.

Jornal da Praceta

Informação sobre a freguesia de Alvalade

(Alvalade, Campo Grande e São João de Brito )

    Anterior

Museu Bordalo Pinheiro

Urbanismo ou Atentados Urbanos ?

A forma como a CML geriu a envolvente urbanistica da Casa-Museu Bordalo Pinheiro espelha a mais completa submissão dos serviços da autarquia aos lóbies da construção civil. Não apenas o edificio foi desvalorizado na sua leitura e dignidade, como as suas fundações foram danificadas.

As obras que se arrastaram entre 1999 e 2005 afectaram a estrutura do edificio. Em Janeiro de 2016 abriu-se uma cratera mesmo em frente da entrada. As fundações do edifício continuavam a dar sinais dos danos causados.

Durante a 1ª. República (1910-1926), Cruz de Magalhães construiu um magnifico chalé onde reuniu, em oito salas, uma vastíssima colecção de obras de Bordalo Pinheiro. Mais tarde deu o  edifício e o respectivo espólio à Câmara Municipal de Lisboa.  

Durante décadas o edifício e a sua envolvente  foram cuidadosamente preservados.

Eis senão quando, os serviços da CML começaram a autorizar a construção desenfreada no local.

As fundações do edifício foram seriamente abaladas. Nas paredes exteriores são visíveis as fissuras deste crime cometido pela CML.  

Coroando esta caótica gestão urbanística, o edifício está hoje completamente esmagado pelas construções que o envolvem e por anúncios publicitários. 

 

 

Memórias da Incúria

Reabriu no dia 5 de Outubro de 2005 após ter estado fechado durante seis anos devido à incúria e incompetência dos serviços da CML quando colocaram em perigo as suas fundações.

Durante anos denunciamos a forma criminosa como este magnifico edifício estava a ser destruído.  Perante inúmeras pressões a Câmara  lá resolveu reabrir o Museu e fazer algumas obras de restauro e consolidação. 

A notícia que publicamos em 2002, neste Jornal é elucidativa da forma como é gerido do património da cidade de Lisboa confiado à CML.

" O Museu Rafael Bordalo Pinheiro, no Campo Grande em Lisboa, fechado há mais de 3 anos pela CML, apresenta crescentes sinais de ruína. O painel de azulejos colocado na fachada, onde está representado Camões, está em riscos de se desprender a qualquer momento. As janelas em adiantado estado de degradação estão a desconjuntarem-se.

Quem analisar o edifício exteriormente só a custo consegue imaginar que está perante um dos mais interessantes museus da cidade. A casa, guardada por  dois simpáticos cães, mais parece um albergue vagabundos. O seu rico acervo está à mercê de todo o tipo de larápios.

Contactamos com os serviços da CML, encarregues do património. A explicação para estes estado de coisa foi perfeitamente surrealista, o que exige alguma paciência  para a tornar compreensível. Senão veja: 

1. A CML, em 1999. pensou em fazer obras na casa onde o museu se encontra. Os arquitectos camarários projectaram uma remodelação total que desfigurava a própria traça do edifício. A obra avança. Entretanto descobrem que o edifício é classificado, e tinha-lhe  inclusive sido atribuído um prémio - o prémio Valmor.  Perante tudo isto, a CML percebe que não pode fazer as obras que queria, e estas são suspensas.

2. A CML decide então mudar o museu para outro local. Descobre ao fim de muito tempo que a casa e grande parte do seu acervo fora doado pela família Cruz, na condição do Museu ficar naquele local.

3. Em resultado desta trapalhada toda (incompetência e profunda ignorância) as obras continuaram suspensas, tendo-se feito pequenas melhorias no local onde se encontram as reservas. Segundo a previsão de alguns técnicos dos museus dos camarários , o Museu só abrirá as suas portas em 2005... Um escândalo !

A maioria dos funcionários contactados garantem que estas explicações não tem quaisquer fundamento. A situação deve-se não apenas à incúria dos serviços responsáveis pela salvaguarda do património da cidade, mas também à política do actual Presidente da edilidade. As verbas necessárias a este tipo de intervenções foram desviadas para acções de propaganda da sua figura.

Um dado fundamental 

Observando o edifício descobre-se um facto nunca referido pelos funcionários camarários: o edifício apresenta rachas por todo o lado. Algumas das pedras estão mesmo fendidas. Porquê? Olhando para os edifícios  que recentemente ali foram construídos percebe-se logo a razão. - As suas fundações foram escavadas muito abaixo das do museu. Resultado:  os terrenos onde assenta o edifício do museu acabaram por ceder, abrindo fissuras. Algo semelhante já aconteceu em muitos outros edifícios públicos, como  o Palácio Foz, a Escola Superior de Belas Artes em Lisboa, etc.

Quem é o responsável pela derrocada do Museu Rafael Bordalo Pinheiro? A Câmara Municipal de Lisboa que mais uma vez autorizou obras que não devia, contribuindo desta forma para a destruição do património da cidade. "

Directora dos Museus da Câmara Municipal de Lisboa:  Ana Cristina Leite

Não será tempo de se apurarem as suas responsabilidades em todos este processo?

(A directora só foi afastada em 2013 )

Campo Grande. 2002

   
 
 

Entrada

História local
Guia do Lazer
Quiosque