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Alvalade no Cinema
O Bairro de Alvalade nas décadas de 50 a 70 era o símbolo da modernidade em Portugal. O arrojado urbanismo e inovação de muitos dos seus edíficios eram o cenário perfeito para os jovens cineastas que rompiam com o cinema que então se fazia em Portugal. Não faltavam pontos de encontro (cafés, cervejarias), mas também salas de cinema.Mesmo as casas esteriotipadas do "Bairro das Caixas" não escapava a este movimento, surgindo em 1963, como cenário do filme de Henrique Campos - "Pão, Amor e Totobola". Nenhum realizador se mostrou todavia sensível ou interessado em filmar os enormes bairros de barracas ou casas degradadas que existiam em Alvalade. Era uma miséria demasiado ostensiva, o lado oculto da modernidade de Alvalade que não se enquadrava na nova perspectiva do país que queriam construir. |
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Filmes
Alvalade, como simbolo de uma Lisboa moderna, aparece em vários filmes. "Verdes Anos" é , entre todos, a referência incontornável quando falamos de Alvalade no cinema.
"Verdes Anos" , de Paulo Rocha (1963), centradio no cruzamento entre a Av. dos Estados Unidos e a Av. de Roma
"O Fantasma" (2000), de João Pedro Rodrigues, filmado de noite. O percurso de "almeida" faz-se pela Avenida da Igreja e Avenida Rio de Janeiro.
"Contrato", de Nicolau Breyner, baseado no livro de Dinis Machado , filmado no Templários Bar.
Documentários
A Cinemateca Nacional em Setembro de 2013, no ambito do Arquiteturas Film Festival, realizou uma sessão dedicada ao Bairro de Alvalade. Nesta sessão foi apresentada uma curta metragem "Manhã de Santo António", de João Pedro Rodrigues, assim como excertos de jornais de atualidades dos anos 40 a 70, como o "Jornal Português", as "Imagens de Portugal", o "Visor", o "Rivus Pathé Magazine" e a "Voga Revista Cinematográfica", mas também excertos de filmes de Augusto Fraga ("Lisboa de Ontem e de Hoje"), António Lopes Ribeiro (Lisboa de Hoje e de Amanhã), Ricardo Malheiro ("Nasceu Uma Nova Cidade"), Alfred Ehrhardt ("Portugal") e Silva Brandão ("Imagens duma Capital - Lisboa"). |
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Pontos de encontro de
cineastas
Realizadores, críticos ou simplesmente cinéfilos tinham no Bairro de Alvalade os seus pontos de encontro. Alguns deles, como o Vá-Vá ficaram indissociavelmente depois dos anos 60 ligados à história do cinema português.
Vá-Vá.
Aberto em 1958 nos anos 60 e 70 foi local mítico de realizadores e críticos ligados ao "Novo Cinema Português", como Paulo Rocha, Fernando Lopes, António Pedro de Vasconcelos, António César Monteiro, Lauro António, Miguel Gomes, etc.
Cervejaria Alga e a Nova América: ?
Café Trevi: ? |
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Cinemas
Num eixo que começava na Alameda Afonso Henriques e que terminava na Praça de Alvalade foram construídos três cinemas monumentais dimensões: Império (1952), Alvalade (1953) e Roma (1957). Outros cinemas foram criados para responderem a uma população que encontrava nelas uma fonte de diversão, informação e cultura.
Cinema Alvalade
Avenida de Roma nº 100 e Rua Luís Augusto Palmeirim
Fotografia icónica do Cinema de Alvalade.CML
Projectado por Lima Franco
em 1945 foi inaugurado em 1953. No seu interior possui uma das obras mais
importantes da pintora Estrela Faria.
Foi
durante décadas um dos símbolos do bairro de Alvalade. Logo após ter sido encerrado em 1985 foi arrendado pela Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) que no ano 2000
o abandonou. A partir de então o cinema foi alvo de inúmeros actos de vandalismo, servindo nos
últimos anos de abrigo a marginais.
Em
Junho de 2003 começou a ser demolido. No seu
lugar foi construido um edifício de oito pisos, destinado a habitação,
escritórios e com uma zona de diversão onde serão instaladas 4 salas de
cinema, com capacidade para 500 lugares, um bar, lojas e estacionamento
público (5 pisos). O novo edifício era para
chamar-se Lumiére, em homenagem aos célebres irmãos franceses pioneiros
do cinema, mas acabou com o nome de "City Alvalade" (2009). O projecto é do arquitecto Rui Rosa.
(Avenida de Roma nº 100 e Rua Luís Augusto Palmeirim). Fotografias
de Rita Sérgio. Divulgadas por Lisboa Casas Abandonadas |
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King
( antigo Cinema Vox. Av. Frei Miguel Contreiras)
)
O King fechou em Novembro de 2013. Era gerido desde 1990 pelo realizador Paulo Branco. Foi inaugurado em Abril de 1969 com o nome "Cinema Vox" pelo realizador António Lopes Ribeiro, estreou-se com o filme "Jogos Perigosos". Tinha apenas uma sala com 604 lugares. Mais tarde dividiu-se em três salas, adoptando o nome "King Triplex" (1988).
Quando fechou tinha apenas duas salas.
Caleidoscópio
Em 1974 foi inaugurado no jardim do Campo Grande um centro comercial, com uma excelente sala para 229 espectadores. A programação era da responsabilidade de Lauro António.O abandono do jardim por parte da CML levou à decadência do centro comercial, ditando o encerramento do cinema (1994).
ABcine
O ABcine foi inaugurado
em 1976 no novissimo Centro Comercial de Alvalade. Tinha apenas um sala, depois dividiu-se em duas, adoptando o nome de "Hollyood". Acabou por fechar em 1992. Quando o centro reabriu remodelado em 2013, pous eram os que tinhamn a memória de aqui ter existido um cinema.
Quarteto
(Rua Flores de Lima, 16)
A 21 de Novembro de 1975 abriu o Quarteto com quatro salas, um projecto de Pedro Bandeira Freire. O Quarteto rapidamente se tornou num espaço de culto não apenas para Alvalade, mas para Lisboa, dada a qualidade da sua programação. Fechou a 16/11/2007.
ACSANTOS
O centro comercial que surgiu na Avenida a Igreja abriu uma sala de cinema, que se manteve em funcionamento durante alguns anos.Entre 1990 e 1995 foi arrendado à IURD. Sob a direção de Paulo Branco reabriu em 1996, acabando por não resistir à crise. |
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