Jornal da Praceta


Informação sobre a freguesia de Alvalade

(Alvalade, Campo Grande e São João de Brito )

 

Eleições Autárquicas - 2001

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Campo Grande: As razões de um Desaire Eleitoral

A esquerda na Assembleia de Freguesia do Campo Grande sempre teve uma peso político assinalável. Nas últimas eleições autárquicas, em  1993 e 1997, averbou, por exemplo, duas confortáveis maiorias absolutas, mas nas últimas eleições foi o desaire. Perdeu para uma lista de cidadãos anónimos, cuja militância ou envolvimento na resolução dos problemas do bairro é nula, e que se apresentaram às urnas com um  programa eleitoral minimalista. Com esta votação os  moradores quiseram sobretudo manifestar que não queriam mais do mesmo.

As razões desta mudança do eleitorado devem ser antes de mais procuradas na desastrosa actuação de Joaquim Rocha Cabral que desde 1993 estava à frente da Junta de Freguesia. Mantido no lugar por meras razões partidárias, era um político totalmente  incompetente para as funções que desempenhava. Ao longo dos anos foi desbaratando todo o capital político que a Esquerda possuía nesta freguesia. Não admira que tenha sido uma das raras freguesias em Lisboa cuja presidência da Junta passou da coligação PS/PCP para o PSD/PPM.  

Apostado em manter-se nas boas graças do Partido Socialista que dirigia a CML, procurou a nível local silenciar a voz dos moradores que protestavam por coisas tão evidentes, como a falta de limpeza das ruas, a degradação dos espaços verdes, incluindo o Jardim do Campo Grande, o transito caótico, aumento da insegurança no bairro, etc,etc. Estar perto dos problemas dos moradores significava evitar que estes abrissem a boca para criticarem a actuação dos serviços camarários.

Apostado em conseguir algum apoio a nível local, empenhou-se na distribuição de subsídios e na organização de "festas populares" , numa imitação rasca da célebre receita dos imperadores romanos: "pão e circo". Calou-se perante a expansão de construções clandestinas no "bairro das caixas" (as casas de renda económica entre a Av. Brasil e a Av. dos EUA). Calou-se perante inúmeros problemas que afectam a freguesia. Para divulgar o trabalho que não fez passou a editar um "Boletim".

A verdade é que os problemas no bairro não pararam de se agravar desde 1993: aumento da insegurança e da degradação urbanística, transito e estacionamento caótico, lixeiras por todo o lado, jardins e equipamentos municipais abandonados ou em adiantado estado de degradação, elevados indices de poluição sonora e atmosférica, tráfico de droga disseminado pela freguesia, etc.  

A gestão da própria Junta de Freguesia é um suceder de projectos falhados, cujo exemplo mais caricato são as múltiplas tentativas para criar um "e-mail"  e uma "página na Internet". Só após vários anos de investimentos e em plena campanha eleitoral, a Junta anunciou que tinha uma "página" e um "e-mail". Consultando a página verifica-se que está repleta de falhas técnicas.

O caso mais significativo desta actuação desastrosa foi, contudo, o envolvimento da Junta na construção de um parque de estacionamento privado no Jardim da Rua José Lins do Rego. Ao longo destes anos, a Junta de Freguesia foi-se tornando numa verdadeira "agência" ao serviço de uma associação cujos membros são mantidos no completo segredo. É importante assinalar que o vereador que promovia estes parques seja actualmente alvo de um processo crime por alegada corrupção, tendo o jornal Público também divulgado provas da sua ligação a empresas que operam na construção e exploração de parques de estacionamento.

Como foi possível chegar até aqui?  Esta é a pergunta que muitos dos que mantiveram Joaquim Rocha Cabral à frente da Junta do Campo Grande estarão provavelmente a fazer. Para os moradores do Campo Grande o tempo é de mudança. Cá estaremos p`ra ver.

Carlos Fontes, Campo Grande, 2001

 
 
   
 
 

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