Jornal da Praceta


Informação sobre a freguesia de Alvalade

(Alvalade, Campo Grande e São João de Brito )

Educação - Escola Segura

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"Problemas que Surgem Fora do Âmbito / Contexto / Período Escolar"

 

 

No âmbito da CSFA, dinamizada pela PSP, no passado dia 7/10/2021, entre as 17h30 e as 18h30 realizou-se uma importante sessão através do "Zoom"sobre esta temática. 

Á hora marcada o agente Paulo Moura, um dos quatro elementos da Escola Segura ao serviço da 2ª. Divisão da PSP iniciou a sua exposição. Não pretendia trazer grandes novidades que os presentes desconhecessem. O seu objectivo era de forma ordenada, pedagógica, relembrou algumas das questões sobre o comportamento de jovens a que se deve estar particularmente atentos pelas graves consequências que dos mesmos podem decorrer.

Os tópicos da  exposição do agente Paulo Moura foram sinteticamente os seguintes, assim como as reações mais significativas da assistência :

1. Contexto Familiar.  É sabido que as crianças "imitam"  o comportamento dos país, nos bons e maus exemplos. Servem de referência às crianças contribuindo para formar atitudes, hábitos e estruturar a personalidade. Um facto que que revela a enorme responsabilidade que os país têm na formação dos seus filhos.    

Uma encarregada de educação presente na assistência,  questionou uma leitura demasiado mecanicista desta associação. As crianças e jovens não são uma cópia dos país. A este respeito referiu o período da adolescência em que os jovens afirmam-se frequentemente por oposição aos país. 

Em todo o caso, nenhum dos presentes contestou a enorme influência dos pais  no comportamento dos jovens, uma influência que não pode ser desvalorizada.

A partir daqui abordou o que pode ser entendindo como as responsabilidades e funções dos pais na formação das crianças e jovens. O discurso centrou-se sobre a detecção de problemas nem sempre identificados pelos progenitores.

2. Responsabilidades da Famíilia. Uma das funções essenciais dos país é acompanharem o desenvolvimento dos filhos, lendo os "sinais de alerta" de problemas que nem sempre são verbalizados nas conversas. Nem tudo o que acontece na vida de uma criança e muito menos na de um jovem é transmitido aos pais. Daí a importância de captar e ler os pequenos sinais. Estes podem ser a baixa de rendimento escolar, dificuldades em adormecer, ansiedade, irritabilidade, intolerância, desvios nos percursos diários, etc. Sinais que podem revelar graves problemas que os jovens estão a passar, e que por razões muito diversas os ocultam.

Um dos assistentes relembrou que nem sempre os progenitores assumem as suas responsabilidades familiares. Não estão apenas alheados da vida dos filhos, como são  elementos perturbadores de uma vida equilibrada dos jovens. Que o digam os directores de turma nas escolas que se confrontam diariamente com encarregados de educação irresponsáveis, alguns dos quais com graves perturbações mentais. É uma evidência que o comportamento problemático de muitos jovens tem a sua origem num quadro familiar desestruturado. Daqui não se segue todavia que, uma familia desestruturada "produza"  jovens desequilibrados. 

3. Desvios.   Numa sequência lógica passou-se a abordar alguns desvios que constituem graves problemas no desenvolvimento dos jovens e que podem gerar dependências auto-destrutivas.

a) Drogas. Nesta categoria, a título de exemplo, foram incluido genericamente o tabaco, alcool, haxixe e outras drogas mais pesadas. O seu consumo gera "vícios" e "dependências" com os resultados conhecidos. 

A questão da informação ou falta dela foi desde logo colocada. Se a informação sobre os malificios das drogas deve ser constante, é preciso reconhecer que a mesma só por si não evita o consumo de substâncias viciantes e proibidas. Há outros factores a ter em conta.

A principal causa do consumo são as companhias, nomeadamente o grupo que os jovens integram ou pretendem integrar. O consumo começa por ser assumido como uma experiência  que ao repetir-se torna-se num hábito que não tarda a virar vício e dependência.  Muitas destas exeriências ocorrem entre os 10 e os 14 anos, assumindo depois na adolescência efeitos perturbadores no comportamento e personalidade dos jovens. Comportamentos que podem evoluir para a própria destruição da vida dos jovens e das suas familias.  

 b) Videojogos. As chamadas tecnologias de informação estão a afectar profundamente  as nossas vidas criando novas dependências, uma situaação que foi reforçada durante a pandemia. Entre os jovens esta dependência tende a assumir proporções alarmantes. O fenómeno é internacional revelando que esta dependência, nomeadamente de videojogos tem igualmente efeitos devastadores na vida dos jovens, gerando comportamentos como neuroticismo, baixa auto-estima, baixa inteligência emocional, solidão, introversão, etc.   

Nenhuma destas questões eram verdadeiramente novas para a diminuta assistência. Havia outras questões a colocar.

Que Fazer ? 

A escola tem sobre estes problemas uma importante função, não apenas na transmissão de uma informação estruturada às crianças e jovens, mas também na vigilância e detecção de sinais destes problemas. Não é por estas questões serem amplamente debatidas nas escolas que muitos jovens deixam de enveredar pelo consumo e criarem dependências. 

O papel das famílias é insubstituível no acompanhamento dos jovens. O problema é que nem sempre podemos sequer falar em "família", muitas simplesmente não existem. Não raro os "encarregados de educação " são agentes perturbadores da vida dos jovens em casa e nas escolas.

A "Escola Segura" e outras entidades procuram com maior ou menor empenho e recursos na sua esfera de competência contribuir detectar e corrigir estes problemas. 

Trata-se de um trabalho com resultados sempre incertos e que nunca estará  terminado. Não páram de surgir novos e preocupantes problemas. As  sociedades estão em continua mudança, assim como os individuos que as constituem. Uma coisa é certa: estamos perante uma área de intervenção social e familiar que todos somos chamados da dar o nosso contributo.   

 
     
   
   
 
 

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