana.

 

 

18. Murais de homenagem às letras e a Sophia de Mello Breyner Andresen.

 

19. Rua Josefa de Óbidos. Edifício de Arte Nova. Sede da actual se Junta de Freguesia de São Vicente. Florbela Espanca viveu nesta rua no nº 24-4 piso, no ano de 1922.

 

( Ao fundo da rua Josefa de Óbidos entrar pelo Beco dos Peixinhos)

 

Mural de Leonor Brilha (Beco dos Peixinhos)

Poema de Sophia de Mello Breyner Andresen numa parede do Beco dos Peixinhos

 

20. Beco dos Peixinhos. Um típico beco de Lisboa, com as suas modestas habitações. O seu nome evoca uma das maiores quintas desta zona de Lisboa: a Quinta do Peixe (depois Peixinhos), que começava na atual Avenida Mouzinho de Albuquerque. Da ligação desta quinta até à Graça temos o actual Caminho da Quinta dos Peixinhos. É provável que outras referências toponímicas da zona provenham da sua ligação a esta quinta, como o Pátio dos Peixinhos (Rua de Sapadores, 143) ou mesmo o Beco dos Peixinhos (Graça).

 

 À semelhança de outros espaços da Graça, no Beco dos Peixinhos foram aqui realizadas algumas intervenções artísticas.

(entrar na Rua da Graça)

 

21. Tasca do Jaime (nº.90, Rua da Graça). O Fado vadio no Jaime começou na Graça e já passou para Alfama. A desfrutar.

( passar para a Travessa do Monte e rua de São Gens)

 

 

 

22. Travessa do Monte -  Rua de S. Gens.  As construções habitacionais nesta zona são muito recentes.

 

 

23. Café do Monte (paragem obrigatória).

(Entrar na Rua da Senhora do Monte e seguir em direção ao Miradouro)

 

24. Bairro Estrela de Ouro. Bairro operário mandado construir pelo industrial galego Agapito Serra. A sua marca é uma estrela. 1909.  

 

 

25. Casa de Angelina Vidal (1847-1917). Professora, jornalista, escritora e brilhante oradora, destacou-se no tempo na defesa dos ideais republicanos e igualdade de direitos entre homens e mulheres.

 

 

 

26. Miradouro de Nossa Senhora do Monte. Foi aqui que o exercito de D. Afonso Henriques acampou, em 1147, para iniciar a reconquista da cidade de Lisboa com a ajuda de cruzados. Provavelmente aquele que oferece a melhor panorâmica de Lisboa, mas não só. Pode contemplar também o Seixal, Almada e Cacilhas na outra banda.

 

 

27.Capela de Nª. Sª. do Monte. Neste local até 1291 existiu um ermitério da Ordem dos Agostinhos Descalços, que depois se mudaram para o Convento da Graça. A capela foi destruída pelo terramoto de 1755, reconstruida em 1796, segundo um projecto do arquitecto Honorato José Correia de Macedo e Sá.

 

No interior da capela encontra-se a célebre cadeira em pedra de S. Gens, 1º bispo de Lisboa, que segundo a tradição toda a grávida que nela se sentar terá um bom parto. Maria Ana de Austria, esposa de D. João V, sentou-se nesta cadeira quando ficou grávida do príncipe D. José, futuro rei de Portugal. O presépio é da Escola de Machado de Castro. O painel é quinhentista.

 

O roteiro ainda não está completo, vá aparecendo. Há sempre novidades.

 

Carlos Fontes

 

 
  Notas:

Bibliografia:

 

 
 

Bairro de São Vicente 

 
 

Bairro de Santa Engrácia

 

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