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Estudos Técnicos e Recomendações | |||||||
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CARACTERIZAÇÃO DA SITUAÇÃO ACTUAL . 1. Desempenho deficiente a nível construtivo e funcional derivado do envelhecimento e desgaste dos materiais, componentes e instalações constituintes que, associados aos efeitos climatéricos e de poluição e à ausência de acções de manutenção, provoca a diminuição da durabilidade dos elementos da construção e o seu desajustamento face aos níveis mínimos de exigências funcionais. A descrição sintética das principais anomalias que ocorrem nos diversos elementos da construção permitiu uma leitura global do estado de conservação do conjunto dos edifícios. Salienta-se que as principais anomalias se verificam nos elementos da envolvente exterior dos edifícios (paredes e cobertura), nos pavimentos interiores e nas instalações técnicas. Nas paredes verifica-se a degradação das alvenarias e dos revestimentos, bem como o mau estado de conservação das caixilharias de madeira e de ferro o que provoca infiltrações de água para o interior ( Ver Imagem ) - Degradação generalizada dos elementos da fachada de um dos edifícios). Aspecto das fachadas degradadas. 1999 Esta situação ocorre também nas coberturas devido às anomalias existentes nos revestimentos. O deficiente isolamento térmico que a generalidade das coberturas apresentam é responsável por perdas térmicas e por formação de condensações superficiais nos tectos interiores dos últimos pisos. Os pavimentos interiores apresentam ataques da madeira por fungos e insectos, devido à falta de protecção adequada da madeira, facilitados pela presença de humidade. Nas instalações técnicas salienta-se a ocorrência de perda de estanquidade das canalizações de água devido ao envelhecimento dos materiais constituintes; o entupimento e problemas de cheiros nas instalações de esgotos; a degradação dos componentes da instalação eléctrica constituindo um importante foco de propagação de incêndio e por último, a instalação de esquentadores em algumas instalações sanitárias com deficiente ventilação, o que constitui um factor de perigo que inclusivamente já causou danos pessoais. 2. Realização de intervenções pontuais frequentemente incorrectas ou desajustadas por parte dos moradores no sentido de colmatar deficiências construtivas. Esta situação reflecte a falta de conhecimento da realidade construída e de instrumentos técnicos de apoio. A incapacidade de reconhecimento das causas das anomalias existentes leva a intervenções incorrectas e à aplicação de soluções desajustadas que, no seu conjunto, poderão contribuir a curto prazo para o agravamento do estado de conservação. No levantamento efectuado foram identificados dois períodos de intervenções nas CRE distintos em função dos objectivos, responsáveis intervenientes e objecto de intervenção. No primeiro período (fim dos anos 50/início dos anos 70) foram executadas diversas obras, sob responsabilidade da FCP, constituindo uma acção programada no sentido de se repararem as anomalias existentes. Refere-se a empreitada de substituição dos pavimentos de madeira existente por pavimentos de vigotas de betão pré-esforçado com blocos cerâmicos de
enchimento, que afectou, em alguns casos, a estrutura resistente dos imóveis
devido à sobrecarga imposta. No que diz respeito às intervenções realizadas na envolvente do edifício,referem-se a obras de beneficiação geral e de reparação das anomalias existentes. São realizadas individualmente por cada condomínio, sob a responsabilidade do empreiteiro contratado para a sua realização que, para além de ser o técnico responsável pela execução das obras, identifica as anomalias existentes, as soluções de intervenção para a resolução das mesmas e programa os trabalhos a executar. Toma o papel de arquitecto, engenheiro e empreiteiro simultaneamente. 3. A
evolução social da população que
habita as CRE, visível no processo de ‘gentrificação’ (Bourne, 1993)
que se tem vindo a assistir, com diferentes composições do agregado familiar
(de menor dimensão)e com um maior poder económico, produziu alterações no
modo de uso dos fogos com repercussões na organização espacial e
construtiva. Estas intervenções visam
a adaptação dos fogos aos
novos modos de vida e às necessidades actuais dos novos moradores com outras
exigências de conforto e salubridade e diferentes necessidades de espaço
para determinadas funções domésticas. 4. A ocupação ilegal e desordenada dos logradouros dos edifícios, que se tem vindo a acentuar gradualmente ao longo dos anos, por construções clandestinas para os mais diversos fins como capoeiras, arrecadações, garagens e até pequenos escritórios são actualmente visíveis tanto nos logradouros de cada edifício, como nos espaços comuns a todos. Esta ocupação clandestina do solo, para além das más condições ambientais que proporciona aos habitantes, constitui um grave desajustamento em termos de exigências de segurança contra riscos de incêndio.
Construções clandestinas nos logradouros. Em 2011 a situação ainda não se tinha alterado, muito pelo contrário. Conclusões
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Referências
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