Jornal da Praceta


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Jardim do Campo Grande: Património ao abandono (III)

 

 

 

A incúria da CML não tinha limites. O património artístico que lhe está confiado no Jardim do Campo Grande foi abandonado.  O resultado desta política criminosa foi a delapidação do património: muitas das estátuas e painéis de azulejos foram roubados ou danificados, sem que se fossem apuradas responsabilidades. Alguns exemplos: Painéis de Azulejos de João SeguradoPainel de Azulejos de Júlio Pomar Estátua de Canto da Maia Lisboa de Jorge Barradas.

Destruição de painéis de Azulejos de João Segurado

O jardim do Campo Grande atingiu à muito o estado de completa degradação. Por todo o lado vêm-se vestígios de locais onde em tempos existiram esculturas, mas agora só restam os antigos apoios. Os visitantes foram em muitos casos os responsáveis directos desta destruição, mas a responsabilidade última da situação em que o jardim se encontra deve ser assacada à CML que de forma sistemática foi deixando degradar aquilo que foi confiado.

Mesmo à entrada das degradas Piscinas Municipais do Campo Grande, existe um magnifico painel de azulejos realizado em 1965 por João Segurado

Em toda a extensão do muro em que se encontra colocado, os funcionários camarários não encontraram  melhor local para depositarem lixo, encostarem ferros, materiais de obras do que o referido painel. Resultado: o painel apresenta-se hoje (2011) bastante mutilado.

Apesar de alertados para esta situação de óbvia incúria, os responsáveis pelas piscinas,  pelo jardim e pelo património da CML nada fizeram. Incompetência ou ignorância?  Para o caso tanto faz. A questão central é o resultado de tudo isto: um mau exemplo, um escândalo !

 

Delapidação do Painel de Azulejos de Júlio Pomar

No meio do lago do Jardim do Campo Grande, Keil do Amaral nos anos 40 do século XX construiu uma ilha e na mesma uma pequeno café.

Em 1950 o café foi decorado com um enorme painel de azulejos de Júlio Pomar onde se destacam os pavões que então abundavam no jardim.

A ilha está hoje transformada num enorme monte de lixo, no centro do qual se ergue o citado café-restaurante.

O magnifico painel de azulejos de Júlio Pomar está completamente vandalizado. Muitos azulejos já desapareceram. Outros estão partidos ou esburacados. A situação espelha a ignorância e a incompetência que reina no serviços da CML responsáveis pelo património. 

Afirmam-nos também que a ilha não é limpa porque os funcionários camarários se recusam a fazer semelhante serviço, alegando os mais disparatados motivos. A única forma de os pôr a limpar a porcaria que por aqui existe é alguém lhes pagar "por fora".

Ora, como o concessionário do café se recusa a abrir os cordões à bolsa para subornar dirigentes e funcionários da CML para estes fazerem aquilo que os contribuintes já lhes pagam para fazer. A situação mantém-se num impasse e as lixeiras é coisa que por aqui não faltam. Uma vergonha!

( O painel de azulejos foi restaurado apenas em 2013)

 

 

Delapidação da Estátua da autoria de Canto da Maia

O estado de degradação do jardim do Campo Grande ultrapassou há muito todos o limites. O que resta da estatuária ali existe está em rápido processo de degradação. Se nada for feito, em breve nada restará.

Uma das mais belas estátuas ali existentes, uma figura de mulher vendo-se ao espelho, da autoria do escultor Canto da Maia, datada dos anos 40 do século XX, está a ficar totalmente coberta por uma poderosa trepadeira. A sua base está em rápida desagregação. Como se isto não bastasse por todo o lado multiplicam-se as barracas e o lixo.

O mato e o lixo está a cobrir a "ilha" no lago do Campo Grande. Esta situação, pelo que podemos apurar, não se deve à de falta de funcionários, mas à incúria dos serviços da Câmara Municipal de Lisboa.

Recorde-se que, segundo o jornal Público apurou (8/11/2003), a maioria dos técnicos superiores e dirigentes camarários recebe regularmente,  para além do seu vencimento, horas extraordinárias que não faz e outras gratificações a que legalmente não tem direito.

Destruição da peça "Lisboa" de Jorge Barradas

Mesmo à entrada das "oficinas" dos jardineiros do Jardim do Campo Grande, num pequeno nicho, destaca-se uma excelente peça de cerâmica do mestre Jorge Barradas datada de 1955.

Lisboa é aqui evocada através do seu  símbolo mais antigo: a Nau de S. Vicente. A peça e o conjunto em que se insere está em rápida degradação. Toda a gente se apercebe deste facto, menos os dirigentes da CML que todos os dias por aqui passam.  

A CML, apenas em 2012, resolveu iniciar a recuperação da zona norte do Jardim do Campo Grande.

   





 

 

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